domingo, janeiro 13

Sigic 2007


O ano fechou com as listas de espera para cirurgia a apresentar uma duração média de 4,4 meses (não inclui dados de Dez 07).

Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentaram a sua produção cirúrgica (7,4% em relação ao período homólogo do ano anterior — Janeiro a Outubro de 2006). O acréscimo de produção foi particularmente expressivo em algumas áreas, nomeadamente na oftalmologia, nas neoplasias malignas da pele, nas doenças do cólon e na categoria «outros cancros da região torácica.

Mas realmente significativo é o aumento da produção cirúrgica nos hospitais convencionados. No total, o aumento de 2006 para 2007 (período de Janeiro a Outubro) é de 120%, sendo que em algumas áreas patológicas o crescimento produtivo é extraordinário — as intervenções ao coração cresceram 900%; ao intestino grosso e as destinadas a combater o cancro da cabeça e pescoço, 700%.

Carlos Costa Almeida, presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Carreira Hospitalar (APMCH), assinala esse mesmo facto: «As cirurgias têm aumentado, mas sobretudo à custa das intervenções realizadas fora do hospital, onde os doentes foram observados e a indicação cirúrgica posta, o que significa antes de mais uma falência desses hospitais.

O médico cirurgião considera que o recurso aos privados tem consequências nefastas. «Os doentes deveriam ser observados, estudados, operados e seguidos pelo mesmo médico, ou pela mesma equipa, sendo eles próprios a fazer essa escolha, até como teste de qualidade. Não é isso que se passa, por vezes os doentes vão para hospitais perfeitamente desconhecidos, a centenas de quilómetros de casa, do “seu” hospital e dos “seus” médicos, para onde têm de se deslocar por conta própria, várias vezes. Para ocasionalmente lhes ser dito que não têm indicação cirúrgica (…) E a quem vão recorrer se lhes for feita uma operação errada, houver complicações, maus resultados?»
Carlos Costa Almeida questiona o sucesso do programa, lembrando o número de vales-cirurgia que não são utilizados. Segundo cifras do SIGIC, até 31 de Outubro foram emitidos 167 949 vales-cirurgia, mas apenas 33% destes foram cativados. O facto de 38 022 doentes (23%) terem recusado a transferência de instituição e de 6993 (12%) terem sido remetidos para o hospital de origem sem indicação cirúrgica, pode ajudar a explicar a situação. Até à referida data foram efectivamente operados através destes vales 46 554 doentes e aguardam por operação 2136 pessoas.
TM 14.01.08
A infomação disponível no Portal refere-se apenas ao 1.º semestre 2007. Vamos esperar pela publicação dos dados finais para analisarmos devidamente o que se passou em 2007.

1 Comments:

Blogger e-pá! said...

Todos - principalmente os que trabalham no programa - estamos à espera de saber o que se passou na globalidade em 2007.
E a especial atenção dirige-se para o remanescente da lista de espera cirúrgica do foro oncológico.

Todavia, no sector convencionado, estão à mostra dados, aparentemente, intrigantes.
"Crescimentos produtivos extraordinários" ... da ordem dos 900 ou 700%, tem de ser cabalmente explicados e justificados ou, então, investigados.

9:03 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home