sábado, janeiro 12

Ofensiva para Arrumação dos Bancos (3)

H. Fundão
1 - A quantificação sobre o efeito nos verdadeiros SU do encerramento de falsas urgências (ou das 0 às 8 horas) vem em notícia do JN de 8 Janeiro 2008 (respigo) link

«…transferência de uma média de nove doentes por dia daqueles dois hospitais (Cantanhede, Anadia) para os HUC desde o primeiro dia do ano»
«… Espinho foram transferidos para o CH de Gaia uma média de cinco doentes por dia»
«…Fundão… transferido para a Covilhã, no primeiro dia (2 de Janeiro), cinco doentes.»


Todos percebemos os motivos que movem alguns profissionais e autarcas ao querer perpetuar a situação aberrante de falsas “Urgências”, conseguida muitas vezes ao longo do tempo através de manobras politiqueiras e da pressão dos gestores e profissionais (vide comentário do XICO). Percebemos, mas não podemos aceitar, pelo custo de oportunidade e falta de eficácia dessa situação.
Não seria aceitável que alguém pressionasse para ter «urgências» ou «permanências» apenas para «compor» o seu ordenado. A solução é oferecer boa retribuição sempre que haja bom desempenho, sobretudo em qualidade mas também em redução do desperdício, seja qual for o local ou serviço do hospital.

2 – Afirmou que «Aos médicos … nada podem fazer quanto ao uso inapropriado, ou ao abuso, de um serviço de urgências.». Pois bem segue-se a achega.

Sobre o dever dos médicos de evitar a inapropriação no SU relembro a Lei de Bases:

Base II: «… e) A gestão dos recursos disponíveis deve ser conduzida por forma a obter deles o maior proveito socialmente útil e a evitar o desperdício e a utilização indevida dos serviços
Base XIII: «… 2- Deve ser promovida a intensa articulação…. reservando a intervenção dos mais diferenciados para as situações deles carecidas…».
Base XIV: «2- Os doentes devem: … b) Observar as regras sobre a organização e o funcionamento dos serviços e estabelecimentos; …. d) Utilizar os serviços de acordo com as regras estabelecidas».

Também, por ex., o regime jurídico da gestão hospitalar para os hospitais (art. 10º):

«… c) Avaliação dos titulares dos órgãos de administração, dos directores dos departamentos e de serviços e dos restantes profissionais, de acordo com o mérito do seu desempenho, sendo este aferido pela eficiência demonstrada na gestão dos recursos humanos e pela qualidade dos cuidados prestados aos doentes.»

Como sabe na qualidade dos cuidados inclui-se, pacificamente, a apropriação. Assim quer pela qualidade quer pela eficiência de uso de recursos (vide custos acrescido para SNS e custo de oportunidade referidos pelo semmisericordia) os médicos e o director do SU estão sujeitos ao combate à inapropriação no SU (como nos restantes serviços).

Por outro lado é dever ético dos médicos evitar o desperdício que caracteriza o «consumismo» do «mercado de saúde» ainda que, como bem referiu, não fossem pela inapropriação «penalizados» (e são) por: «qualidade do atendimento»; «dificuldade coordenação»; «sobreposição cumulativa de cuidados inadiáveis»; «espectro da negligência».

Resta então enunciar, brevemente, COMO fazer.

1º O que deve acontecer, a breve trecho, é a concretização do que me dizem anda a ser estudado pela SEAS (desde Novembro) para o SU: profissionalização, organização adequada e controle do desempenho, remuneração específica.

2º Depois a tarefa principal incube a órgãos e responsáveis externos ao hospital (ARS, MS) que devem actuar para garantir o cumprimento do previsto na legislação e na política de saúde, o que inclui:
Sistema de financiamento e contratualização do SU - que devem penalizar o uso inapropriado do SU, quando o peso dessa inapropriação for superior ao esperado;
Monitorizar - o cumprimento da RRH e dos protocolos e acordos de referenciação com outros serviços de saúde;
Fixar objectivos e avaliar a performance do SU e do CA - do hospital, e dessa avaliação tirar todas as consequências.

