terça-feira, novembro 18

Medicamentos, Set 08

O encargo do SNS com medicamentos dispensados em farmácias oficina, reportado ao período Jan-Set 2008, totaliza 1.102.116.651 euros (+ 6,2%, que em igual período do ano anterior), muito acima da meta de crescimento estabelecida para o corrente ano (2,9%).

As vendas de medicamentos genéricos totalizaram no mesmo período 464.117.616 euros (tx de crescimento de 7,7%), o que representa uma quota de mercado de 18,62%. Em embalagens a quota de mercado é de apenas 12,87%, correspondente à venda de 23.805 mil unidades.

O valor do consumo de medicamentos dos hospitais do SNS, referente ao período Jan-Ago 2008, totaliza 339.575 mil de euros, com uma taxa de variação homóloga de 4,9%, superior portanto à meta de crescimento dos hospitais para o corrente ano (3,9%).

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3 Comments:

Blogger xavier said...

Post acima foi elaborado com base na informação periódica publicada pelo Infarmed.

Entretanto, todos devem estar lembrados que o Infarmed, IGAS e ACSS estão a realizar uma auditoria para “apurar os factores que justificam a alteração da tendência de evolução da despesa com medicamentos em ambulatório no Serviço Nacional de Saúde”. Isto porque “o efeito das diversas medidas instituídas no âmbito da política de racionalização e contenção de gastos na área do medicamento permitiu, nos últimos três anos, a redução do ritmo de crescimento da despesa total em medicamentos e da despesa com medicamentos em ambulatório no SNS”. Contudo, “registou-se no último trimestre um crescimento da despesa superior ao previsto”.

As variações homólogas do terceiro trimestre (5,2; 5,1 e 6,2%) reflectem um crescimento médio da despesa de 5,5%. A tendência de evolução da despesa, seria naturalmente de aproximação à meta estabelecida para o corrente ano. O que se verifica efectivamente é o seu afastamento em Setembro para valores muito acima daquele objectivo (+ 3,3 pontos).
O relatório preliminar da equipa de inspecção já deve ter sido entregue ao MS (15.11.08).
Faço votos para que no final do ano não haja surpresas.

12:45 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Não há maneira de evitar o aumento de custos com medicamentos quando, simultâneamente, se pugna pelo aumento da produção hospitalar, nomeadamente, da redução do tempo de espera das C. Externas.
Por outro lado, se é verdade que a cobertura assistencial do País, tem melhorado com a implementação das USF's, está aí outro factor concorrencial para o aumentos de custos medicamentosos...
É a história da "manta curta..."

Espero que este aumento não venha a ser atribuído a:
- aumento do desperdício;
- mudanças na rotina assistencial;
- baixo nível de crescimento na prescrição de genéricos;
- desvios,
- etc.

Na verdade, não foram perceptíveis alterações nas prescrições terapêticas, não houve uma introdução desmesurada de medicamentos inovadores, não grassaram epidemias, nem sequer visíveis mudanças do comportamento dos prescritores e/ou dos consumidores.
O que se tem verificado é um insidioso estímulo ao consumo de medicamentos fruto de uma cultura consumista.

Vejamos o caso paradigmático do colesterol.
Nos anos 90 os valores considerados normais eram < 240 mg/dl.
Hoje, fruto de meetings, protocolos e da manipulação do mercado - estâncias onde a indústria mexe os cordelinhos - já vamos em <190 mg/dl.
Este hiato (240 para 190) significa - a nível mundial - o disparar do consumo de estatinas, por milhões de novos consumidores.
As estatinas foram descobertas há cerca de 30 anos.
Proliferaram os medicamentos-irmãos ( sinvastatina , pravastatina, atarvastatina, rosuvastatina, fluvastatina, etc ).
A resposta esperada do mercado seria a descida de preços.
Não foi e provavelmente nunca virá a ser!
A estratégia da Indústria não é essa.`
É aumentar o consumo baixando os critérios de "normalidade"...incentivandos os utentes a tratar factores de risco em vez de apostar na prevenção...
Mas isto levaria-nos muito longe...

Esperemos que a auditoria IGAS/ACSS detecte a reais causas deste "deslizar" orçamental.

Que, diga-se em abono da verdade, pode muito bem ser uma coisa muito mais comezinha: objectivos irrealistas...

5:51 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Os medicamentos para tratamento de doenças do foro psiquiátrico e neurológico são dos que mais contribuíram para o aumento da factura do Serviço Nacional de Saúde com tratamentos em ambulatório (farmácias).

De acordo com os resultados preliminares da auditoria pedida pelo Ministério da Saúde, quatro dos seis grupos de remédios responsáveis por 85% desse crescimento dizem respeito a doenças daquelas duas áreas. A isto junta-se o facto de haver cada vez mais casos de doentes psiquiátricos e neurológicos a beneficiar do regime especial de comparticipação, ou seja, quase metade dos doentes beneficiam do apoio estatal máximo (ou mesmo total).

A avaliação dos medicamentos que mais contribuíram para a subida dos gastos do SNS foi um dos objectivos da auditoria realizada em conjunto pelo Infarmed, Administração Central dos Sistemas de Saúde e Inspecção-Geral das Actividades em Saúde. O pedido teve por base um aumento de 6,2% da despesa com medicamentos nas farmácias, entre Janeiro e Setembro deste ano.

Os resultados integram um relatório preliminar, mas a investigação vai continuar. Para já, a auditoria permitiu encontrar as sub-regiões de saúde onde se registou um maior aumento da despesa e que tiveram maior responsabibilidade dessa subida por locais de prescrição.

Também foram detectadas as farmácias mais gastadoras. O grupo de trabalho concluiu mesmo haver casos em que a facturação do SNS superou um crescimento de 50% em relação ao ano anterior.

Quanto aos grupos de fármacos com maior peso na subida dos gastos, o grupo destacou seis. Além dos imputados às doenças psiquiátricas e neurológicas (antipsicóticos, antidepressivos, antiepilépticos e anticonvulsivantes), apurou-se um peso crescente da área da diabetes e da hipertensão. Do relatório consta ainda uma lista de 20 fármacos com responsabilidade em 91% do crescimento dos gastos do SNS.

Ao DN, fonte do Ministério da Saúde salientou que estes dados não serão pormenorizados para já, visto que a auditoria ainda não terminou. Os locais de prescrição e dispensa serão agora alvo de averiguações. Depois de uma fase de recolha de dados, o grupo vai passar à análise. Em Janeiro e Março serão apresentados dois relatórios intermédios, que antecedem o final.|
DN 21.11.08

11:56 da manhã  

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