sábado, agosto 23

Investir em Saúde


Faz bem à Economia.

“defende-se a ideia de que todo o capital, público ou privado, dispendido na compra de serviços de saúde contribui para alguma forma de crescimento económico” PKM, DE 21.08.08
Esta ideia não é nova. Sobre esta matéria recomenda-se a leitura “The contribution of health to the economy in the European Union”, um trabalho de Marc Suhrcke, Martin McKee, Regina Sauto Arce, Svetla Tsolova e Jørgen Mortensen (Ago 2005). link

«In contrast, the potential contribution of health to the economy has received rather less attention in high-income countries, where health has not made its way into national economic development strategies and plans. In most of these countries, the thrust of contemporary discussions on health reform typically sees interventions that promote health and the delivery of healthcare as costs that need to be contained. In most countries, health is among the weakest of ministries and there are only a few examples of finance ministries having engaged in discussions with health ministries about how the latter could contribute to national economic outcomes through activities that improve health, rather than exhorting them to cut costs. »
«There is a sound theoretical and empirical basis to the argument that human capital contributes to economic growth. Since human capital matters for economic outcomes and since health is an important component of human capital, health matters for economic outcomes. At the same time, economic outcomes also matter for health. A recurring theme throughout this book is the existence of feedback loops offering the scope for mutually reinforcing improvements in health and wealth. »
«From a European perspective, this question links closely with the debate on the European Union’s Lisbon agenda. This discourse increasingly accepts that greater investment in human capital constitutes a necessary, albeit not sufficient, condition for making the European economy more competitive in the wider world. If this is to be achieved, it will be necessary to increase our understanding of the benefits to be derived from investments in human capital, including those in population health.»

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4 Comments:

Blogger e-pá! said...

Não resisto a citar um documento que me veio à colação depois de ler o post que relaciona "Saúde e fazer bem à Economia".

Diz respeito à carta de Ottawa.
Em Novembro 1986 realizou-se em Ottawa (Canadá) uma
conferência internacional sobre Promoção da Saúde.

Esta conferência que, precedeu muitos anos a de Tallinn, pretendeu ser o arranque de um novo movimento de Saúde Pública a nível mundial.

A Carta de Ottawa, parte da Declaração de Alma-Ata, e de um debate na Assembleia Mundial de Saúde sobre a acção intersectorial para a saúde.

Assim, a Saúde passou a ser considerada um "como um recurso para a vida e não como uma finalidade de vida".
Dentro dos meios para atingir um estado saúdável, enfatizou-se o conceito de qualidade de vida, logo, a promoção do bem-estar.

E os principais recursos, e instrumentos, para atingir estes objectivos, são fáceis de encontrar:

- paz,
- abrigo,
- educação,
- alimentação,
- recursos económicos,
- ecossistema estável,
- recursos sustentáveis,
- justiça social,
e
- equidade.

De facto, é por estes caminhos que a OMS chega a Tallinn...

Praticamente um programa de governo!

Ou, ainda, a célebre (estaria tentado a chamar-lhe utópica) canção de Sérgio Godinho:
"Só há liberdade a sério quando houver
a paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir. "

Há 34 anos!

3:27 da tarde  
Blogger Tá visto said...

Que os níveis de riqueza e de saúde dos povos estão intimamente ligados penso que ninguém duvida, bastará olhar para o mundo das nações e, dentro de cada uma delas, para o que se passa ao nível dos diversos extractos sociais para o confirmar. Sabemos porém que as causas que contribuem para o bem-estar e saúde dos povos, estão muito para além das despesas atribuídas ao sistema de saúde em si mesmo. Outros factores, como sejam uma distribuição mais equitativa da riqueza, promoção da literacia, acesso a bens culturais e medidas ambientais, são tão ou mais importantes que o investimento em saúde, entendida em sentido estrito, para o aumento da qualidade e esperança de vida dos povos.
É hoje evidente a existência de vários lobbies, ligados às industrias médica e farmacêutica, que se movimentam junto dos círculos comunitários que, com o objectivo de aumentarem proventos, procuram estabelecer uma relação causa efeito entre investimento em equipamentos e farmácia e melhoria da saúde das populações. Há pois que relativizar esta relação entre economia e saúde, é que sendo verdade que uma população mais saudável gera mais riqueza nem sempre um maior investimento no sistema de saúde se traduz em melhor saúde pública.
No caso concreto do nosso País, em que a despesa em saúde já ultrapassou 10% do PIB, estando acima da média europeia, preconizar-se um aumento do investimento no sistema de saúde como forma de melhorar a saúde dos portugueses é defender uma má política. Como bem se sabe, o orçamento não é elástico e se puxarmos excessivamente a manta outras áreas determinantes na formação da nossa saúde ficarão a descoberto. Parece-me pois que o que é prioritário é aumentar a “accountability” o nível dos diferentes patamares de decisão de forma a combater os desperdícios do nosso sistema de saúde.

8:07 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Caro Ta visto:

Estamos a discutir a pescadinha de rabo na boca.

Quando menos desenvolvido é o País maiores gastos em políticas sociais são necessários.
Por isso, embora subscreva as medidas tendentes a "aumentar a “accountability” o nível dos diferentes patamares de decisão de forma a combater os desperdícios do nosso sistema de saúde", que preconiza, não me escandaliza que a despesa em Saúde, nas actuais circunstâncias, ultrapasse os 10% do PIB.
Aliás, com as performances apresentadas nos últimos tempos pelo SNS, em termos de gestão, vai sendo necessário repensar a quantificação do volume de desperdício. Penso que, hoje, os estimados 25%, não correspondem à nossa realidade.

A resolução deste problema passa, em meu entender, pela conjugação do combate ao desperdício e melhores níveis de bem-estar social e económico.
Por outro lado, o investimento em novas tecnologias, na inovação e em melhores cuidados não me parece ser um lobby organizado de médicos e da Indústria Farmacêutica. Eles são a resposta imediata para os problemas de agora, e têm tido reflexos que não podem ser ignorados, nomeadamente ao nível da esperança de vida e da taxa de mortalidade infantil.

Caso contrário, e se quisermos manter a equidade, a manta será sempre curta, ou pior, haverá a tentação de modificar/alterar o sistema (neste caso o SNS).

Os meus receios entrosam-se nesta última premissa.

10:38 da tarde  
Blogger Clara said...

os estudos empiricas sobre esta matéria têm de ser analisados com extremo cuidado.
Se esta correspondência fosse tão linear o que pensar dos recentes investimentos dos privados da Saúde?
Será que os indicadores de saúde vão explodir?
E que o plano de Saúde (2010) pode-se dar já por cumprido?
Será de mais de esperar profundas alterações ao nível do crescimento da procura e do consumo de cuidados muitos desnecessários.

1:10 da tarde  

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