3º - O CA do hospital deve:
Fixar objectivos ao Director do SU, prever como será a - medição e quais os prémios para o bom desempenho dos profissionais;
- Promover, com o DSU e com o apoio da ARS, a coordenação de cuidados com ouros serviços de saúde e a cooperação entre médicos do SU e dos CSP para melhorar a resposta global: adequação do local da prestação; actualização de práticas e terapêuticas, promover a resposta que for mais custo efectiva – muitas vezes será promover o uso do call center e garantir consulta no reforço dos CSP no dia seguinte;
- Avaliar o DSU e os profissionais do SU e tirar todas as - consequências, nomeadamente para premiar os que o mereçam.

4º - Médicos e outros profissionais devem:
Cooperar com a gestão (DSU, CA) e sugerir - mudanças de recursos e processos que promovam a melhoria da qualidade e a redução do desperdício;
Lembrar aos doentes as alternativas existentes de - atendimento de proximidade e o que a Lei de bases prevê. Encaminhar o doente que não necessita de todo do SU, sem terapêutica, directamente para o local mais adequado (conforme acordo com CSP e outros hospitais).
… -
Hermes

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16 Comments:

Blogger e-pá! said...

Ellen Nolte e C. Martin McKee (2008), "Measuring the Health of Nations: Updating an Earlier Analysis", Health Affairs 27: 58-71.
(retirado do blog "margens de erro)

A ler...

11:50 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Defacto os bancos precisam de ser arrumados. Mas antes disso devem ser "arrumados" os verdadeiros reponsáveis pelo que continua a verfificar-se na Saúde e nos HH em particular.
Continuamos a centrar as atenções nos médicos e parece que nos HH não existem outros profissionias!
E no entanto foram e continuam a ser contratados trabalhadores para áreas de administração, alguns deles para serem pouco mais do que Chefes de si próprios!
E continuam a fazer-se despesas desnecessárias com transportes de doentes, quando os exames podiam ser efectudos localmente!
Mas centremo-nos na notícia do JN.
Os dados são da ARS do Centro...
E, na verdade, os casos mais badalados foram esquecidos: HIDP - Aveiro e H. de Vila Real.
Depois o caso de S. M da Feira - Ovar, onde tudo vai bem?! Mas é preciso fazer obras? Então não deveriam ser feitas as obras primeiro? E como se explica que um hospital como o de S. M. da Feira tenha tido problemas de organização/adaptação/preparação. O Dr. H. Meirelas falhou? Não acredito?!
A notícia na verdade, e os dados da ARS Centro dão jeito ao MS quando parece haver muita "opção política" no encerramento de SU's.
E tal como se verificou no debate no Prós e Contras, muitas coisas estão por explicar. Daquele debate, ficou a sensação de que o objectivo era permitir que CC limpasse a face da arrogância, do quero posso e mando, que o caracteriza (à imagem deste governo em geral).
E foi lamentável a atitude para com as pessoas de Anadia. A ameaça de evacuação(?) feita pela senhora jornalista (é jornalista e ponto final...) não era novidade. A senhora não gosta de aplausos...de determinado sentido...e tolera bem os de sentido oposto! Este caso não foi o primeiro.
Reforçou-se assim a ideia de que sob a capa da aparência de um debate livre, o objectivo era outro a avaliar pelo leque de convidados de honra: dar a CC mais uma oportunidade de explicar o inexplicável!
E ficou inexplicada a situação de Anadia; a situação de S. Pedro do Sul; e até a situação (milagrosa) do helicóptero de M. de Cavaleiros que, afinal, ainda não existe, e que consta de muitos protocolos assinados com os municípios.
Mas não tardaram mais notícias más, e ficou a saber-se um dia depois, que mais um doente faleceu nas Urgências; desta vez no H. de Vila Real.
Para S. Pedro do Sul a decisão foi política, mas, quando convém ao Senhor Ministro, o mesmo escusa-se nos pareceres técnicos.
Isto não é sério; isto não é de "gente de um só parecer...".
PS: há dias no H.P.A., em Vale do Sousa, um doente foi levado à Urgência. Entrou com problemas de insensibilidade e paragem motora numa das pernas. Visto por um jóvem médico (talvez daqueles mercenários contratados através de empresas) o mesmo entendeu que o doente devia regressar a casa (o doente tem cerca de 80 anos) mas saíu em cadeira de rodas. A família questionou o clínico (será veterinário?) e ouviu a seguinte resposta: ó minha senhora se quiser o seu pai pode ficar internado, há aí muitas batatas para comer!
Confeso que se fôsse meu familiar, quem havia de "engolir", logo ali, as batatas todas era aquele "animal".

