quinta-feira, dezembro 4

Testes gratuitos


Alguns dos nossos Bloggers, encarnam aquela velha máxima de serem mais papistas que o Papa. Veja-se o caso do "Postador" que classifica a medida de "sendo positiva, peca por tardia e pelos piores motivos", depois ficamos a saber "agora a Ministra vai ter que explicar como vai promover mais testes e assumir objectivos". Talvez o Postador não tenha lido o discurso da Ministra "Para fomentar o aumento da detecção precoce da infecção e combater o subdiagnóstico, o Ministério da Saúde decidiu que o teste para a detecção de anticorpos contra o VIH1 e VIH2 será gratuito para todos os utentes do SNS", se tivesse lido percebia que isto nada tem de transcendente, isto é os testes prescritos pelos médicos SNS passam a ser gratuitos, tal como já o são os testes realizados nos CAD fixos ou móveis.

Afinal, o Parlamento Europeu só aprovou no dia 20 de Novembro uma Resolução que exorta "a Comissão e os Estados-Membros a garantirem o acesso aos testes, que devem continuar a ser gratuitos e anónimos", link.
Enfim há muita a gente a sofrer da inveja e mesquinhez de que tanto fala José Gil.

Avicena

Etiquetas:

7 Comments:

Blogger Postador said...

Avicena,

As ideias partilhadas eram uma “resposta” a saudepe.

A questão dos testes é muito complexa (conheço-a bem por motivos de pesquisa realizada por mim). A medida foi apresentada aqui pelo saudepe como se fosse um dos grandes momentos de governação do actual governo e, evidentemente, sabe a pouco na medida em que é meramente reactiva (a uma decisão da UE) e não foi apresentada no contexto de uma nova estratégia nacional para combater o flagelo mas somente numa perspectiva oportunista de dar a impressão que o governo está a “dar” mais alguma coisa gratuita ao povo. Triste.

A evidência cientifica (que avicena parece desconhecer) demonstra que a dificuldade em promover mais testes para melhorar a prevenção e acesso a tratamento não está apenas na gratuitidade do teste. O teste é “gratuito” desde alguns anos a esta parte em vários países mas tem baixissimos indices de adopção. Ou seja, mesmo sendo gratuito as pessoas não fazem o teste (nomeadamente as populações alvo) o que a Ministra devia saber. Logo, devia ter apresentado a medida num reenquadramento das estratégias de saúde pública neste tema e não somente como uma aparente “medida popular” para anunciar no âmbito eleitoral. O Avicena quer discutir política de saúde pública europeia?

Por outro lado, a referência a PKM é despropositada e falsa. Não sou eu! Mas como já disse num post vetado pelo xavier, revelo a a minha identidade quando Avicena, Saudepe, hospitaisepe, clara, joaopedro, silly season, inimigo publico, etc revelarem a sua identidade com foto e tudo.

Também gostava que nos explicasse o que entende por ciências sociais para confirmar se estamos a pensar da mesma forma

PS: Até o Vaticano “mudou de Vida” nos anos de 1960...

11:03 da manhã  
Blogger SNS -Trave Mestra said...

Caro Xavier, volto a repetir o meu anterior apelo.
O saudesa não deve ir na estratégia do pagador .
Há pessoas com quem nós não nos devemos misturar.
É impensável do meu ponto de vista, por exemplo, fazer parte de um debate sobre qualquer matéria em que esteja o Paulo Portas.
O Postador está pura e simplesmente a conspurcar o nosso espaço de debate.

Não podemos descer tão baixo . A semelhante patamar de mau gosto onde o professor se sente perfeitamente à vontade com as suas lamurias , o seu anonimato, com criticas e ataques soezes ao nosso sistena de saúde.

7:11 da tarde  
Blogger ATM said...

Quease que concordo com o SNS - Trave mestra:

Não se deviam misturar com PKM.

De qualquer forma, parece que tudo se resolvia de uma das seguintes formas:

a) vetar todo e qualquer comentário que defenda a honra ou corrija as injurias e deturpações dos comentários anónimos aos artigos de PKM. Portanto, fazer como o SNS - trave mestra sugere: "calar quem defende PKM ou contradiz o que a malta do saudesa diz sobre PKM". Ou seja, proibir o contraditório.
b) deixar de fazer qualquer referência aos artigos de PKM de uma vez por todas (até já ele próprio pediu)
c) convidarem PKM para um jantar de Natal e fazerem as pazes
d) continuarem a permitir que PKM e amigos discutam, defendam e expliquem as questões levantadas da melhor forma possível ainda que aos insultos e falsas acusações seja dificil reagir com diplomacia.

