SNS, reconduzir ou reconstruir ?
Felicito Aidenós e Tá Visto pelo nível e elegância dos seus comentários e também por evitarem cair em maniqueísmos, tão frequentes entre nós.
Pouco acrescentarei ao que escreveram, mas creio que vale a pena frisar alguns pontos que não podem ser apagados da memória porque, compreender o passado, é condição necessária para perceber melhor o presente.
Comecemos então pela Ordem dos Médicos. Conforme recorda Jorge Simões (Retrato Político da Saúde – Liv. Almedina- 2004) a oposição da direcção da Ordem dos Médicos à Lei do Serviço Nacional de Saúde foi expressiva, acusando-a de “limitar o princípio da livre escolha do médico pelo doente, de transformar os médicos em funcionários públicos, de “caixificar” e “sovietizar o sistema de saúde, de afastar Portugal dos modelos de seguro-doença dos países mais desenvolvidos da Europa."
Em momento posterior, acrescenta o mesmo autor, “não deixa a Ordem dos Médicos, de reafirmar ainda o carácter “anti-democrático, demagógico e errado do artigo 64º da Constituição.”( Documento “Direitos Iguais”, do Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos, de 20 Fevereiro de 1986).
O Dr. António Gentil Martins é um prestigiado Cirurgião, uma personalidade respeitada e um homem coerente com os seus princípios e valores, por diferentes que estes sejam daqueles que defendemos.
Não tenho mesmo dúvidas em afirmar que, não obstante a sua discordância política, terá prestado ao SNS serviços mais relevantes que muitos dos que não perdem a menor oportunidade de protestar a sua inquebrantável fé no nosso Serviço de Saúde.
A posição da Ordem dos Médicos, relativamente ao SNS, parece ter mudado muito. O actual Bastonário fez aquilo que o Dr. Gentil Martins nunca faria: assinar a petição do BE em defesa do SNS. Assim sendo, tem razão Aidenós quando afirma: “Só por avançada cegueira se não verá que as ameaças ao SNS não vêm de fora, mas sim de dentro.”
Refere ainda Aidenós os “assomos de coragem de Leonor Beleza e Paulo Mendo” e, mais uma vez aplaudo a recusa do maniqueísmo. Não é correcto avaliar Leonor Beleza na exclusiva perspectiva Leonor Beleza/Costa Freire. A escolha de Costa Freire foi um erro e a cegueira da ex-Ministra pelo seu Secretário de Estado representa o que pior teve o seu consulado. Mas Leonor Beleza foi também a responsável pelo Plano de Saúde Materno Infantil que produziu os resultados que se conhecem.
Curiosamente, quando se apontam os nomes dos putativos inimigos do SNS, poucas vezes vejo referido o nome do seu sucessor, protagonista do principal ataque ao SNS, ao pretender criar o seguro alternativo de saúde. Valeu que as Seguradoras não quiseram arriscar e perderam, definitivamente, o comboio.
Bem observada também a actuação de Manuela Arcanjo, que tal como aconteceu com Arlindo de Carvalho, parecia unicamente apostada em fazer tudo ao contrário da Ministra anterior.
E aqui chegamos a um ponto preocupante. O PSD e o PS não têm, nenhum deles, uma política de saúde consistente e navegam ao sabor da idiossincrasia do ministro de ocasião.
Pouco acrescentarei ao que escreveram, mas creio que vale a pena frisar alguns pontos que não podem ser apagados da memória porque, compreender o passado, é condição necessária para perceber melhor o presente.
Comecemos então pela Ordem dos Médicos. Conforme recorda Jorge Simões (Retrato Político da Saúde – Liv. Almedina- 2004) a oposição da direcção da Ordem dos Médicos à Lei do Serviço Nacional de Saúde foi expressiva, acusando-a de “limitar o princípio da livre escolha do médico pelo doente, de transformar os médicos em funcionários públicos, de “caixificar” e “sovietizar o sistema de saúde, de afastar Portugal dos modelos de seguro-doença dos países mais desenvolvidos da Europa."
Em momento posterior, acrescenta o mesmo autor, “não deixa a Ordem dos Médicos, de reafirmar ainda o carácter “anti-democrático, demagógico e errado do artigo 64º da Constituição.”( Documento “Direitos Iguais”, do Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos, de 20 Fevereiro de 1986).
O Dr. António Gentil Martins é um prestigiado Cirurgião, uma personalidade respeitada e um homem coerente com os seus princípios e valores, por diferentes que estes sejam daqueles que defendemos.
Não tenho mesmo dúvidas em afirmar que, não obstante a sua discordância política, terá prestado ao SNS serviços mais relevantes que muitos dos que não perdem a menor oportunidade de protestar a sua inquebrantável fé no nosso Serviço de Saúde.
A posição da Ordem dos Médicos, relativamente ao SNS, parece ter mudado muito. O actual Bastonário fez aquilo que o Dr. Gentil Martins nunca faria: assinar a petição do BE em defesa do SNS. Assim sendo, tem razão Aidenós quando afirma: “Só por avançada cegueira se não verá que as ameaças ao SNS não vêm de fora, mas sim de dentro.”
Refere ainda Aidenós os “assomos de coragem de Leonor Beleza e Paulo Mendo” e, mais uma vez aplaudo a recusa do maniqueísmo. Não é correcto avaliar Leonor Beleza na exclusiva perspectiva Leonor Beleza/Costa Freire. A escolha de Costa Freire foi um erro e a cegueira da ex-Ministra pelo seu Secretário de Estado representa o que pior teve o seu consulado. Mas Leonor Beleza foi também a responsável pelo Plano de Saúde Materno Infantil que produziu os resultados que se conhecem.
Curiosamente, quando se apontam os nomes dos putativos inimigos do SNS, poucas vezes vejo referido o nome do seu sucessor, protagonista do principal ataque ao SNS, ao pretender criar o seguro alternativo de saúde. Valeu que as Seguradoras não quiseram arriscar e perderam, definitivamente, o comboio.
Bem observada também a actuação de Manuela Arcanjo, que tal como aconteceu com Arlindo de Carvalho, parecia unicamente apostada em fazer tudo ao contrário da Ministra anterior.
E aqui chegamos a um ponto preocupante. O PSD e o PS não têm, nenhum deles, uma política de saúde consistente e navegam ao sabor da idiossincrasia do ministro de ocasião.
Brites
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