12:55 da tarde  
Blogger Clara said...

O Hospital de Santa Maria pediu descontos à indústria farmacêutica para evitar que o tecto definido pelo Governo para a despesa com medicamentos fosse ultrapassado, uma engenharia financeira que está a deixar descontentes vários laboratórios.

O presidente do conselho de administração do Hospital de Santa Maria, Adalberto Campos Ferreira, reconheceu à Lusa que, no ano passado, o aumento da despesa com medicamentos foi superior aos quatro por cento definidos num protocolo assinado entre o governo e a indústria farmacêutica.

O médico e gestor considera, porém, que os 4,9 por cento de aumento “real” da despesa com fármacos alcançados por este hospital, e ainda segundo dados provisórios, são “um valor que orgulharia a tutela”.

Contudo, não serão estes 4,9 por cento definitivos, uma vez que o hospital, e “à semelhança do que aconteceu em anos anteriores”, como frisou Adalberto Campos Ferreira, promoveu no final do ano passado uma série de encontros com representantes da indústria farmacêutica, com vista a “convidá-los” a realizarem descontos nos medicamentos já vendidos, com base nos consumos efectuados.

Dimensão facilita descontos

Por se tratar do maior hospital do país – primeiro a nível da sida e segundo na área oncológica – o Hospital de Santa Maria apresenta-se como um apetecível cliente, que os laboratórios não menosprezam.

Por esta razão, os descontos efectuados terão permitido ganhos na ordem dos dez milhões de euros, ou seja, uma despesa menor com os fármacos que assegurou o cumprimento da meta dos quatro por cento.

Questionado sobre o interesse da indústria farmacêutica em ganhar menos, e logo no final do ano, quando já estavam há muito assinados os protocolos, Adalberto Campos Ferreira ironiza: “Somos o Belmiro de Azevedo da saúde.”

De acordo com o gestor – apontado por algumas partes do sector como um forte candidato ao cargo agora ocupado por António Correia de Campos – o hospital que dirige representa, para alguns laboratórios, entre 30 e 50 por cento do seu mercado.

Menos fáceis de convencer são, contudo, os laboratórios que comercializam medicamentos únicos e que beneficiam de não ter concorrência.

Laboratórios discordam

Sobre uma eventual “promessa” do hospital adquirir nos anos seguinte os medicamentos aos laboratórios que tenham avançado com maiores descontos, Adalberto Campos Ferreira garante que apenas existem “expectativas”. “Não garantimos negociações futuras, mas temos estimativas”, disse.

Leitura diferente destes descontos terão alguns laboratórios que não concordam com esta forma de convite em cima da hora, ou seja, no final do ano e com vista a garantir o cumprimento do protocolo para combater o crescimento com a despesa do medicamento hospitalar.

Uma fonte que esteve presente em uma das reuniões promovidas pelo Hospital de Santa Maria, e que pediu o anonimato, contou à Lusa que o que esta direcção está a fazer é a solicitar descontos sobre vendas futuras.

No seio da indústria farmacêutica, são já famosas as negociações promovidas pelo Hospital de Santa Maria, com vários laboratórios a discordarem dos métodos, mas a terem de aceitar as condições para se manterem no negócio.

Descontos pagaram farmácia hospitalar

Adalberto Campos Ferreira garante que a poupança alcançada na área dos medicamentos justifica os meios e assegura que são os utentes que beneficiam mais com as iniciativas da direcção.

“Os descontos que conseguimos da indústria farmacêutica durante um ano foram suficientes para as obras da nova farmácia hospitalar”, que deverá ser inaugurada em Fevereiro, anunciou.

