Rede de Referenciação
Da Urgência
Ainda a propósito da garantia dada por José Sócrates, sábado (14.06.08), que as reformas no Serviço Nacional de Saúde são para manter, apesar da contestação, link talvez seja oportuno lembrar o primeiro ministro que a rede de referenciação da Urgência já está «ao nível operacional» (depois de adaptada às alterações efectuadas pela tutela ao mapa de Urgências) e que a sua colocação no terreno apenas está dependente da decisão dos órgãos competentes do Ministério da Saúde. link
Etiquetas: Urgências
9 Comments:
Se a rede de referências está operacional quer dizer que pode ser implementada de forma faseada como aconselha a CTRAPU. Faltam só as condições políticas. O Governo nesta altura do campeonato tem só uma prioridade: aguentar o barco.
Talvez seja oportuno fazer um ponto de situação do programa de reformas previsto para esta legislatura.
Ao nível da rede, os cuidados continuados parecem ter ultrapassado as USF como a jóia da reforma.
O MITO DE SÍFISIO…
Hoje, A FNAM, com data de 12.06.08, divulgou uma carta à Senhora Ministra de Saúde sobre a “Transcrição de exames complementares de diagnóstico”.
A extensa fundamentação para a tomada de posição – contra a transcrição de exames complementares de diagnóstico - é, em termos abstractos, absolutamente inoportuna e descuidada. Parece ter sido escrita por um amanuense...
Assim, de uma penada, considera-se a dita “transcrição de exames complementares de diagnóstico” enferma de uma “cascata” de iniquidades, sendo uma actividade perniciosa em termos de desperdícios e, humanamente, vexatória para quem o faz!
Assim, seria:
“promovida pela generalidade das administrações hospitalares, e da qual resultam pesados prejuízos para a eficiência global do sistema, subversões na responsabilidade da prescrição, incómodos para os utentes e sobrecarga de trabalho ao nível dos Cuidados de Saúde Primários sem tradução possível em ganhos de saúde para as populações”…
Uma leitura enviesada desta argumentação levaria a pensar que os CPS ao transferirem um utente para os cuidados secundários (hospitalares) seguiam as históricas pisadas de Pilatos. Em relação a esse utente uma vez transposto o "portal do CS, as unidades lociasi, lavavam olimpicamente, as mãos.
Muitas vezes o doente chega ao hospital sem estar sistematicamente e exaustivamente estudado quer no aspecto clínico, sem história pregressa clara, sem história medicamentosa discriminada. É enviado com uma informação telegráfica do tipo – (p.exº:) - “lombalgias”.
Queixa-se a FNAM, evocando o Despacho 4/89 de 13/01/1989, que os HH’s prevaricam, ao solicitar :
“…. começam agora a solicitar que sejam os médicos de família a requisitar os exames pré-operatórios e de estadiamento em situações oncológicas, bem como a emitir as credenciais de transporte dos doentes para consultas, tratamentos e internamentos….”
Os factos não são bem assim, e quem anda pelo Mundo da Saúde, sabe que não.
Ninguém exige que os CPS façam “estadiamentos em situações oncológicas”.
Mas, convém exagerar…para ser convincente.
Voltemos ao tal doente transferido com “ lombalgias”.
Não traz Rx, os exames bioquímicos sumários são parcos e pouco orientados para uma pesquisa diagnático. A dor passou de sintoma a doença. É aqui que nasce a tão badalada "fibromialgia"...
Bem, continuando a seguir o percurso do doente, perante o quadro clínico, detecta-se uma anormal elevação do PSA, a eco prostática revela um tumor, a biopsia confirma e o TAC da coluna lombar mostra múltiplas metástases. Finalmente estamos no caminho do estadiamento oncológico…
Mas pelo caminho ficaram provavelmente muitas boas práticas…o assegurara da continuidade dos cuidados, o brio profissional, etc.
A concepção da FNAM excluí o SNS como um serviço universal e integrado. Tornou-o um somatório de “capelas” com “dioceses” diferentes, para onde se “empurra” o doente e, descansadamente, aguarda-se a alta hospitalar.
Muitas vezes de volta sem informação suficiente… é verdade. Mas isso é outro problema!