Até se podia fazer uma votação.
Eu cá votava pela c). Quem escolhe o restaurante?

Choca,porém, que, no fundo, "SNS-trave mestra" proponha uma "interrupção na democracia" e pressione o "xavier" para manter toda a "vantagem" sobre PKM: injuriar, insultar e, por vezes, raramente, criticar as ideias (mesmo que sofridas) de forma anónima e desleal e impedir qualquer reacção do próprio ou dos seus amigos. Que simpático. Ainda bem que ninguém sabe quem é este comentador. Ou será a MFL em pessoa?

O xavier tem um dilema da democracia da internet entre mãos.

9:21 da tarde  
Blogger inimigo público said...

A Mediocridade que Vulgariza o Talento

Saúdo o SNS - Trave Mestra, Saúdo o e-pá pela oportuna recuperação do Manifesto Anti-Dantas ao mesmo tempo que evoco Eugène Delacroix:

…”Os homens superiores são por natureza inovadores. Ao se darem conta do triste uso que é feito das inovações que eles lançaram no mundo, começam a elogiar aquilo que, afinal, graças a eles, foi ultrapassado. Talvez haja neles como que um secreto impulso de egoísmo, que os leva a tiranizar a tal ponto os seus contemporâneos e a considerar que só eles podem determinar o que deve ou não ser criticado. É a sua quota-parte de mediocridade; esta fraqueza fá-los por vezes desempenhar um papel ridículo e indigno da consideração a que conquistaram direito”…

Os homens superiores não se envergonham das escolas e dos estudos que percorreram nem fazem uso de liftings de identidade para se afirmarem pós-modernos ou estrangeirados.

Retomemos a boa vocação do SaúdeSA…

11:50 da tarde  
Blogger Clara said...

O problema do PKM é que ele não consegue mudar de vida.
Chegou a uma encruzilhada onde o seu talento não lhe permite ser aquilo que pensa que é.
E basta desta matéria.
Vamos mudar de tema.

12:07 da manhã  
Blogger xavier said...

Há semanas atrás, o e-pá ecreveu o seguinte:

«Pequenas, por vezes imperceptíveis alterações do processo de fabrico podem dar origem a isómeros (não controlados).
Em algumas circunstâncias poder-se-á (inconscientemente) aumentar o espectro de indicações mas, por regra, em muitos deles, perdem-se qualidades, podendo, mesmo, tornar-se inactivos (placebos).

Assim o mais recente slogan de marketing dos genéricos – “eu confio!” – pode ser um mera boutade.
O problema não é a confiança que muitas vezes é suportada pela segurança.
A questão é a diferença de qualidade entre um medicamento de marca e um genérico, por vezes difícil de avaliar (em termos economicistas nem interessa mesmo avaliar).
É aqui que aparecem os isómeros com todo o cortejo de alguns benefícios e enormes riscos.
Num gabinete da João Crisóstomo são iguais, a mesma composição, a mesma dosagem, os mesmos efeitos. Na prática clínica, não será exactamente assim. »

Achei este texto surpreendente por se tratar da opinião de um médico com longos anos de prática clínica.
Deixo, por isso, hoje, a referência a este estudo que parece contrariar a opinião que o e-pá tem dos medicamentos genéricos. Sem pretender abalar a sua confiança nos medicamentos de marca.

Generics no less effective than brands in cardiovascular disease, says JAMA study
Generic drugs used to treat cardiovascular disease are just as effective as brand-name medications, according to a report by researchers at Harvard Medical School, that was published in the Journal of the American Medical Association (JAMA).

Researchers found that, in clinical studies, copy-drugs were no less effective in treating cardiovascular illness than original products, despite also finding a number of articles discouraging their use.

The meta-analysis, titled Clinical Equivalence of Generic and Brand-Name Drugs Used in Cardiovascular Disease, looked both at trials comparing branded heart drugs with their generic alternatives and pharmaceutical editorials addressing copy-cat substitution from peer-reviewed publications, in MEDLINE, EMBASE and International Pharmaceutical Abstracts from January 1984 to August 2008.