Sobre as críticas de outros laboratórios, o gestor considera-as “naturais de quem não ganha” e, por isso, “não está contente”.

Gestão elogiada pelo ministro

Contactada pela Lusa, fonte da autoridade que regula o sector do medicamento em Portugal disse que estas técnicas de venda não são matéria para o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed).

Também a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde não tem conhecimento de qualquer ilegalidade nesta área, relacionada com o Hospital de Santa Maria e a indústria farmacêutica.

Adalberto Campos Ferreira termina este ano o mandato de três anos à frente do Hospital de Santa Maria e garante que deixa obra feita – visível um pouco por toda a instituição – e merecedora de rasgados elogios por parte do ministro da Saúde, António Correia de Campos.

Há dois anos, o ministro anunciou que esta direcção tinha recebido ameaças de morte e garantiu que as mudanças na instituição vinham para ficar.




O Adalberto nada mais faz do que seguir o exemplço do ministro da saúde.

Trata-se afinal "de boas práticas" que fazem parte das denominadas "boas contas do SNS".

Eis outro exemplo:

A «história» é já velha, pois remonta ao ano que passou, mas só agora veio a lume. De acordo com um despacho do secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, de 11 de Dezembro — publicado no Diário da República a 3 de Janeiro —, durante o último mês de 2007 o Ministério da Saúde resolveu reduzir os preços de algumas convenções. Assim, por exemplo, as da área da Cardiologia sofreram uma baixa de 2,7% e as da Anatomia Patológica uma redução de 2,5%. Isto porque o orçamento do ano transacto tinha estabelecido crescimento zero para as convenções celebradas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) e era preciso cumprir esse objectivo. Ou seja, aparentemente os 330 milhões de euros que a tutela terá poupado com o encerramento de SAP, Urgências e blocos de parto e com a diminuição das comparticipações dos medicamentos não foram suficientes para garantir que não se gastava nem mais um euro do que o previsto no orçamento. Era preciso cortar mais um pouco, e assim foi.

Correia de Campos costuma dizer que «sem boas contas não há bom Serviço Nacional de Saúde». As boas contas estão à vista. Será que o SNS goza da mesma saúde?...

TM 1.º CADERNO de 2008.01.07

5:12 da tarde  
Blogger Hermes said...

Caro Tonitosa

Certamente concorda que aqui no saudesa já todos estamos habituados, como há tempos disse um colega de blogue, a que, na falta de argumentos e ideias, se:

Ataquem as pessoas.
Procure negar os dados, ou reinterpretá-los com explicações mirabolantes.
Acusem os árbitros pelos resultados que não agradam.

Procurei no seu comentário ideias ou argumentos para corrigir, infirmar ou melhorar a achega que enviei ao E-pá – era isso o que interessava.

Como não encontrei nada disso, ideias ou argumentos, não sei que lhe diga…

6:25 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Tudo indica que o TC estava cheio de razão.
Entretanto o Adalberto depois de três anos de Fogachos decidiu por-se ao fresco. Em busca de melhores ares.

A dívida do Estado à indústria farmacêutica relativa a medicamentos fornecidos aos hospitais estava em Novembro passado nos 787 milhões de euros. Ou seja, ainda bem longe dos 646 milhões de Dezembro de 2006, valor com que o Ministério da Saúde prometeu fechar também o ano de 2007, concretamente 22% acima. Ou recuperou 141 milhões no mês de Dezembro, ou não cumpriu a promessa deixada a 16 de Novembro na Comissão Parlamentar do Orçamento e da Saúde.

E, mesmo que tenha recuperado - o que parece difícil, tendo em conta que a promessa foi feita quando a dívida estava calculada em 814 milhões de euros (números de Setembro) e já tinham sido injectados 300 milhões nos hospitais -, o Estado falhou no compromisso assumido com os laboratórios quando assinou o protocolo de controlo de crescimento da despesa com medicamentos, em Fevereiro de 2006.

