O Sapatinho da Saúde
Atravessamos uma época festiva que se caracteriza pela atitude de partilha, harmonia e dádiva tão expressiva na “prenda no sapatinho” com que os mais novos rejubilam. É também neste período que costumamos fazer o balanço das nossas realizações e perspectivamos o futuro dos nossos projectos.
Mas, voltando ao assunto, que prendas teremos no sapatinho da Saúde, sabendo que nesta área as prendas nunca são muito promissoras, pelo contrário – o que nos costuma caber são surpresas e a maior parte das vezes negativas.
A maior surpresa registada em 2008, ainda que previsível se considerarmos o ambiente criado à volta da sua pessoa, foi a saída do Professor Correia de Campos da titularidade do Ministério da Saúde. As circunstâncias políticas superaram as condições técnicas e a sua substituição efectivou-se.
A sua saída, no entanto, não foi inócua e ficaram muitas prendas no sapatinho da Saúde que a ele se devem e das quais destacamos: a colocação no terreno do programa de Cuidados Continuados Integrados; a reforma dos Cuidados de Saúde Primários, consubstanciada na criação das Unidades de Saúde Familiares e nos Agrupamentos de Centros da Saúde; as reformas na área hospitalar, com o alargamento da empresarialização dos hospitais, a requalificação dos serviços de urgência, a centralização dos blocos de partos; e finalmente a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde.
A sucessão ministerial fez-se de forma pacífica, as mudanças nas Secretarias de Estado processaram-se com normalidade e a operacionalidade do Ministério retomou a sua dinâmica em paz e tranquilidade.
O programa de Governo para a área da Saúde continuou a ser cumprido e as medidas nele consignadas estão no terreno, com as alterações que a sensibilidade que caracteriza este novo gabinete ministerial pretende instituir.
Exemplos dessas medidas são: a nomeação dos Directores dos Agrupamentos dos Centros de Saúde até final do corrente ano; o compromisso, arrojado, para o ano de 2009, do desenvolvimento do Programa de Cirurgia do Ambulatório; o pagamento das dívidas a fornecedores colocando os hospitais na linha do prazo médio de pagamento do circuito comercial.
É verdade que nem tudo correu bem no corrente ano. De referir, no entanto, que foram muitas e difíceis as vontades expressas, as medidas implementados e as realizações conseguidas.
Se a tudo isto juntarmos a vontade desta equipe ministerial e a sua intransigente defesa do Serviço Nacional de Saúde só poderemos dizer que o sapatinho da saúde, este ano foi bem preenchido.
Mas, voltando ao assunto, que prendas teremos no sapatinho da Saúde, sabendo que nesta área as prendas nunca são muito promissoras, pelo contrário – o que nos costuma caber são surpresas e a maior parte das vezes negativas.
A maior surpresa registada em 2008, ainda que previsível se considerarmos o ambiente criado à volta da sua pessoa, foi a saída do Professor Correia de Campos da titularidade do Ministério da Saúde. As circunstâncias políticas superaram as condições técnicas e a sua substituição efectivou-se.
A sua saída, no entanto, não foi inócua e ficaram muitas prendas no sapatinho da Saúde que a ele se devem e das quais destacamos: a colocação no terreno do programa de Cuidados Continuados Integrados; a reforma dos Cuidados de Saúde Primários, consubstanciada na criação das Unidades de Saúde Familiares e nos Agrupamentos de Centros da Saúde; as reformas na área hospitalar, com o alargamento da empresarialização dos hospitais, a requalificação dos serviços de urgência, a centralização dos blocos de partos; e finalmente a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde.
A sucessão ministerial fez-se de forma pacífica, as mudanças nas Secretarias de Estado processaram-se com normalidade e a operacionalidade do Ministério retomou a sua dinâmica em paz e tranquilidade.
O programa de Governo para a área da Saúde continuou a ser cumprido e as medidas nele consignadas estão no terreno, com as alterações que a sensibilidade que caracteriza este novo gabinete ministerial pretende instituir.