É preocupante a afirmação de que os hospitais, possuindo os meios técnicos ao dispor que possibilitam a realização dos exames complementares, promovam a transferência da respectiva requisição para os Centros de Saúde, os quais, não tendo essa dotação técnica, requisitam ao sistema convencionado.
Ninguém defende o endosso dos utentes para realizarem os exames complementares no sistema convencionado.
Mas a afirmação de que os HH’s dispõem meios técnicos ao seu dispôr peca por incompleta e enganosa. Num dos grandes HH’s Centrais da Região Centro, no Serviço de Imagiologia, nos últimos 2 anos, terão abandonado (por pura e simples exoneração, licença sem vencimento, redução de horário, etc) de cerca de 20% dos recursos humanos disponíveis. Esta situação parece não chegar aos Centros de Saúde e motivar afirmações gratuitas.
Por outro lado, o problema não está aí.
O doente não tem patrão nem nos CPS nem nos HH’s. Ao doente devem ser facultados todos os meios independentemente do local da rede de referenciação onde se encontra. O diagnóstico tem um timming tão ou mais importante do que o eventual tratamento
Os cuidados em Medicina são integrados, ou então em vez de exercermos a arte médica, andamos a fazer “puzzles”.
A afirmação de que “Esta prática é identificada pelos médicos de família como um dos factores mais geradores de desmotivação no seu trabalho diário, …” mostra como os sintomas de desgregação sob a capa de “pseudo-autonomias”começam a surgir. Estamos virados cada um para o seu lado.
Há muitos anos que se “empurravam” doentes de um lado para outro. De repente começamos a pugnar pelo “empurrar” de custos. É um sintoma dos tempos em que vivemos.
Por vezes, todo um processo conducente a um diagnóstico é um processo mororso e difícil. O doente não deve ser remetido para um escandaloso sistema de “vai-vem”: casa – hospital.
Isto porque a transcrição de um exame solicitada e, por exemplo, a realizar daqui a 1 mês, é um factor de “desmotivação no seu trabalho diário”…
Difícil de acreditar!
Mais desmotivante e deletério é obrigar um doente em mau estado ou com perda de autonomia a fazer uma deslocação de centenas de Km, em ambulâncias sem condições apropriadas para o facto, quando poderia realizar o exame complementar no seu bairro de residência habitual.
Há necessidade de uma melhor comunicação entre os HH’s e os CPS.
Esta será – a para do famoso sistema hospitalocêntrico - uma das frases mais gastas e repetidas na Saúde.
Mas a comunicação, não chega!
O que é indispensável é salvaguardar e promover os cuidados de proximidade, como sabemos, objectos de tanta contestação nos últimos tempos.
A comunicação torna-se válida quando complementada com cooperação e quando está assegurada a continuidade dos cuidados (sempre que possível domiciliários).
Voltemos ao essencial: o doente, primeiro.
Um dos direitos dos Utentes é:
- Cuidados apropriados ao estado de saúde
O doente tem direito a receber os cuidados apropriados ao seu estado de saúde, no
âmbito dos cuidados preventivos, curativos, de reabilitação e terminais.
O doente tem direito aos cuidados apropriados ao seu estado de saúde e à continuidade destes cuidados, abrangendo cuidados preventivos, curativos, de reabilitação e terminais. Em nenhuma circunstância o doente será discriminado por causa das sua convicções, condição social ou local de residência.
Em toda a sua argumentação a FNAM não devida perder de vista quer a condição social do doente, quer o seu local de residência…
Albert Camus, para caracterizar a situação, refugia-se no mito de Sísifo.
Este desafiou os deuses; Capturado sofreu uma punição: para toda eternidade, ele teria que empurrar uma pedra de uma montanha, até topo, a pedra rolaria para baixo e ele novamente teria que recomeçar tudo. Camus pega neste mito para em forma de metáfora questionar a vida moderna, e mostrar que determinadas “desmotivações” não são outra coisa do que a futilidade de objectivos da falta de organização e de coordenação do trabalho, enfim, do repúdio à integração dos cuidados.
Tenho, infelizmente, de constatar que a carta da FNAM se alguma vez fosse lida por Camus seria um documento prenhe de sugestões dessa deriva “modernista”.