O protocolo está actualmente em renegociação e que estabelecia o compromisso do Ministério da Saúde em "assegurar que os prazos" de pagamento da dívida dos hospitais aos laboratórios "não serão ultrapassados". Essa era a contrapartida estatal à pressão sobre a indústria para que esta não permitisse um crescimento do mercado do medicamento acima de 0% nas farmácias e de 4% nos hospitais.

Ora, a dívida a 90 dias era, em Novembro, de 535 milhões de euros, ou seja, dois terço do total do montante devido aos laboratórios e apenas menos 15 milhões do que em Setembro. No final de 2006, havia 401 milhões por receber há mais de três meses. Há dois meses, o prazo médio de recebimento estava nos 379 dias.

O protocolo com os laboratórios (em vigor até 2009) acabou por ser cumprido no seu objectivo fundamental o mercado ambulatório foi, em 2006, inferior ao de 2005, enquanto em 2007 ficou aquém do limite previsto (que era o crescimento nominal do PIB, ou seja, 1,8%). Quanto aos hospitais, prevê-se o respeito pelos 4% de crescimento. Até porque negociações paralelas entre unidades e laboratórios terão permitido manter o crescimento no limite, graças a descontos nos preços dos fármacos. Foi pelo menos o que aconteceu com o maior hospital do país, o Santa Maria, em Lisboa, cujo administrador reconheceu ter feito descer o crescimento da despesa de 4,9% para 4%.

Os limites de crescimento do mercado de medicamento para 2008 e 2009 deverão ser conhecidos em Fevereiro. Contactada pelo JN, a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica escusou-se a tecer comentários sobre o processo de negociações.

10:38 da manhã  
Blogger cotovia said...

José Sócrates e o Governo decidiram rápido sobre a localização do aeroporto.

Depois de na semana anterior Cavaco Silva ter recebido os responsáveis da CIP.

1:22 da tarde  
Blogger ochoa said...

As coisas não correm bem ao bastonário interino José Manuel Silva, autor do célebre manifesto "É impossível trabalhar assim!".

Fecho das urgências não provocou afluência significativa no HUC

O presidente dos hospitais universitários de Coimbra considera «insignificante» o acréscimo de doentes recebidos, no início de Janeiro, em virtude do encerramento das urgências em Anadia e Cantanhede.

O encerramento das urgências em Anadia e Cantanhede não provocou uma afluência significativa de doentes aos hospitais universitários de Coimbra.

Tendo em conta o registo dos últimos três anos, o presidente dos hospitais universitários de Coimbra revelou à TSF que a procura das urgências de Coimbra «não disparou» nos primeiros dias de Janeiro.

«Em 2006, entre o período de 1 e 9 de Janeiro, houve em Cantanhede 23 doentes por dia, 26 em 2007 e 28 em 2008», disse Fernando Regateiro.

No que respeita a Anadia, adiantou, «houve dez doentes por dia em 2006, 14 em 2007 e 20 doentes em 2008».

No entender do responsável, «a alteração relativa a 2008 terá uma influência muito pequena no aumento, atendendo à progressão da procura».



JMS não vai poder assim publicar a 2.ª parte do seu manifesto prevista para o início deste ano.

1:38 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Hermes,
Diz que, na falta de argumentos e ideias, se:

Ataquem as pessoas.

Não psso estar mais de acordo consigo. Basta ler o seu comentário, ao meu comentário!

Depois diz que se "procure negar os dados, ou reinterpretá-los com explicações mirabolantes" e se
"acusem os árbitros pelos resultados que não agradam."

Foi o que fiz. Não neguei nem interpretei dados. Referi-me às fontes (ARS Centro) e à ausência (no JN e no seu comentário) de referência a casos como o de Aveiro e V. Real e mesmo S.M. da Feira.
Ora, como diz o ditado, ninguém é bom juiz em causa própria (ARS).
E os casos omissos (no seu comentário) são públicos e conhecidos.

E, de resto, se você deu uma achega ao é-pá, reconheça (se possível com humildade) que eu mais não fiz do que "dar uma achega à sua achega"!

Também eu não sei que lhe diga?!

Prove lá que as situações de Vila Real, Aveiro e S. M. da Feira não são (foram) reais; demonstre que as mortes ocorridas nada têm a ver com falta de assitência adequada e em tempo oportuno; desminta CC quanto à decisão política para S. Pedro do Sul.

