1.º embate
Na sua primeira intervenção “on the road” (Porto e Viana do Castelo), a ministra da saúde, Ana Jorge, explicou-se: «O doutor Cunha Ribeiro pôs o seu lugar à disposição e nós sentimos que estaríamos de acordo». Indicação de substituto para breve.
Ficámos na mesma.
A explicação sobre a eventual “desaceleração” do ritmo de fecho das urgências ficou para mais tarde.
Ficámos na mesma.
A explicação sobre a eventual “desaceleração” do ritmo de fecho das urgências ficou para mais tarde.
Importante: Ana Jorge defendeu que «É necessário e urgente avançar com a reforma do Sistema Nacional de Saúde» (referiu sistema e não SNS, para descanso de PKM). link
É prioridade do MS reforçar a rede de cuidados de saúde primários, para que os doentes possam ter consultas “quando precisam a tempo e horas” e, assim, reconquistar a confiança das populações.
É prioridade do MS reforçar a rede de cuidados de saúde primários, para que os doentes possam ter consultas “quando precisam a tempo e horas” e, assim, reconquistar a confiança das populações.
Está encontrada a primeira fórmula de governação (Ana Jorge): USF + UMS = confiança das populações (fecho de urgências, próxima legislatura?)
Ana Jorge, saiu-se bem neste primeiro teste.
Ana Jorge, saiu-se bem neste primeiro teste.
6 Comments:
Hoje assistimos (RTP) a uma clara tentativa de alteração da má imagem do INEM.
Ainal é tudo um "mar-de-rosas". Tudo funciona na perfeição (quem estragava tudo era o CR).
Até à próxima vítima!...
E a Senhora Ministra iniciou a campanha das UMS para dizer aos velhinhos das aldeias que se acalmem, porque daqui para a frente umas senhoras ou senhores (que até parecem médicas/os) vão passar pela terrinha para lhes medir "as atenções" e tudo será diferente.
Quem parece ter aproveitado o momento para aparecer (na fotografia) foi MP. Só faltou ouvi-lo dizer: mãezinha, estou aqui!
...medir "as atensões"
Assim fica melhor.
Também me pareceram correctas as declarações da senhora ministra sobre a reforma dos cuidados primários.
Deixou claro que não vai "voltar atrás" na criação das USF e que até vai tentar superar a meta das 150 até ao final do ano (actualmente estão a funcionar 105), porque estas equipas com autonomia nos centros de saúde são um "ponto-chave" para a reforma do SNS.
Outro objectivo, a este nível, passa pelo reforço dos cuidados de proximidade prestados às pessoas mais idosas e que vivem em locais mais isolados, através da distribuição de unidades móveis de saúde (UMS) - viaturas para apoio clínico domiciliário. Ontem, a ministra entregou duas unidades às autarquias de Caminha e de Vila Nova de Cerveira e presidiu à assinatura dos protocolos para a entrega de viaturas a Valença, Melgaço e Monção.
JP 14.02.08
Difícil vai ser cumprir o orçamento da Saúde.
Não queria estar na pele do secretário de estado, despromovido a sub, Francisco Ramos.
A natureza ideológica das escolhas desta maioria está expressa no sentido da maior parte das medidas que tomou até agora. Inconsequente no ataque às desigualdades, sobranceiro com todos quantos prestam um serviço público, auto-suficiente na forma como afronta os protestos das populações, irresponsável nos argumentos que utiliza para justificar a quebra de compromissos, permissivo nos ataques ao Estado de direito, um dedicado servidor das políticas neoliberais. É verdade que a direita teria maior dificuldade em executar tal programa, mas do que se trata é de reorientar prioridades e dar resposta aos défices sociais que diariamente se vão acumulando. Não será, por isso, a lógica eleitoralista, uma espécie de passaporte falso para procurar iludir a fronteira do descontentamento dos portugueses, que irá conseguir apagar o regime de precariedade em que se transformou a sociedade portuguesa.
cipriano justo, JP 14.02.08
"Ela tem outro tipo de sensibilidade, ela está no terreno". link
A frase, apanhada na conversa entre duas médicas do Centro de Saúde de Ponte de Lima, surgiu na sequência de um momento de boa disposição. Depois de pedir desculpa por falar muito baixinho - "Estou habituada a lidar com crianças" - a ministra pediatra abraçou alguns dos presentes com o olhar. Colegas de formação, companheiros na idealização da qualidade nos serviços de saúde. Foi o abraço aos profissionais que muitas vezes faltou a Correia de Campos.
