Dá milhões!
Gestão excêntrica
O desplante não tem limites. Os neo-liberais de pacotilha tudo compram...Nem no momento da saída prevalece a dignidade, seriedade e ética. Uma história de truques e golpes é agora branqueada por um oportuno "estudo taillor-made"...
inimigo público
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ODETTA HOLMES
A “maestrina” da música folk regressou ao seu reino etéreo e intemporal.
Foi reconhecida e homenageada em vida, mas não disfrutou de "milhões"...Lutou cantando.
Influenciadora de Bob Dylan e Joan Baez e a partir dos anos 50, popularizou as canções folk sobre trabalhadores, mineiros, escravos, etc.
Deixou, para a eternidade, inolvidáveis discos: Odetta Sings Ballads and Blues, Odetta Sings Dylan, Blues Everywhere I Go, etc.
Hoje, e por muitos dias mais, podemos gozar do privilégio de a ouvir, como se estivesse viva, entre nós...
Bem haja pelo exemplo!
Os Deuses devem estar loucos…
Pelos tempos e pelo modo como as coisas vão correndo somos levados a crer que, provavelmente, os Deuses devem (mesmo) estar loucos. Senão vejamos:
O Presidente da ACSS defende a externalização de serviços afirmando: …”PPP e outsourcing são bons para o SNS”…
É verdade, o CEO do SNS, o mesmo que executa parte importante das políticas definidas pelo Ministério da Saúde e pelo Governo afirma: …” Os contratos de outsourcing e as PPP são a melhor forma de resolver as falhas do mercado, aumentar a concorrência e, até, melhorar as contas”…
Face a esta informação deveremos concluir que as decisões, sobre esta matéria, tomadas pela actual Ministra e pelo Primeiro-Ministro não merecem o acolhimento deste alto dirigente do Ministério da Saúde. Ficamos com essa percepção quando reitera, perante uma plateia de administradores hospitalares, médicos e representantes de empresas ligadas à Saúde, algumas delas parceiras do Estado neste tipo de contratos.: …” as PPP contribuem para a resolução das falhas do mercado», além de aumentarem a concorrência”…
Ficamos, depois, perplexos quando, no decurso da mesma intervenção se refere ao Amadora-Sintra como um mau exemplo afirmando: …”O contrato de concessão e gestão do Hospital Amadora/Sintra é disso um exemplo muito claro: não tem clareza no que se pretende contratar; na forma como se mede o que se pretende contratar; também não é claro sobre o que acontece quando houver incumprimento, o que tem gerado uma litigância enorme”…. Neste momento, …”a litigância está no ponto de se apurar se as contas de 2004 são aceitáveis ou não. É como tentar que o Kafka resolvesse algo de pragmático”…
Prosseguimos, na senda, de um estado de larvar loucura quando lemos no TM o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Pedro Lopes, afirmar …”há alguma engenharia financeira nas contas dos hospitais EPE”…
Questionamo-nos, pertinentemente, há agora, há mais agora ou sempre houve. Quando o Dr. Pedro Lopes fazia parte de um CA também havia? Se sim foi conivente com essa prática? Foi por isso que deixou de fazer parte de um CA? Como caracteriza, no detalhe, essa engenharia financeira? É mais do tipo BPN, BPP ou daquela que o Presidente da ACSS parece criticar no Amadora-Sintra quando cita Kafka?
Sendo o Dr. Pedro Lopes administrador hospitalar há tantos anos fez alguma coisa para corrigir esta prática? Pugnou nos últimos anos pela implementação de um modelo de avaliação sério e credível dos administradores hospitalares? Na discussão que está a ter com o governo, para garantir uma carreira segura, tem como ponto de negociação o modelo de avaliação? Para além de defender (justamente) a demissão, por parte da tutela, dos CA’s que não cumpram os objectivos conhece alguns colegas seus que estejam a pensar demitir-se por (nalguns casos há décadas) andarem pelos hospitais nem nunca conseguirem cumprir objectivos?
Claro que, no final de tudo isto, não nos espanta o gáudio expresso no Editorial do Tempo Medicina quando refere: …” O Dr. Pedro Lopes, para além do peso específico que lhe advém do cargo que desempenha - é presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (ao que julgamos saber eleito com uma dúzia de votos) -, possui uma qualidade inestimável que aprendemos a apreciar: é frontal e claro. Quando assume que nos hospitais EPE se praticam truques contabilísticos nas áreas dos recursos humanos e dos medicamentos, e os explica, para mostrar resultados e cumprir os contratos-programas, está a confirmar, com a sua autoridade, o que se diz à boca pequena”…
Mas afinal existirão ilicitudes, desconformidades, delitos processuais? O Dr. Pedro Lopes há tantos anos no sector nada faz? Também os fez quando integrou CA’s?
Diz o TM (com o preconceito e incomodidade que lhe são reconhecidos (??) relativamente aos Hospitais EPE bastando apreciar o “cuidado” no casting dos colunistas residentes): …”O privilégio de “casta” de que gozam os conselhos de administração dos hospitais EPE, mantendo-os ao abrigo de qualquer avaliação e do despedimento com justa causa, é, como defende o Dr. Pedro Lopes, inaceitável, porque equivale a irresponsabilização total. Vindo de quem vem, este abanão num statu quo aparentemente perpétuo é salutar e traz esperança; oxalá encontre eco em quem decide, para que a verdade na Saúde deixe de enfermar daquele olhar coxo que só atina com médicos, enfermeiros e medicamentos”…
Então o Dr. Pedro Lopes chegou agora ao sistema de saúde e aos hospitais qual virgem branca? Ou só falará assim porque, neste momento, não integra nenhum CA? Quando o TM fala de “casta” esquece que o Dr. Pedro Lopes é o putativo presidente da mais numerosa componente dessa casta?
Ao TM perdoa-se-lhe porque já sabemos que os Hospitais EPE tendo vindo prejudicar um pouco a “dinâmica” do mercado farmacêutico comprometeu o negócio em que se move. Quanto ao Sr. Presidente da APAH fica a nota de que a função de comentador com a de actor é sempre muito delicada. Que o diga o seu antecessor…
É por estas e por outras que começa a ser evidente que o SNS público, universal, geral e equitativo começa a ter os dias contados. Não apenas pela imensa malha de interesses que o capturaram e querem consumir mas, também por muitos que, tendo sido “criados” no seu interior, não hesitam perante o deslumbramento de produzir afirmações gratuitas, habilmente, aproveitadas pelos seus detractores.
Não é por acaso que o ataque cerrado ao SNS se faz em torno dos Hospitais EPE. É aí que se concentra a parte “interessante” do financiamento para os investidores privados. È aí que a IF introduz os fármacos que libertam maiores margens e sustentam estudos, promoção, congressos, associações e imprensa “médica”. Depois temos “administradores” de carreira que julgam os outros sem primeiro se julgarem a si próprios.
Depois de tudo isto só nos resta pensar que os Deuses devem (mesmo) estar loucos…
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