Se o fizer, desde já lhe digo: tirar-lhe-ei o meu chapéu.

2:35 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Talvez há cerca de dois anos(conhecidos os primeiros dados do H.S. Maria/A.C. Ferreira) referi-me aqui à "engenharia financeira" e "contabilização no exercício de descontos sobre aquisições futuras".
É exactamente isto que agora, mais se torna do conhecimento público e que a Clara trouxe ao blogue.
Trata-se, a meu ver, de uma prática "fraudulenta" sob o ponto de vista contabilístico a que qualqur R.O.C. certamente não dará cobertura.
Sob o ponto de vista fiscal, naturalmente que tal prática deverá merecer adequada análise e não deixará de suscitar dúvidas de legalidade.
Mas, no caso, o que mais importa é avaliar-se a transparência da gestão. E com esta prática, esta forma de esconder a não realização de objectivos, A. C. Ferreira merece um redondo "chumbo".
Não foi, certamente, isto que aprendeu na ENSP.

2:48 da tarde  
Blogger chuva miudinha said...

Meu Caro Cotovia

O Presidente da República já está a mandar no Governo e no Eng. Sócrates que é, de facto, um político em quem se manda facilmente - mesmo a CIP.

Por favor não queira acreditar nisso. Aproveite para seguir o folhetim.

Meu Caro Hermes

Porque é que que se teima em fazer as contas aos doentes que são transferidos da consulta aberta e não tenta saber aqueles que vêm pelos seus próprios meios (carro, bombeiros, INEM) e que têm residência na área de Cantanhede / Anadia.

Todos nos convencemos que os doentes e as suas famílias são palermas e não adequam o seu comportamento às notícias e conhecimentos que lhe chegam de proximidade - isso eles têm de proximidade.

É que se o número de doentes nos HUC disparou tendo atingido em um dia desta semana 650 - estes doentes são feitos onde ?

Verdade - verdadinha, se um de nós se sentisse verdadeiramente doente em Anadia ia para a Consulta Aberta para depois entrar na estatistica do Hermes.

Claro que nunca pensaria em vir directo para Coimbra !

Usem outro tipo de argumentos - estatisticas falaciosas não ajudam a resolver problemas.

Mas Anadia não tem condições de recursos humanos para ter urgências e o Hospital deve ser reconvertido e útil ao SNS - sem argumentos desses. Eu vou tentar ajudar nesse sentido !

5:19 da tarde  
Blogger O cavalinho da chuva said...

Meu Caro Ochoa

Fernando Regateiro, Presidente dos HUC disse:

"a procura das urgências de Coimbra «não disparou» nos primeiros dias de Janeiro."

«Em 2006, entre o período de 1 e 9 de Janeiro, houve em Cantanhede 23 doentes por dia, 26 em 2007 e 28 em 2008», disse Fernando Regateiro.

No que respeita a Anadia, adiantou, «houve dez doentes por dia em 2006, 14 em 2007 e 20 doentes em 2008».

No entender do responsável, «a alteração relativa a 2008 terá uma influência muito pequena no aumento, atendendo à progressão da procura».

Explique-me por favor, se ele se referia aos HUC ou aos números de Anadia e Cantanhede. Acredito que tenha percebido, porque ficou contente com o que ele disse e também por aquilo que ele concerteza não quis dizer já que utilizou - para mim - este discurso hermérico - não, agora não é nada contra o Hermes pelo qual tenho o máximo respeito e que tem demonstrado probidade intelectual.

Tenho dúvidas do que significa para o Presidente dos HUC "não disparar" - se é não ter pistola, ficar com ela no coldre ou sacar mas conter-se !

7:27 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Uma correcção.
No meu comentário (resposta) ao Hermes, como se pode deduzir, onde escrevi "Foi o que fiz. Não neguei...", queria escrever "Foi o que não fiz. Não neguei..."

10:11 da tarde  
Blogger Hermes said...