E como no mito de Sifisio cada carta deste teor uma vez escrita seria rasgada e recomeçava a ser re-escrita outra...até chegarmos a um serviço universal, equitativo e funcional, isto é, integrado.
Hospitais pedem exames aos centros de saúde
A prática, comum, gera desconforto entre os médicos de família: assoberbados com a falta de clínicos para atender os utentes, os centros de saúde recebem doentes enviados pelos hospitais para lhes serem passados exames.
Para lá de obrigar a consultas desnecessárias, o hábito - denunciado pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) - acaba por transferir para os cuidados primários despesas que deveriam ser de responsabilidade hospitalar. E que acabam pagas pelo Estado ao sector convencionado, apesar de haver meios disponíveis no Serviço Nacional de Saúde. O alerta consta de uma carta endereçada na semana passada à ministra da Saúde. Sem conseguir quantificar o problema, a FNAM aponta "prejuízos para a eficiência global do sistema, subversões nas responsabilidades de prescrição, incómodos para os utentes e sobrecarga de trabalho ao nível dos cuidados primários". Bernardo Vilas Boas, dirigente sindical dedicado à área dos cuidados primários, admite que nem as situações, nem as despesas transferidas para os centros de saúde, nem as consultas gastas com esta prática estão calculadas. Mas, garante, são casos "frequentes". "Ainda hoje recebi aqui um pedido de prescrição de um estudo genético vindo do Hospital de S. João", conta o também coordenador da Unidade de Saúde Familiar Serpa Pinto, no Porto. O argumento aludido pelo médico que transcreveu o exame era o da "falta de condições" para realizá-lo no hospital. "Se o S. João não tem condições, quem tem?", questiona o médico de família. "O que às vezes acontece é os doentes chegarem às consultas externas mal referenciados dos centros de saúde, sem estarem minimamente estudados", diz-nos um administrador hospitalar com anos de experiência que preferiu não dar o nome. Faltam-lhes, por exemplo, análises e radiografias simples. E acabam recambiados para o médico de família. Muitas vezes, admite Bernardo Vilas Boas, "o argumento apresentado é o do atraso da realização dos exames no próprio hospital. Já recebi pedidos de TAC com a indicação de que no hospital o doente teria que esperar quatro semanas e que cá fora seria mais rápido". Outras vezes, a desculpa é a de que "é mais conveniente para o utente realizar os exames na sua área de residência em vez de ter de voltar ao hospital". O sindicalista acredita nesses argumentos? "Por vezes sim, outras não. Todos sabem do equipamento subaproveitado nos hospitais", por um lado, e há casos em que o hospital e o centro de saúde são na mesma zona, por outro. E depois, adianta o médico, "é muito raro um utente não querer fazer exames no hospital, até pela atracção que exerce, por reunir os especialistas e a tecnologia".
"O que a carta à ministra refere são casos de exames possíveis nos hospitais", diz Bernardo Vilas Boas. E o administrador ouvido pelo JN acaba por admitir "que possa acontecer" o desvio denunciado pela FNAM. Mas, a existir, diz, "não é razoável nem aceitável". Tal como, de resto, estabelecem a lei e as circulares da Direcção-Geral de Saúde, segundo as quais a responsabilidade pelas despesas com cuidados de saúde é imputada ao serviço que os requisita. "O significado desta sobrecarga de despesas e de consultas para cada centro de saúde e para cada médico de família pode ser relativamente pequena. Só que multiplicada por seis mil clínicos e 300 estabelecimentos, começa a pesar", alerta o dirigente sindical.
Ivete carneiro, JN 16.06.08
Com a implementação da "Consulta a Tempo e Horas" este problema está em vias de ser ultrapassado.
Os doentes enviados pelos CSP para as consultas de especialidade devem ser acompanhados dos exames que o sistema prevê de acordo com cada especialidade (procedimento normalizado).
O processo de pedido de consulta dos CSP é analisao pelo médico triador dos hospitais segundo critérios pré-estabelecidos (procedimento normalizado).
Se os doentes não se fazem acompanhar dos exames previstos no procedimento são enviado para trás .
Os doentes admitidos à consulta hospitalar pelo médico triador efectua naturalmente os exames prescritos pelo médico hospitalar no próprio hospital ou nos convencionados.