Ao lado de Ana Jorge, o novo secretário de Estado da Saúde, homem do Norte no seu bastião. Mas, sobretudo, Maria Augusta Sousa, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros. Foi convidada a acompanhar o primeiro périplo ministerial, tal como o fará amanhã ou sábado o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes. A partir de agora, será assim sempre que Ana Jorge sair da João Crisóstomo (sede do Ministério da Saúde, em Lisboa). É a nova imagem que a ministra-médica quer imprimir à política feita com os profissionais.
DN 14.02.08
Como refere o Xavier a nova ministra da saúde, Ana Jorge, saiu-se bem nesta sua ´primeira saída ao terreno que bem conhece.
"A ministra da Saúde garante que vão ser “aliciantes” os incentivos financeiros a atribuir aos profissionais que decidam trabalhar nas Unidades de Saúde Familiar. Os enfermeiros dizem-se discriminados.
A titular da pasta da Saúde prossegue a política delineada pelo seu antecessor, Correia de Campos, e quer ter 300 unidades de saúde familiar (USF) a laborar em pleno até ao fim de 2008. O derradeiro objectivo do Governo, sublinhou esta quinta-feira a ministra Ana Jorge, é assegurar que todos os portugueses possam contar com um médico de família: "É uma utopia, mas as utopias fazem andar as pessoas".
As USF constituem a fórmula do Ministério da Saúde para aumentar a taxa de cobertura de cuidados primários em todo o país. Os planos da tutela têm motivado reticências por parte de muitos profissionais dos cuidados primários de saúde, descontentes com o regime de quase esclusividade.
O Governo enviou esta quinta-feira aos parceiros sociais a portaria que define os incentivos financeiros aos profissionais que se organizem em unidades de Saúde Familiar. Nos termos da portaria, que leva a chancela dos ministérios da Saúde, Finanças e Administração Pública, as equipas de profissionais que integrem as USF poderão ver a sua remuneração de base acrescida de suplementos e compensações de desempenho.
Sem revelar valores, Ana Jorge assegura que os incentivos “são extensivos a todos os profissionais” – médicos, enfermeiros e funcionários administrativos. Serão, contudo, “diferenciados” tendo em conta as “diferentes profissões”.
Os parceiros sociais têm agora duas semanas para se pronunciarem. Os valores dos incentivos serão, agora, renegociados com as estruturas sindicais, um processo que deverá estar concluído dentro de um mês.
“Essas compensações vão ser objecto de negociação, que vai começar na próxima semana. Foi hoje enviada aos parceiros a proposta para entrarmos em negociações na próxima semana”, indicou a ministra da Saúde, após uma visita à Unidade de Saúde Familiar Santiago, em Marrazes, Leiria.
Enfermeiros ameaçam abandonar USF
As intenções do Ministério da Saúde contam, para já, com a oposição do Sindicato dos Enfermeiros, que classifica de discriminatório o sistema de incentivos. Os enfermeiros ameaçam mesmo abandonar as Unidades de Saúde Familiar.
“Está estabelecido que, para os enfermeiros, haverá um incentivo de 3.460 euros. Destes 3.460 euros, só 70 por cento é que serão atribuídos aos enfermeiros”, sublinhou à RTP a dirigente sindical Guadalupe Simões. “Fazendo as contas, nenhum enfermeiro alguma vez conseguirá atingir estes objectivos, porque estes 70 por cento dos 3.460 euros são para distribuir por todos os enfermeiros que compõem a Unidade de Saúde Familiar”.
De acordo com Guadalupe Simões, o cálculo de incentivos resulta, “em determinadas circunstâncias”, num “valor irrisório de 100 ou 80 euros por mês e de pouco mais de 900 euros anuais”.
“Isto é comparativamente diferente dos 6.000, 7.000, 8.000 euros de incentivos que os profissionais médicos poderão atingir nestas Unidades de Saúde Familiar”, assinalou.
