segunda-feira, fevereiro 11

Presidente do INEM,


Tiro no Porta-Aviões
Muito se tem falado e escrito sobre a incrível gravação telefónica entre o CODU do INEM e o quartel de Bombeiros de Favaios em Alijó, a propósito do socorro de um cidadão do Castedo, reproduzida nos noticiários das TVs link

Além da descoordenação patente das acções de emergência, assistimos em directo à devassa da vida privada de cidadãos, revelada por gravações do INEM que, naturalmente, deviam estar protegidas por regras e procedimentos rigorosos de controlo.
Face às falhas verificadas em relação ao sigilo que deve proteger as referidas gravações, a IGAS decidiu investigar a divulgação da conversa entre o INEM e os bombeiros .

Sobre esta matéria, a nova ministra da saúde, Ana Jorge, terá achado que era necessário intervir, quanto antes, demitindo o presidente do INEM, Luís Manuel Cunha Ribeiro
link

Fica feito o aviso à navegação.
Trapalhadas destas são inadmissíveis. As responsabilidades devem ser assumidas.

6 Comments:

Blogger e-pá! said...

A descoordenação da urgência pré-hospitalar não deve ser trampolim para alterações do organigrama funcional do apoio dos derviços médicos de urgência à população.
As urgências (quer sejam hospitalares ou pré-hospitalares) são tarefas da responsabilidade do MS.
O problema é a transparência. A conversação entre o CODU de Vila Real e os Bombeiros de Favaios e Alijó, veio mostrar deficiências a diversos níveis. Em 1º. lugar do MS, depois do INEM, e falta ainda apurar dos Bombeiros que fizeram uma investigação caseira e saíram muito ofendidos...com todos.

Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, declarou que "O INEM, depois de mais de 25 anos de serviço, precisa de uma mudança". Todos de acordo. Mas a mudança deverá ser o mais abrangente possível e incluir os serviços tanto o MS (fundamentalmente, mas não só, o INEM), como os Bombeiros e outras forças (privadas e do sector social) de intervenção no terreno.

A coordenação de acções com o MAI faz-se, no caso de catástrofe, através do Protecção Civil ou de Gabinetes de crise (task force) criados especificamente para asemergências.
O que pede o presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, Fernando Curto é - em nome de uma eventual coordenação - o estado de sítio permanente na saúde.

No dia a dia deve coordenar - porque detêm os meios, o conhecimento e a capacidade de desempenho - o INEM.

Com o devido respeito, não podemos incendiar tanto o ambiente...

2:46 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Absolutamente inviolável

A mudança no governo da Saúde, com a saída de Correia de Campos e a entrada de Ana Jorge, não faz evidentemente desaparecer, por um passe de mágica, as questões de fundo no sector. Algumas são melindrosas; na semana passada, sublinhámos aqui, por exemplo, a sensação de desamparo que se apoderou dos cidadãos, sobretudo idosos e da periferia, ante o desmantelamento sem alternativas (reconhecido agora pelo primeiro-ministro) de estruturas que, não sendo modelares, acorriam em primeira linha aos problemas e detinham o poder inestimável de tranquilizar as populações.
Melindroso também, e de extrema gravidade, é termos verificado ser possível a divulgação pública de dados pela sua própria natureza reservados, como os relativos à saúde individual. Aquilo a que se assistiu nas televisões demonstrou, é certo, a descoordenação das acções de emergência, mas configurou principalmente um atentado à reserva da vida privada, obra de quem, no INEM, facultou as gravações, e de quem, falho de sensibilidade para tratar o seu conteúdo (os jornalistas), as pôs no ar, sem acautelar o segredo profissional nem respeitar a intimidade dos doentes.
É, sem dúvida, importante conhecer a identidade do(s) responsável(veis) por tal crime (disso se trata) e aplicar a punição adequada, que em países cujos cidadãos são mais ciosos dos seus direitos seria certamente bem pesada, exemplar; porém, mais importante, em nossa opinião, é afirmar que casos destes não podem repetir-se.
O Sindicato Independente dos Médicos foi, no vivíssimo Simédicos, das primeiras organizações a condenar o sucedido, atitude que aplaudimos; já não podemos, contudo, aplaudir o recurso fácil ao nome por que ficou conhecido a figura, histórica, que tanto contribuiu para desvendar uma sinistra conspiração antidemocrática nos EUA e castigar os seus autores. No INEM não existe, de facto, como escreve o SIM, um «Garganta Funda»; este confirmou dados de difícil entendimento no caso Watergate, e prestou, com isso, um serviço de interesse público — bem ao contrário de quem, no INEM, pisou o que devia ser, é, absolutamente inviolável.