As situações apresentadas pela FNAM são residuais. Cessarão á medida que o sistema da "Consulta a Tempo e Horas" se for aperfeiçoando (fase de implementação e desenvolvimentos).
Afinal as Reformas da Saúde estão mesmo a avançar
O Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Caminha encerra no final de Junho, sendo substituído por uma consulta de clínica geral que funcionará, diariamente, entre as 08:00 e as 24:00.
Esta informação, hoje avançada à agência Lusa pelo director daquele Centro de Saúde, Amílcar Lousa, tem a garantia do responsável de que esta alteração funcional "foi implementada em sintonia com a câmara local e significará uma melhoria substancial do atendimento aos utentes".
"O SAP que hoje existe não tem condições para atendimentos urgentes. Funciona apenas como uma consulta normal, sendo os casos urgentes transferidos para o Hospital de Viana do Castelo, o que, na prática, se traduz numa perda de tempo. Com a consulta de clínica de geral, estes casos serão atendidos no próprio Centro de Saúde, até à meia-noite", acrescentou Amílcar Lousa.
Entre as 00:00 e as 08:00, os utentes ligam para o 112 e "em 10 minutos", segundo o responsável, terão à porta uma ambulância de suporte imediato de vida (SIV), "com muito melhores condições para acudir a situações emergentes" do que o Centro de Saúde, que os transportará até ao hospital.
"É bom lembrar que, neste período, o Centro de Saúde de Caminha recebe, em média, apenas um utente e meio por dia", sublinhou Amílcar Lousa.
O responsável disse ainda que "não havia condições humanas" para assegurar o funcionamento do SAP 24 horas por dia, uma vez que os 12 médicos do quadro do Centro de Saúde têm todos mais de 50 anos, o que os liberta da obrigação de fazer urgências no período nocturno.
"Com esta realidade, e com o período de férias que se avizinha, iríamos ter, durante o Verão, imensos períodos em que o SAP iria ter que encerrar, por falta de médicos. Com a alteração que será implementada a partir de 01 de Julho, asseguraremos uma consulta de clínica geral diária, incluindo fins-de-semana e feriados, até à meia-noite, o que representa um enorme para o utente", acrescentou.
Amílcar Lousa sustentou ainda que o encerramento do SAP no período nocturno "é agora possível" por já estarem, no terreno, os meios de socorro alternativos que constam do protocolo assinado entre a Câmara Municipal e o Ministério da Saúde, nomeadamente as três SIV previstas para o distrito de Viana do Castelo e a unidade móvel de saúde que percorre as diversas freguesias de Caminha.
"O que está em causa não é o encerramento do SAP, mas sim a melhoria substancial do atendimento aos utentes", reiterou o responsável.
Esta alteração funcional no Centro de Saúde de Caminha insere-se no plano de reestruturação das urgências no distrito de Viana do Castelo, que prevê igualmente o fecho dos SAP de Melgaço, Paredes de Coura, Arcos de Valdevez e Valença, estes ainda sem data marcada.
Hoje são entregues as três últimas unidades móveis de saúde, aos municípios de Valença, Monção e Melgaço, que se juntam assim a Vila Nova de Cerveira, Caminha, Paredes de Coura, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, que já dispunham de viaturas idênticas.
No início deste mês, foram também entregues as três SIV previstas para o distrito de Viana do Castelo, igualmente no âmbito do processo de reestruturação da rede nacional de urgências.
Visão on line 16.06.08
Sem qq contestação .
O que dirá disto CC !
O responsável disse ainda que "não havia condições humanas" para assegurar o funcionamento do SAP 24 horas por dia, uma vez que os 12 médicos do quadro do Centro de Saúde têm todos mais de 50 anos, o que os liberta da obrigação de fazer urgências no período nocturno.
"Com esta realidade, e com o período de férias que se avizinha, iríamos ter, durante o Verão, imensos períodos em que o SAP iria ter que encerrar, por falta de médicos. Com a alteração que será implementada a partir de 01 de Julho, asseguraremos uma consulta de clínica geral diária, incluindo fins-de-semana e feriados, até à meia-noite, o que representa um enorme para o utente", acrescentou.