Exemplos dessas medidas são: a nomeação dos Directores dos Agrupamentos dos Centros de Saúde até final do corrente ano; o compromisso, arrojado, para o ano de 2009, do desenvolvimento do Programa de Cirurgia do Ambulatório; o pagamento das dívidas a fornecedores colocando os hospitais na linha do prazo médio de pagamento do circuito comercial.
É verdade que nem tudo correu bem no corrente ano. De referir, no entanto, que foram muitas e difíceis as vontades expressas, as medidas implementados e as realizações conseguidas.
Se a tudo isto juntarmos a vontade desta equipe ministerial e a sua intransigente defesa do Serviço Nacional de Saúde só poderemos dizer que o sapatinho da saúde, este ano foi bem preenchido.
Pedro Lopes, editoral GH n.º 40
Etiquetas: APAH
1 Comments:
O SILÊNCIO CAUTO ...
Sobre a "prenda" - Requalificação dos Serviços de Urgência - as informações mais recentes, mostram:
- os SUB's ficaram pelo caminho;
- os SUMC's não foram "requalificados";
- os SUP's, estão como estavam...
O recente surto de gripe no dia 26.12.08, "entupiu" as urgências hospitalares.
Depois desse fatídico dia, entraram em funcionamento com horário alargado os CPS's e, muito embora, continuassem a existir alguns problemas na drenagem que provocaram alongamentos do tempo espera para atendimento, começou-se a caminhar para uma situação controlada, nomeadamente, na altura do pico do surto gripal.
Esta conjuntura mostra a relevância do papel da urgência pré-hospitalar na requalificação das urgências.
Mas, notícias de hoje, revelam que faltam abrir 2/3 dos SUB's, quando estava prevista a rede estar a funcionar em pleno durante o ano de 2008.
O "grupo de acompamhamento" desta requalificação nunca mais reuniu, desde a saída de CC, e ao que se sabe, não planeia fazê-lo. Demitiu-se com CC.
Mogadouro, V. Nova Foz Côa, Moimenta da Beira, Cinfães, Arouca, Arganil, Sertã, Idanha, Ponte de Sôr, Coruche, Loures, Agualva-Cacém; Montemor-o-Novo, Moura, Serpa, Castro Verde, continuam em "pousio".
Os SUB's em funcionamento não estão conectados com os HH's de referência e nem sequer foi montada, nesses Serviços, a rede de oxigénio.
Para as situações mais dramáticas os 3 helicópteros de emergência médica a colocar em Macedo de Cavaleiros, Aguiar da Beira e Ourique, não apareceram, mas apesar disso já fizeram rolar cabeças no seio do INEM. Entretanto, Trás os Montes, onde 2 dos 3 helicópteros estão em falta, é exactamente a região mais atrasada na abertura de SUB's.
O típico planeamento português.
O que salvou esta reforma?
- O bom senso da Ministra.
Parou com o desenfreado encerramento de SAP's , onde não havia quaisquer alternativas optimizadas e que trnasmitissem segurança às populações (deve recordar-se que neste momento existem só 25 viaturas SIV), continuou paulatinamente a encerrar SAP's em ritmo tranquilo, com critérios, (Caminha, Cadaval, etc,), fechou as urgências do HH's de Vila do Conde e Estarreja...
Portanto, uma reforma gizada por CC, estudada por uma excelente comissão técnica, em vias de ser salva (falta ainda realizar muito!) pela actual Ministra.
A atitude da Drª Ana Jorge faz-me recordar um texto de Umberto Eco, in "A Ilha do Dia Antes":
...."Mas sede prudente também com os vossos iguais. Não humilheis com as vossas virtudes. Nunca falei de vós mesmos: ou vos gabaríeis, que é vaidade, ou vos vituperaríeis, que é estultícia. Deixai antes que os outros vos descubram alguma pecha venial, que a inveja possa roer sem demasiado dano vosso. Devereis ser de bastante e às vezes parecer de pouco. A avestruz não aspira a erguer-se nos ares, expondo-se a uma exemplar queda: deixa descobrir pouco a pouco a beleza das suas plumas. E sobretudo, se tiverdes paixões, não as ponhais à vista, por mais nobres que vos pareçam. Não se deve consentir a todos o acesso ao nosso próprio coração. Um silêncio cauto e prudente é o cofre da sensatez.
..."
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