O Sindicato dos Enfermeiros considera, por isso, estar confrontado com “um logro”.
A proposta do Executivo “fica muito abaixo das expectativas” que levaram os enfermeiros a aceitar fazer parte das USF, prosseguiu Guadalupe Simões. “E resulta numa tomada de posição que é a possibilidade de abandono das Unidades de Saúde Familiar, se esta proposta de incentivos não for alterada”.
Por sua vez, o Sindicato Independente dos Médicos exorta a tutela a pagar as remunerações estabelecidas no regime jurídico das USF antes de abordar a questão dos incentivos.
“Achamos que todos os incentivos são bem-vindos para as funções, mas primeiro deve-se pagar o que está previsto, antes de se avançar para a discussão dos incentivos”, afirmou o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Carlos Arroz, citado pela Agência Lusa.
Carlos Arroz afirmou ainda ser “espantoso não se pagarem as remunerações segundo os modelos previstos no Decreto-Lei de Agosto do ano passado”.
Também ouvido pela RTP, o bastonário da Ordem dos Médicos escusou-se a comentar as medidas do Ministério da Saúde.
“Isto é uma negociação com os sindicatos que espero que seja levada a bom termo, mas sobre a qual a Ordem não se pronuncia”, disse Pedro Nunes.
Carlos Santos Neves, RTP.
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Bem. Toda esta agitação à volta dos CPS, mostram que existem problemas de base que não foram ultrapassados.
Assim:
a) o pagamento das remunerações estabelecidas no regime jurídico das USF que segundo o SIM não está a ser cumprida;
b) os incentivos extensivos a todos os profissionais – médicos, enfermeiros e funcionários administrativos, serão, segundo revelou a ministra, "diferenciados".
c) O SEP não aceita esta diferenciação e ameaça frontalmemnte as USF's com o abandono dos enfermeiros.
De resto, depois de ouvir o Dr. Eduardo Barroso falar sobre incentivos, sobre valores dos mesmos, sobre ser juiz em causa própria, etc, esta questão dos legados, dos óbulos, das oferendas, corre o risco de vir a incendiar as instituições de Saúde.
Em alguns HH's do País, as questões relativas à audição do Dr. Eduardo Barroso na CP da saúde da AR, já começaram a fazer mossa... não tinham passado 24 horas, alguns CA estariam a ser confrontados com sérios problemas.
Agora, nas USF's, onde parece que o regime jurídico aprovado não está a ser aplicado, fala-se de incentivos e lança-se a confusão.
Vamos desenhar uma caricatura:
o processo remuneratório dos profissionais da saúde consta de um ordenado-base que obriga a por o dedo no indentificador biométrico à entrada e à saída. E acaba aqui o seu compromisso.
Tudo o que bulirem a partir daí teremos de ver se está ou não incluído nos regimes de incentivos, compensações, óbulos, t prebendas.
Se não, vai haver problema.
O problema são os vencimentos base. Em Portugal sempre gostamos da política de abonos. Gostamos de ser abonados, de ter suplementos de ordenados, ninguém nos tira isto da cabeça. E os incentivos poderão ser as "novas horas extraordinárias" da Saúde.
Eduardo Barroso, na CP de Saúde da AR disse que não era um "mercenário" da Medicina. Ele de facto não recebe incentivos. Ele recebe prebendas (10 intervenções/ano é isso que significa).
Mas o Dr. Barroso não falou em mercenários, por acaso.
Citou os mercenários, porque não havendo possibilidades de avaliar a qualidade do trabalho produzido nos diferentes sectores da Saúde, poderemos estar a caminhar para constituirmos um batalhão de legionários, impressionantes em ordem unida, ultradisciplinados, cujos feitos se contabilizam pelos despojos.
Todavia, sem pátria, como o dinheiro.
De onde podemos concluir que para além de uma boa comunicação, suave, apaziguadora, doce, algumas nuvens ensombram a primeira "passeata" da Srª. Ministra.
Problemas estruturais, sem dúvida, alheios à sua vontade, mas remanescentes (ia a dizer crónicos) do MS.
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