MFL e a insustentável leveza do ser...
foto JP
A Comissão Europeia vai rever amanhã em baixa as suas previsões de crescimento para a União Europeia relativas a este ano, depois da deterioração da situação económica desde as suas últimas estimativas, em Novembro.
Trata-se de uma actualização excepcional das previsões económicas para o período compreendido entre 2008 e 2010, para as grandes variáveis macro-económicas: crescimento do produto interno bruto (PIB), défice orçamental, dívida pública, inflação e desemprego, entre outras. A publicação das previsões foi antecipada "porque se materializaram os riscos de abrandamento da economia feitas nas Previsões de Outono, havendo indicações para a existência de uma situação económica pior".
Aquando da divulgação das estimativas do último Outono, a 3 de Novembro, a Comissão Europeia previa um crescimento do PIB na UE de 1,4% em 2008, de 0,2% em 2009 e de 1,1% em 2010.
…/…
Como é possível que a dirigente do PSD, Manuela Ferreira Leite, cuja estratégia de marketing político se baseou na “credibilidade”, que tem a responsabilidade de liderar o maior partido da oposição – aquele que por ser alternativa de governo deveria ser o mais fiável - faça gáudio politiqueiro ao referir que, em Portugal, estarmos perante o orçamento mais curto da nossa história?
O que dirá MFL da Comissão Europeia? E do FED? E do BCE? E do Banco Mundial? E da OCDE?
Enquanto isto surgem suspeitas de um novo caso "Madoff" na Flórida. O empresário, Arthur Nadel, administrava fundos de investimento milionários na sua empresa em Sarasota, na costa do Golfo do México tendo, entretanto, desaparecido. Os investidores em causa podem ter perdido 350 milhões de dólares.
Foi neste estado que as ideias e as práticas neo-liberais deixaram o mundo.
Em Portugal os rostos que respondem por este tipo de opções que levaram à ruína da economia mundial e da segurança das famílias encontram-se, em grande parte no PSD, e são liderados por MFL.
Não adianta disfarçar com trejeitos de indignação dissimulada pelo investimento público ora no TGV ora no Aeroporto. MFL deixou o país com quase sete por cento de défice. Os seus governos “derreteram” milhões de euros de fundos comunitários em betão e em inúteis “ajudas” à agricultura.
Quais os resultados na Educação, na Segurança Social, na Saúde, na Justiça, na Segurança?
O fracasso é tão evidente que não basta pôr “má cara” e dar ares de mestre-escola dos anos sessenta.
O país está cansado da propaganda irresponsável do “Estado mínimo” ou do “menos Estado e melhor Estado”.
Nem sequer o argumento da corrupção já colhe. Hoje é evidente que os níveis de corrupção são bem menores no Estado do que no sector privado (vejam-se os casos mais recentes das Universidades Privadas e dos Bancos).
É preciso reafirmar, com muita clareza, que as consequências desta crise resultam dos excessos privatizadores, dos impulsos neo-liberais, em síntese do primado do capital sobre a política e o interesse geral.
O que MFL pretende é escamotear as responsabilidades do PSD e “disfarçar” as velhas ideias retocadas por um novo verniz pelos seus conselheiros Alexandre Relvas e António Borges.
No fundamental, trata-se de assumir a incapacidade de reformar e modernizar o Estado e, por essa via, retalhá-lo e dispersá-lo pelos interesses dos seus diferentes grupos de apoio.
Trata-se de uma actualização excepcional das previsões económicas para o período compreendido entre 2008 e 2010, para as grandes variáveis macro-económicas: crescimento do produto interno bruto (PIB), défice orçamental, dívida pública, inflação e desemprego, entre outras. A publicação das previsões foi antecipada "porque se materializaram os riscos de abrandamento da economia feitas nas Previsões de Outono, havendo indicações para a existência de uma situação económica pior".
Aquando da divulgação das estimativas do último Outono, a 3 de Novembro, a Comissão Europeia previa um crescimento do PIB na UE de 1,4% em 2008, de 0,2% em 2009 e de 1,1% em 2010.
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Como é possível que a dirigente do PSD, Manuela Ferreira Leite, cuja estratégia de marketing político se baseou na “credibilidade”, que tem a responsabilidade de liderar o maior partido da oposição – aquele que por ser alternativa de governo deveria ser o mais fiável - faça gáudio politiqueiro ao referir que, em Portugal, estarmos perante o orçamento mais curto da nossa história?
O que dirá MFL da Comissão Europeia? E do FED? E do BCE? E do Banco Mundial? E da OCDE?
Enquanto isto surgem suspeitas de um novo caso "Madoff" na Flórida. O empresário, Arthur Nadel, administrava fundos de investimento milionários na sua empresa em Sarasota, na costa do Golfo do México tendo, entretanto, desaparecido. Os investidores em causa podem ter perdido 350 milhões de dólares.