Pergunta-se ao Sr. Director do CS de Caminha:
Os médicos que vão assegurar o funcionamento da tal consulta de Clinica Geral até à meia noite não são os mesmos? Ou deixaram de ter mais de 50 anos ? Ou será que a alteração semântica não lhes possibilita serem dispensados de serviço nocturno?
Se assim for, é o Sr. director conivente conm o atropelo aos direitos dos seus colegas?
Meu caro É-Pá
Extenso comentário o seu ao qual apenas faço aguns e curtos reparos.
1º Serão assim tantos os pedidos bacocos de consulta hospitalar como o que dá o exemplo( lombalgias e mais nada)?
2º A necessidade de uma hierarquia clínica e tecnica nos CSP possibilitaria uma reflexão sobre esses tais pedidos...mas será que ela existe a nivel hospitalar?
3º Comovente a preocupação com os doentes...só não percebo porque é que as administrações hospitalares não disponibilizam aos médicos hospitalares os meios de requisição ( em papel ou informatico) de ECD que o doente poderá fazer na sua área de residência e de que o convencionado apresenta a factura ao prescritor...Porque será?
4º Devo informá-lo que o IPO Porto está neste momento a exigir que um doente oncologico leve na 1ª consulta TAC de estadiamento ...sem isso a 1ª consulta não é marcada
5º A consciencia da ilegalidade é tanta que mts vezes esses pedidos são de boca e do estilo " diga lá ao seu MF para lhe pedir tal e tal exame"...
Caro Carago:
O pedido de consulta por "lombalgia", supõe-se que recalcitrantes aos tratamentos convencionais, não é assim tão bacoco como parece.
Faz ideia do numéro de diabetes (tipo II) "inaugurais" detectadas em internamentos e CE hospitalares?
Sabe o que isto significa em relação a cuidados primários em Portugqal ou em qualquer parte do Mundo?
Ou será que, a partir de agora, a par dos incentivos, esta situação vai equilibrar-se?
"Devo informá-lo que o IPO Porto está neste momento a exigir que um doente oncologico leve na 1ª consulta TAC de estadiamento ...sem isso a 1ª consulta não é marcada".
Primeiro, não há TAC's de "estadiamento". O TAC pode, ou não, incorporar o screening necessário para o estadiamento. O estadiamento é um procedimento colectivo com a aplicação de um sistema referenciado, por norma, a classificação TNM.
Não pode ser fruto de uma "birra administrativa" ou uma "encomenda da gestão".
Mas, p. exº., um pedido de consulta com a hipotese diagnóstica de hernia discal lombar, sem a realização prévia de TAC é o mesmo que tentar fechar uma contabilidade sem efectuar o balanço.
Mas no fundo voltamos à "vaca fria".
No SNS não há integração e continuidade de cuidados o que indiscutivelmente, beneficiaria o doente.
Há separação de custos como se o dinheiro para a Saúde, parte seja proveniente do OE e outra seja sacada à candonga.
O que é notório é com ou sem prejuiízo do doente (segundo a óptica do observador), além dos exames repetidos, há deslocações desnecessárias, muitas delas penosas (para não dizer dolorosas).
Há, portanto, uma guerra de gestão dos dinheiros públicos com a qual ninguém ganha. Excepto, talvez, os bombeiros e as suas incansáveis e pejadas âmbulâncias... que trazem o doente ao HH para realizar o exame e passada 1 semana para a consulta de controlo...
O que é que se pressente?
É que, talvez, os CPS não resolvam 95% dos casos como, pomposamente, foi anunciado.
E se surgissem sistemas reguladores e de controlo (no seio de idóneas competências médicas) que onerassem os responsáveis por transferências indevidas (consumidoras de dinheiros públicos)?
E quanto aos "pedidos de boca" ... eles existem nos diferentes tipos de cuidados. São os métodos expeditos do "desenrasca" e a conseuência da saturação de começar cartas assim: "Caro Colega..." - Com os melhores cumprimentos do colega ao dispôr -(segue-se assinatura ilegível...)
Caro É Pá
Desculpar-me-á mas penso que andou às voltas na sua resposta ao meu comentário, nomeadamente no ponto 3e no último ponto fez um passe para o lado.
Quanto ao "TAC de estadiamento" essa é a justificação dada e assumida pela instituição hospitalar em questão a reclamações formais à recusa de marcação de consulta, não é uma terminologia minha...
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