Caro Chuva Miudinha

No seu comentário coloca uma questão pertinente: «Porque é que se teima em fazer as contas aos doentes que são transferidos da consulta aberta e não tenta saber aqueles que vêm pelos seus próprios meios (carro, bombeiros, INEM) e que têm residência na área de Cantanhede / Anadia.»

Pois bem, referi essa informação porque:

1º Os doentes transferidos têm, à partida, motivo clinicamente justificado de recurso ao SU (HUC). São esses que, se em grande número, poderiam justificar a existência de um verdadeiro SU nos locais em causa – o que como vimos foi infirmado. Quanto aos doentes que procuraram directamente o SU dos HUC, sem recorrer ao INEM, não há garantia que essa procura seja justificada.

2º Era a única informação que estava disponível, a mim, a si e ao público.

Por acaso o OCHOA publicou neste post informação sobre a totalidade dos doentes que recorreram ao SU dos HUC de 1 a 9 de Janeiro, donde se concluiu que o aumento por dia, de 2007 para 2008, foi:

… Mais 2 (dois) doentes por dia de Cantanhede;
… Mais 6 (seis) doentes por dia de Anadia.

Mesmo que fossem todos urgentes, classificados como «não azuis», tratava-se de mais OITO doentes por dia, apenas.

O seu argumento não colhe.


Caro Tonitosa

Do que aduziu agora comentarei apenas o que considero ser um bom exemplo do que lhe disse antes.

1º«…ausência (no JN e no seu comentário) de referência a casos como o de Aveiro e V. Real…».

Os «casos» só o seriam se alguém tivesse provado existir um nexo de causa-efeito entre os encerramentos (no período 24/8 horas ou nas 24 horas) das “urgências” em causa. Encerramentos esses que são justificados pela falsa resposta urgente de hospitais que não têm recursos nem estrutura para tal. Dada a acessibilidade e meios existentes no SNS não existe volume de população que justifique SU.

Classificar como um «caso» é, no mínimo, arriscado, cabendo-lhe a si provar esse nexo de causalidade e não a quem a ele não se referiu, não acha?

2º Continua ainda: «…e mesmo S.M. da Feira.»

Ora o Director do H Feira, em entrevista ao Público de 6 Janeiro 2008, explicou que houve um pico de afluência, localizado no tempo, que se deveu a ausência de planeamento com a ARSC por encerramentos nessa região (HF pertence à ARSN). Mais afirmou concordar com os encerramentos. Lembro: «… os SAP foram um mau serviço…»; « …o encerramento do SAP é um bem para o país».

Também mostrou alguma pena que do encerramento da maternidade de Ovar e de Oliveira de Azeméis não tenham resultado MAIS partos no H. Feira, porque tem capacidade para muito mais.
Quero lembrar-lhe o que alguns comentadores na altura aqui escreveram sobre esse assunto.

10:12 da tarde  
Blogger tambemquero said...

No hospital de Torres Vedras a Urgência pediátrica «sobrevive» à custa do recrutamento de pediatras a empresas, e se três dos sete especialistas da casa pedirem a reforma «a curto prazo, praticamente toda a Urgência de Pediatria terá de ser assegurada por meios externos», admitiu o presidente da instituição, José Mateus, em declarações à Lusa.

Caso para dizer que de nada servem os anunciados cortes nas horas extraordinárias ou nos gastos com pessoal quando a realidade inexoravelmente os contraria.

Do mesmo modo, pouca utilidade terão comunicados como o que emitiu a ARS do Centro a propósito do atraso na abertura do Centro de Saúde de Gouveia. O Diário de Notícias do passado dia 6 conta que o centro de saúde, pronto há vários meses e prometido para o final de 2007, não abriu as portas na data prevista devido a uma «intempérie», justificou a ARS do Centro. Mas segundo o autarca local não ocorreu nenhuma intempérie, apenas houve atraso nos concursos para a aquisição dos equipamentos necessários...