Foi neste estado que as ideias e as práticas neo-liberais deixaram o mundo.
Em Portugal os rostos que respondem por este tipo de opções que levaram à ruína da economia mundial e da segurança das famílias encontram-se, em grande parte no PSD, e são liderados por MFL.
Não adianta disfarçar com trejeitos de indignação dissimulada pelo investimento público ora no TGV ora no Aeroporto. MFL deixou o país com quase sete por cento de défice. Os seus governos “derreteram” milhões de euros de fundos comunitários em betão e em inúteis “ajudas” à agricultura.
Quais os resultados na Educação, na Segurança Social, na Saúde, na Justiça, na Segurança?
O fracasso é tão evidente que não basta pôr “má cara” e dar ares de mestre-escola dos anos sessenta.
O país está cansado da propaganda irresponsável do “Estado mínimo” ou do “menos Estado e melhor Estado”.
Nem sequer o argumento da corrupção já colhe. Hoje é evidente que os níveis de corrupção são bem menores no Estado do que no sector privado (vejam-se os casos mais recentes das Universidades Privadas e dos Bancos).
É preciso reafirmar, com muita clareza, que as consequências desta crise resultam dos excessos privatizadores, dos impulsos neo-liberais, em síntese do primado do capital sobre a política e o interesse geral.
O que MFL pretende é escamotear as responsabilidades do PSD e “disfarçar” as velhas ideias retocadas por um novo verniz pelos seus conselheiros Alexandre Relvas e António Borges.
No fundamental, trata-se de assumir a incapacidade de reformar e modernizar o Estado e, por essa via, retalhá-lo e dispersá-lo pelos interesses dos seus diferentes grupos de apoio.
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6 Comments:
El Gobierno prevé que la economía se contraiga un 1,6% en 2009 con un déficit del 5,8% link
ENTREVISTA: PEDRO SOLBES Vicepresidente segundo y ministro de Economía y Hacienda :
"Hemos utilizado todo el margen que teníamos contra la crisis" link
VITAL MOREIRA:
Eu sei que o mal dos outros não deve servir de lenitivo para o nosso, mas eu espero bem que em Portugal a recessão não atinja a dimensão catastrófica da Irlanda, link
o primeiro país da zona euro a entrar em recessão em 2008 e onde para 2009 se prevê uma contracção do produto de -4,5%, um défice orçamental de cerca de 9,5% (mais do triplo do limite do PEC!) e uma taxa de desemprego de 10%!
O afundamento irlandês é ainda mais calamitoso, se se tiver em conta que ainda em 2007 o "tigre celta" apresentava um robusto crescimento económico (mais de 5%), uma reduzida taxa de desemprego (à volta de 4,5%) e um superavit orçamental. O "milagre irlandês" ameaça acabar em pesadelo.
Não fora a protecção da zona euro, e a Irlanda poderia seguir o caminho da falência da Islândia...
Mais lúgubre não pode ser a previsão da Economist link
sobre a recessão económica em Portugal no corrente ano e em 2010. Decréscimo de 2% no produto, desemprego a disparar para perto dos 9%, défice orçamental nos 4,5%, deflação efectiva, dívida pública a atingir os 70% do PIB.
Por menos credível que seja o registo histórico das previsões do Economist em relação a Portugal, ainda assim são perspectivas muito preocupantes.
Neste contexto de encurralamento das finanças públicas, limitando a margem de manobra do Estado para apoiar a economia, falar em redução do IRS, como ontem insistiu a líder do PSD, não é politicamente sério nem, muito menos, responsável.
Política de Caixão à Cova…
…”A líder (e coveira) do PSD, Manuela Ferreira Leite, acusou o Primeiro-Ministro, José Sócrates de ser o “coveiro da Pátria” por conduzir o país por “caminhos errados” e garantiu que o seu PSD tem “crédito” junto dos portugueses para aplicar as medidas que qualifica de “correctas”. Para a líder dos social-democratas, foi o PSD que há mais de sete meses denunciou que Portugal estava em crise e que muitas das iniciativas que o Governo estava a tomar o país não as podia fazer”…
…/…
Para além da morbilidade fúnebre do debate político Manuela Ferreira Leite traz-nos uma nova perplexidade: o PSD sabia há mais de sete meses que estávamos e íamos entrar em crise. Sustentada, provavelmente, no contributo genial dos seus homens da Goldman Sachs MFL sabia de tudo! Disto resulta que o mundo só foi enganado porque quis. Qual previsão de petróleo a 200 dólares para Dezembro de 2008, quais temores inflacionistas que fizeram Jean-Claude Trichet insistir e persistir em taxas de referência de juro elevadas no BCE? Puro engano…
MFL sabia de tudo e mais…Tinha solução para tudo!