53% of editorials negative about generics

The researchers identified 47 articles covering nine subclasses of cardiovascular medications, of which 38 (81%) were randomized, controlled trials. Clinical equivalence was noted in seven of seven studies of beta-blockers, 10 of 11 (91%) of diuretics, five of seven (71%) of calcium channel blockers, three of three of antiplatelet agents, two of two of statins, one of one of angiotensin-converting enzyme inhibitors, and one of one of alpha-blockers. Among narrow therapeutic index drugs, clinical equivalence was reported in one of one trial of class one anti-arrhythmic agents and five of five of warfarin. Aggregate effect size (n=837) was - 0.03 (95% confidence interval, - 0.15 to 0.08), indicating no evidence of superiority for brand-name over generic drugs.

While the evidence did not support the notion that brand-name drugs in the therapeutic area are superior to generic equivalents, among 43 editorials, 23 (53%) expressed a negative view of generic drug substitution.

PhRMA insists brands still necessary and good value

In response to the study, Pharmaceutical Research and Manufacturers of America (PhRMA) senior vice president Ken Johnson issued a statement asserting the validity of branded pharmaceuticals:

"PhRMA has always supported patients receiving the medicines that are best for them, including both brand-name medicines and generic drugs," he said. "While innovative new medicines remain a very small part of total health spending, they play a very big role in improving health and quality of life. Without today's innovative brand-name drugs to legally copy, there would be no generic drug industry. Worse yet, there would be little hope of finding new treatments and cures for a wide range of debilitating - and often deadly - diseases," Mr Johnson continued.

"The contention that brand-name medicines drive up the cost of health care is fatally flawed. The growth of prescription drug costs in the USA has been modest," the SVP insisted, quoting Centers for Medicare and Medicaid Services (CMS) data showing that drug price growth was 1.4% in 2007.

"Price trends for brand-name medicines are influenced by many factors, including the significant investment required to research and develop - and gain regulatory approval - of an innovative drug," Mr Johnson added. "It takes, on average, 10-15 years to develop a new medicine from the earliest stages of discovery through Food and Drug Administration approval and only two of every 10 drugs that reach the market ever earn back enough money to match or exceed the average R&D cost of getting them to the marketplace. What's more, by the time a medicine makes it through the entire development process, a pharmaceutical innovator often has a limited number of years to recoup its investment and generate the funds needed to re-invest in research and development," he noted in conclusion.

12:45 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Caro Xavier:

Só um exemplo, para não ficar muito impressionado, pois há muitos:

Se algum dia, por infelicidade que não lhe desejo, entrar num serviço de Urgência e necessitar de um diurético do tipo da furosemida - peça, encarecidamente, que lhe administrem o medicamento de marca.
Como trabalha num HH pergunte aos médicos, porquê?

Já uma vez fiz uma alegoria a esta situação.
Vou repeti-la.
Qualquer automóvel tem chassis, motor, caixa de velocidades, sistemas de transmissão, carroceria, assentos, faróis, etc.
Mas, todos sabemos, sem passar por nenhuma Faculdade, nem necessitar de fazer testes laboratoriais que um Porsche 911S, não é igual a um VW carocha...
Reconheço que, também, o preço não é igual!
Todavia, não vendo nem Porsches, nem VW's...

Finalmente:
"Pharmaceutical Research and Manufacturers of America
From SourceWatch
Jump to: navigation, search
Pharmaceutical Research and Manufacturers of America, also known as PhRMA, is one of the largest and most influencial lobbying organizations in Washington. Representing 48 pharmaceutical companies, PhRMA has 20 registered lobbyists on staff and has contracted with dozens of lobby and PR firms -- including Akin, Gump, Strauss, Hauer & Feld, Barbour Griffith & Rogers, DCI Group, The Dutko Group [1], Edelman and Bonner & Associates -- to promote its members' interests. PhRMA has a record of hiding its lobbying and PR activities, often by paying other organizations, such as United Seniors Association (USA) or the Consumer Alliance, to advocate industry-friendly policies."
link

Sem querer estabelecer paralelismos incongruentes, posso em consciência ter a liberdade de comparar duas situações:
Tenho tanta confiança no controlo de qualidade de alguns dos genéricos (há genéricos & genèricos), como o Xavier têm na capacidade reguladora e fiscalizadora do Estado nos HH's PPP's, com gestão privada.

Julgo que me fiz entender.

11:49 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home