133 mil
Sócrates definiu como objectivo a criação de 150 mil postos de trabalho na legislatura. É justo dizer que a economia criou já 133,7 mil desde o segundo trimestre de 2005 e que o esforço veio do sector privado, porque o Estado tem agora menos 40 mil funcionários que naquela data.
Nicolau Santos, expresso 23.08.08
Etiquetas: Politica
2 Comments:
Para termos uma visão clara e verdadeira das coisas, interessaria contabilizar quantos postos de trabalho foram extintos, com uma redução massiva dos postos de trabalho.
E como estamos em volume de falências e de encerramentos de todo o tipo de unidades produtivas, de deslocalizações ou, ainda, pela contratação de mão-de-obra barata, nomeadamente proveniente dos países do Leste europeu, do Brasil, da Ásia e/ou de África?
Segundo dados disponíveis em apenas três anos (2001/2004) foram destruídos em Portugal, segundo o INE, quase duzentos mil postos de trabalho. Sabemos que esto lapso de tempo corresponde aos Governos PSD/PP, mas a situação não se modificou.
Há um notório desfasamento entre o desemprego real e o desemprego oficial.
Defendo, que tanto na política como na vida, chega a hora de fazer balanços e verificar o saldo.
Não nos podemos contentar com o que é verificável, num momento efémero, nem com visões focalizadas de uma realidade que, infelizmente, é má.
Os balanços devem ser sempre globais e incorporar activos e passivos. Se não, soam a falsos.
Independentemente da quota de responsabilidade da política governamental e ajustados os reflexos da situação internacional que, como sentimos todos os dias, tem sido gravosamente adversa ao nosso crescimento.
E, finalmente, a sacramental pergunta: como estamos de taxa de desemprego?
Será verdade que a taxa de desemprego em Portugal subiu para 7,5% em Maio de 2008, continuando acima da média europeia?
Para além dos 150.000 postos de trabalho prometidos, não foi também afirmado que, a partir de 2007, estariamos - quanto à taxa de desemprego - ao nível da média europeia?
O fim de ciclo governamental - e este não é excepção - dá sempre origem a "malabarismos" com números, taxas, indíces, etc.
Há, contudo, uma verdade insofismável. Ao nível da função pública - processo que depende exclusivamente do Governo - procedeu-se a um severo "emagrecimento" do aparelho estatal. Passou pela reforma da Administração Pública, inadiável sem dúvida, mas caminhou no encalço das mais recalcitrantes exigências dos conservadores - menos Estado (melhor Estado?).
Esta é uma "vitória pírrica" para um partido do espectro político do PS, cuja política social depende de estruturas públicas actuantes e eficientes.
Diz a História que Pirro quando lhe deram os parabéns pela vitória na Batalha de Ásculo, terá respondido: "mais uma vitória como esta, e estou perdido."
Esta dualidade de interpretações aplicada à função pública deve funcionar como um aviso para o PS.
Os funcionários da Administração Pública, estão de "costas voltadas" para o Governo, magoados, desmotivados e muitos esperarão por 2009 para "ajustar" contas... Ninguém esquecerá aquela prestimosa figura - criada por este Governo - da "mobilidade especial"...
Pena é que os economistas não clarifiquem estas situações, em nome de uma informação verdadeira, pluralista e rigorosa, como os cidadãos merecem.
O que queremos esconder?
Adenda:
O cartaz diz "recuperar"!
Como objectivo, mais gravoso.
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