Que não se lamentem agora os norte-americanos, os ingleses, os irlandeses, os islandeses, os espanhóis e tantos, tantos outros…
O grande germe da grave crise internacional resultou afinal de uma coisa muito simples. Em vez de José Manuel Durão Barroso se ter feito ao lugar de Presidente da Comissão Europeia para, (ajuizadamente) escapulir do pântano, o PSD deveria ao invés ter exportado Manuela Ferreira Leite.
Com MFL em Presidente da Comissão Europeia tudo teria sido diferente. O que se teria evitado. O BPN teria sido apresentado em Davos como um case-study do sistema financeiro mundial. O Lehman Brothers não teria falido. O mundo estaria escorado numa malha de rigor sem TGV’s nem sistemas de saúde públicos.
A continuar assim MFL vai forçar os autores da Diciopédia a mudar o significado da palavra credibilidade (“qualidade do que é credível, o que faz com que alguém mereça ser acreditado”).
É caso para dizer volta Marques Mendes estás perdoado…
MFL tem demonstrado não estar à altura do desafio.
Com prestações destas quem terá motivação para votar numa candidata a primeiro ministro assim.
Sem imagem nem credibilidade não poderá haver aquilo com que se ganham as eleições: votos.
Quanto a Sócrates, está de novo à beira da maioria absoluta.
'Economist' prevê contracção de 2% no PIB e défice de 4,5%
A economia portuguesa deverá atravessar uma recessão "severa" este ano, a par de uma "deflação suave" no contexto de um "exigente" ciclo eleitoral, antecipam os especialistas do Economist Intelligence Unit (EIU), que hoje participam numa conferência em Lisboa com empresários e membros do Governo.
Num relatório sobre Portugal, a equipa do grupo editorial da revista Economist prevê uma contracção de 2% do PIB este ano e de 0,1% no próximo, motivada pela quebra da procura interna e das exportações. As previsões divulgadas na sexta-feira pelo Governo são mais moderadas: apontam para uma quebra de 0,8% em 2009, seguida de uma expansão de 0,5% no próximo ano.
A recessão será acompanhada de uma "deflação suave", com os preços a caírem 0,3% em 2009. Esta baixa continuada nos preços é justificada com a fraqueza na procura e o facto do petróleo ter registado, em 2008, preços muito elevados.
A contracção da economia vai anular o esforço de consolidação orçamental, dizem os analistas, com dois anos de violação do limite de 3% imposto pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento. O défice deve subir para 4,5% do PIB este ano e para 4,8% em 2010.
As previsões para o mercado de trabalho são também mais pessimistas. A taxa de desemprego, prevê o EIU, deverá subir para 8,8% este ano e 9% no próximo.
No plano político, o EIU antecipa o aumento da instabilidade, com o Partido Socialista a ganhar as próximas legislativas mas sem maioria absoluta, contra um PSD que continua a esforçar-se por parecer um "adversário sério". Prevista está também a "deterioração" das relações entre primeiro-ministro e Presidente da República. Até às eleições, Sócrates deverá centrar a sua actividade em medidas de amortecimento da crise.
DN 18.01.09
Se às dificuldades da crise juntarmos as resultantes da instabilidade crescente do PS e da deterioração das relações institucionais com o PR, teremos então o caldo seriamente entornado.
10 QUESTÕES ENFADONHAS QUE NÃO TÊM NADA A VER COM A CRISE...
1> Alguém duvida que a votação nas eleições legislativas deixará de ser poderosamente influenciada pela situação económica e pelo clima social, na hora do voto?
2> Alguém crê que a denominada "classe média" é um movimento de opinião ou reivindicativo, com o qual se podem fazer acordos futuros ( p. exº: sobre questões fiscais)?
3> Alguém contesta que essa "classe média" vota com o bolso (ou com a carteira, depende da posição relativa na escala social)?
4> Porque excluímos os "excluidos" (sociais) dispensando-os dos resultados eleitorais?
Eles serão assim tão poucos?
5> Alguém consegue evitar que, os portugueses ao olharem para os "sem abrigo", nestas noites gélidas de Janeiro, não lhes venha à mente a "romaria" de milhões de euros a caminho dos cofres do BPN ou do BPP?
6> Os portugueses não sabem que a regionalização é um imperativo constitucional, violentado em 1998, e que esta novidade é demasiado velha?
7> Alguém sabe mais alguma coisa sobre a "regionalização":
Cinco regiões coincidentes com as CCDR's?
ou
8> as 8 (oito) do plano Guterres - Entre Douro e Minho, Trás os Montes e Alto Douro, Beira Interior, Beira Litoral, Estremadura e Ribatejo, Região de Lisboa e Setúbal, Alentejo e Algarve - elaboradas sobre a cartilha contabilistica dos benefícios eleitorais?
9> O País "impressiona-se" com os casamentos (ou as uniões) homossexuais?
ou
10> dramatiza o "caso Esmeralda" até à náusea?
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