TEMPO MEDICINA 1.º CADERNO de 2008.02.04

3:53 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

A mim, enquanto cidadã, parece-me que o tiro ainda há-de sair pela colatra.
Chame-se arrogante ao homem, ou o que se quiser. Mas nunca ninguém tomou tanta e tão corajosas medidas em tão pouco tempo, incluindo formação e informação intensiva.O homem é um líder natural, um comunicador nato e para lá da "arrogância" deixa obra feita.
Ana Jorge, terá querido agradar às bases(?) sabe-se lá sacrificando o quê. A ver vamos.

6:09 da tarde  
Blogger MC said...

No fim pergunto-me:
1) Os Bombeiros não conhecem as tarefas sob sua responsabilidade?
2) Se sim não deveriam estar preparados? Ou teria que ser o MS/INEM a explicar quantos bombeiros deveriam estar de serviço em cada momento?
Ouviram o comandante doa Bombeiros do quartel "desfalcado"? Com comandantes assim não INEM ou MS que nos valham...

7:01 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Decisão antes do fim do inquérito sobre Alijó
"A substituição do presidente do INEM é consequência do que não foi feito. INEM e bombeiros estiveram sempre de costas viradas". A reacção de Fernando Curto, presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, mostra o problema de comunicação entre as duas forças envolvidas no socorro de doentes. A má relação e a necessidade de uma maior articulação entre ambas terão estado na origem do afastamento de Cunha Ribeiro. O presidente do INEM colocou o lugar à disposição logo após a tomada de posse da nova ministra. E Ana Jorge aceitou a demissão na semana passada, mesmo antes de estar concluída a investigação sobre a gravação do pedido de socorro aos bombeiros de Alijó, cuja transmissão nos media veio pôr em evidência as falhas no sistema.

É a primeira baixa desde que Ana Jorge está à frente da pasta da Saúde e incide sobre uma das áreas que tem sido mais contestada nos últimos tempos. Ontem, o nome do sucessor de Cunha Ribeiro era ainda desconhecido.

O reforço dos meios pré-hospitalares foi criticado pelos próprios médicos encarregues de pensar a reforma das urgências, em particular nas duas medidas que permitiram o alargamento dos serviços em áreas onde está previsto o fecho de serviços: a criação de helicópteros sem médicos e das viaturas de suporte imediato de vida, que são tripuladas apenas por enfermeiros sem que as ordens profissionais definissem o que estes profissionais podem fazer. Ontem, o porta-voz da comissão, António Marques, escusou-se a comentar a mudança no INEM

"Há uma hora de entrada e uma hora de saída. A primeira foi estimulante e a segunda resulta da inedurabilidade das organizações." Foi assim que Cunha Ribeiro comentou o seu afastamento numa carta aos colaboradores do organismo, com quem esteve ontem reunido, num encontro que estava já previsto para anunciar a sua saída. Para já, o ex-presidente do INEM escusa-se a fazer mais comentários e diz que vai analisar as hipóteses e depois decidir se voltará ao hospital de São João, no Porto.

Na carta aos colaboradores, defendeu ser "justo poder afirmar que o INEM de 2008 tem pouco a ver com o de 2003 [quando entrou em funções, ainda com o ministro Luís Filipe Pereira do governo PSD/CDS] e lembrou o alargamento da cobertura e dos serviços prestados pelo INEM.

Para os bombeiros, o afastamento de Cunha Ribeiro é visto como uma nova possibilidade para resolver "o desacordo" entre as duas instituições através de uma reivindicação antiga. "O INEM devia ter duas tutelas, a da Saúde e a do Ministério da Administração Interna", defende Fernando Curto. "O caso de Alijó é um dos muitos que acontecem pelo país fora. A culpa não é só do INEM, mas quem está no terreno sabe que há desarticulação na comunicação", defende. A ANBP espera agora que o sucessor de Cunha Ribeiro chame os bombeiros para a mesa de negociações e que se acaba com uma relação em que as duas instituições "parecem inimigos em vez de parceiros que dependem uns dos outros".
JN 12.02.08

Como a ministra da saúde nada disse e nada diz sobre a saída do presidente do INEM, começou-se a instalar a especulação sobre esta decisão.
Vamos ter mais um caso de incapacidade de comunicação? Neste caso por defeito.

10:31 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

Não é apenas mais um caso de dificuldade na comunicação. É um não comunicar. A era de EMEREC (Emissor-receptor há muito foi descodificada). É, desde já, um caso de ressabiamento, de partidarite, de dar "ouvidos à rua" ou, numa expressão mais popular de...

10:53 da tarde  

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