E se mais exemplos forem precisos para ilustrar o cada vez mais evidente desfasamento entre as «altas» decisões tomadas em gabinetes e o «mundo real», basta lembrar o programa Prós e Contras do passado dia 7. O ministro da Saúde bem se esforçou por tentar convencer o público de que não há nenhum caos nas Urgências e que consultas abertas não são o mesmo que SAP, nem «roubam» os médicos de família aos seus utentes como sucedia nestes últimos. Mas a realidade é outra. Os doentes que têm de ir às Urgências ou de madrugar para «mendigar» uma consulta no centro de saúde que o digam…

TM 14.01.08

1:39 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Hoje, o Publico traz uma extensa entrevista com José Manuel Almeida e António Marques, sobre a "reforma das urgências".
Da sua leitura, onde são feitos alguns avisos à navegação, como p. exº. o "colapso do sistema", é notória a incapacidade do MS em dar o indispensável acompanhamento no terreno aos estudos técnicos já feitos e aprovados politicamente.
Mas resposta política tarda e para além disso é confusa.
Um exemplo paradigmático dessa situação é o caso das urgências do H. Curry Cabral.

Neste momento, as hesitações e uma indisfarçável dificuldade de comunicação, entre a MS e a Comissão, pode paralisar o trabalho desta última. Seria uma perda imoperdoável.

Por outro lado, neste entrevista, há um dado que se deve reter. O avanço paralelo e concertado da reforma dos CPS, com a reestruturação das urgências, não tem sido síncrono com os "timings" previstos para a sua implementação.

As 100 ou já 105 USF's não chegam.
Deve ser repensado o ritmo e os caminhos por onde, com segurança e em força, devem avançar os CPS.

O artigo que cito no início desta página de comemtários é, por assim dizer, um retrato do inverso da mortalidade infantil.
Nesse estudo, pior do que nós, só os EUA. Muito dessa má performance deve-se a todo este imbróglio: o risco de morte na adultícia madura(trauma, AVC?s, etc) está acrescido (diria mesmo de modo escandalosamente acrescido) no nosso País.
Porque não há uma política de prevenção, de suporte e de gestão dos doentes nos CPS, porque os cuidados secundários (CE e intervenções cirugicas) estão sumersos em infindáveis listas de espera, não havendo resposta atempada. E, por último, o modo e o modelo de funcionamento das urgências hospitalares - que foram ao longos dos anos a válvula de escape das insuficiências do sistema - está a soçobrar.

Não vale a pena "massacrar" os portugueses com números e estatísticas que, como todos sabemos, podem ser torturados, espremidos e escrutinados, até acabarem por cair na mais cruel dúvida e inconformidade, em relação ao real, ao palpável, ao que todos os dias vemos, ouvimos e lemos.

O necessário, o inadiável, é avançar com estas 2 reformas (dos CPS e das Urgências) em sincronia, concertação e prioridade.
Deixar as guerras de autonomia no interior do SNS, para dirimir mais tarde. Isto é, depois de os utentes disfrutarem de melhores e atempados cuidados. Depois de assegurarmos, no dia a dia, na hora do infortúnio, a equidade e a universalidade do sistema.

Finalmente, envolver os profissionais da saúde nesta indispensável mudança com a certeza de que, só deste modo, se preservará o SNS.

11:47 da manhã  
Blogger Hermes said...

Em complemento ao comentário anterior aconselho a leitura da entrevista de dois elementos da comissão de urgências (CTPRU), publicada hoje (Público de 12 Janeiro).

.Picos de urgência no H Aveiro e H Feira:

«AM: há sempre aumento por alturas das festas, porque os Centros de Saúde fecham quatro ou cinco dias…»
«JMA: Em Aveiro houve um pico e os picos acontecem de vez em quando. Aliás o hospital (Aveiro) tinha tido mais doentes no mesmo dia do ano anterior, ( a demora no atendimento da senhora que morreu depois de aguardar quatro horas) foi um problema de encaminhamento»

.Relação fecho dos SAP e “urgências” com impacto nos SU:

«JMA: os SAP da minha área de influência (CHC) já fecharam há mais de um ano. Fui analisar o impacto no meu SU. Tínhamos em média 17 doentes (provenientes dessas áreas) e passaram para 19 um ano depois»

«JMA: Em relação ao hospital da Anadia … os próprios doentes sentem que aquilo não é uma urgência».
(citei)

1:48 da tarde  

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