A morte das PPP
Marcelo Rebelo de Sousa é um político arguto. Na sua crónica televisiva semanal veio dizer que a decisão de Sócrates relativamente à gestão hospitalar foi meramente eleitoralista não tendo, na prática, qualquer efeito negativo sobre a expansão dos grupos económicos na Saúde. Ou seja, a morte das PPP no que respeita à gestão clínica, não é mais que uma pedra no sapato dos ditos grupos que, agora, passarão a correr apenas por fora com a sua rede hospitalar própria e médicos que passarão a formar. O negócio está garantido pois será suportado pelos subsistemas e pelos seguros privados em franca expansão.
Portanto, os gestores e demais profissionais dos H.Públicos que se cuidem. O que parece que se desenha na prática é a substituição da complementaridade público/privado por um sistema concorrencial.
Há pois que continuar a progredir na melhoria da gestão hospitalar do SNS e criar condições para reter os bons profissionais. É que depois de 2009 pode bem não ser o Estado a preferir as PPP mas os doentes a optar pela concorrência.
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Há pois que continuar a progredir na melhoria da gestão hospitalar do SNS e criar condições para reter os bons profissionais. É que depois de 2009 pode bem não ser o Estado a preferir as PPP mas os doentes a optar pela concorrência.
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1 Comments:
MOTU CONTINUO
Os números relativos às consultas externas hospitalares em atraso, com o crónico caso da Oftalmologia à cabeça, vêm levantar questões quanto à resolução destas listas de espera.
Convêm, não dramatizar esta questão que entrou - em maior ou menor grau - na rotina dos Países que têm um Serviço Público de Saúde.
Muitos destes problemas têm causas remotas, estruturais, e, na UE, algumas destas questões poderão já ter entrado na rota de soluções comunitárias europeias.
Assim, pelo que se depreende, poderá estar em incubação para "tentar" mais uma resolução deste candente problema, um recalcitrante sistema clonado do SGIC.
Esta eventual solução é o protelar das causas e dos efeitos e enfrondrar-se na escuridão das situações que ficam sempre por esclarecer, onde a baixa produção se entronca em questões relativas a recursos humanos, fluxos de procura, instalações e equipamentos são os principais causas, mas também um dos principais paradoxos.
Isto é, hoje, com os dados estatísticos ao dispôr, é possível determinar e quantificar onde estão as dificuldades e os atrasos das consultas externas.
A previsível resolução para este problema utiliza, como tem sido hábito em Portugal, o contra-senso.
Premeia eventuais prevaricações ou prevaricadores (estamos a falar de Serviços não de pessoal da Saúde).
Penso que vai ser feito mais um esforço - em disponibiidade e utilização do pessoal, bem como de incentivos económicos - para "amenizar" esta lista de espera de CE HH's, nos mesmos locais onde, por ventura, foram e vão continuar a ser, geradas.
O sector privado vai complementar as deficiências da prestação pública.
Interessará saber - e o material estatístico publicado possibilita isso - se o sector público, a nível nacional, ou mais adequado, a nível regional, não terá condições supletivas - capacidade de resposta suplementar - para enfrentar estes problemas.
O problema, é, que, uma eventual distribuição pelo País, além de ser extremeamente penalizante para os doentes e eventualmente para as suas famílias, enfermará de custos acrescidos com deslocações e carrega com um outro problema , que não sendo novo, devrerá ser, quanto antes, debelado.
Uma consulta externa , e muito menos uma cirurgia, não são actos isolados, impares.
São situações que carecem de acompanhamento (quer pós-operatório, quer pós-consulta).
Os profissionais mais adequados para esse follow-up são os médicos intervenientes no processo (cirurgiões e/ou médicos especialistas).
Pelo que, o "regresso" (imediato ou prematuro) à sua unidade de influência ou de proximidade só deverá acontecer após o tempo necessário para definir a alta clinica (o que tem demoras protocolizadas).
Mais eventuais acréscimos de custos, mas os cuidados de qualidade, implicam estes gastos, dificilmente substituíveis por esquemas de comunicação (o mais sofisticados possíveis).
A poupança de custos poderá, determinar a desqualificação de cuidadeos e trazer maus resultados, isto é, ineficiência. Embora, barata.
Não podemos é (continuar a) preverter a lógica do sistema: beneficiar o infractor!
É o que temos vindo a fazer a alguns anos!
Isto é, entregar as listas de espera das consultas externas hospitalares, ou mesmo cirúrgicas, aos Serviços e/ou a grupos de profissionais de Saúde, onde - ou ao lado, pouco importa - as mesmas são todos os dias alimentadas...
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