Cartão de Natal
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Por esta altura, Josias, amigo e camarada de grupo de combate em Moçambique, escreve-me uma longa carta a contar a vida.
Continua atormentado. Todas as noites, antes de adormecer, lembra-se do fim de tarde em que abateu um guerrilheiro com um tiro de dilagrama. Um desconhecido . Sem razão nem ódio.
Josias acredita que o espírito do defundo virá um dia vingar-se. Na calada da noite. Com frieza, a executar o servicinho.
Pergunta-me se tenho pesadelos. E se gostaria de matar por ódio. É que matar por ódio afugenta os espíritos .
Josias deixou de ir ao médico. Por vergonha. Que os amigos e vizinhos pensem que perdeu o juízo.
Continua atormentado. Todas as noites, antes de adormecer, lembra-se do fim de tarde em que abateu um guerrilheiro com um tiro de dilagrama. Um desconhecido . Sem razão nem ódio.
Josias acredita que o espírito do defundo virá um dia vingar-se. Na calada da noite. Com frieza, a executar o servicinho.
Pergunta-me se tenho pesadelos. E se gostaria de matar por ódio. É que matar por ódio afugenta os espíritos .
Josias deixou de ir ao médico. Por vergonha. Que os amigos e vizinhos pensem que perdeu o juízo.
Por cá, tudo bem. Feliz natal, amigo.
Etiquetas: Moçambique
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