EUA, combate à crise
Failure to Rise, a habitual crónica de Paul Krugman do NYTimes link
Apesar da vitória política de Obama, persiste a dúvida se o pacote de estímulos à economia, recentemente aprovado pelo Senado, link será suficientemente eficaz no combate à crise e à criação de emprego, que constituiem o maior desafio económico dos EUA dos últimos setenta anos. link link
Paul Krugman defende que a dimensão da actual crise e do desemprego exigia um plano ainda mais ambicioso e dispendioso.
Apesar da vitória política de Obama, persiste a dúvida se o pacote de estímulos à economia, recentemente aprovado pelo Senado, link será suficientemente eficaz no combate à crise e à criação de emprego, que constituiem o maior desafio económico dos EUA dos últimos setenta anos. link link
Paul Krugman defende que a dimensão da actual crise e do desemprego exigia um plano ainda mais ambicioso e dispendioso.
Etiquetas: USA health
7 Comments:
THE US LIMIANO's CHEESE AFFAIR...
Esta primeira fase do mandato de Barack Obama, decididamente, não está a correr da melhor maneira.
Para além das demissões em catadupa, devido a um crivo ético fino, com uma malha muito apertada, a verdade é que, para compensar esses desaires, conseguiu demostrar alguma maestria no lidar com o Congresso.
Obteve uma importante vitória legislativa (a primeira), mas deixou no ar alguma dúvidas, se a poderá, facilmente, repetir.
Teve de negociar com 3 senadores republicanos moderados, "entrando" num equlibrismo político tipo "queijo Limiano"...
Conseguiu 787 mil milhões de dólares, dos 350 mil milhões são para "limpar" os balanços bancários, utilizando PPP's para absorver "activos tóxicos".
Para a grnde maioria dos analistas económicos, esta verba não é suficiente.
Pelo que, o mais provável, será a necessidade, do presidente Obama, voltar ao Congresso.
À segunda será mais díficil?
Penso que sim.
Além do queijo terá de levar vinho e presunto...
Era importante que a economia dos EUA arrancasse.
Um dos maiores perigos que corre este programa é a tentação de os americanos enveredarem pelo desenvolvimento, para lá do razoável, de medidas proteccionistas.
O próprio programa está recheado destas medidas.
"Buy American", tornou-se uma palavra de ordem familiar em Washington, determinada, essencialmente, pela necessidade de protecção de postos de trabalho que caem todos os dias.
Estamos longe, ainda, de ver o fundo ao saco, como se costuma dizer.
E a EU?
1.- O PIB dos 16 da zona euro e dos 27 da UE teve um crescimento negativo de 1,5 por cento no último trimestre de 2008 link
2.- Desemprego dos 16 da zona euro subiu para os 8.0% e dos 27 da EU para 7.4% link
3.- A inflação anual registada em Dez 08 dos 16 da zona euro desceu para 1,6% December 2008 link
A coisa está o pior possível.
Quais as restrições de financiamento ao nível da prestação de cuidados que iremos enfrentar?
Impressiona, é o mínimo que se pode dizer da voragem com que o sistema bancário dos EUA consome recursos financeiros. Um dos últimos números da “Time” mostra, em gráfico, as perdas e as actuais reservas dos maiores bancos americanos. Em alguns deles o valor em divisas é já inferior ao montante injectado pelo governo federal para os sustentar. Ou seja, a ganância capitalista comeu tudo o que tinham e, pelo que nos diz Paul Krugman, o seu apetite parece insaciável desbastando, sem piedade, a riqueza produtiva da nação mais rica do mundo e, por arrasto, toda a economia mundial.
Na Europa a maior crise financeira desde a segunda guerra mundial, ameaça levar à bancarrota países com economias até aqui consideradas exemplares, estimula o chauvinismo em nações até agora exemplo no acolhimento migratório, situações que, no limite, podem vir a pôr em causa a sobrevivência da própria CEE.
Apesar da gravidade da crise, no espaço Luso os dois maiores partidos transformaram a política em futebol. Ao rol das equipes do costume juntaram-se mais duas, de nome BPN e Freeport, treinadas respectivamente pelo Presidente da República e pelo Primeiro-ministro. E, semana após semana, assiste-se a jogadas constantes de ataque e contra-ataque no estádio da comunicação social, protagonizadas por apoiantes e detractores de cada uma das partes, aguardando-se com expectativa saber quem vence a disputa. Destacam-se nestes encontros figuras como Pacheco Pereira e Santos Silva, que, no afã de marcar golos ao adversário, vão enfiando bolas na própria baliza para gáudio dos adversários.
Assim, perante a estupefacção de um povo resignado, o País vai-se afundando. Em 2008 a economia não cresceu e 2009 ameaça com o desemprego em massa face ao encerramento em catadupa de empresas. Que faz o Governo? Em vez de promover a discussão de novas políticas e opções económicas estratégicas, assumindo com humildade a sua quota-parte de responsabilidade numa crise que é mundial, opta pelo “fait diver” propondo-nos que debatamos problemáticas importantes mas laterais, como são a do casamento entre homossexuais e da eutanásia. E o Presidente da República? Ao invés de vez de se empenhar em pôr os partidos políticos e outras forças sociais a discutir medidas para atenuar a enorme crise social que se adivinha, parece apostado em estender o tapete vermelho do poder à senhora que se segue. Como se a solução para o País passasse por medidas político-económicas de pendor ainda mais neoliberal.
Face à dimensão da crise, enquanto que nos EUA Obama assume a dimensão nacional do problema, empenhando-se no envolvimento de opositores na solução, procurando integrar republicanos no Governo, em Portugal os dois maiores responsáveis políticos parecem mais apostados na estratégia do braço de ferro, mostrando-se mais preocupados com o poder que com a Nação. É assim que enquanto os norte-americanos passam privações mas acreditam em melhores dias, os portugueses só crêem que a situação possa piorar acreditando cada vez menos que o País tenha solução no actual quadro político-partidário.
O pacote de estímulos à economia, prevê o investimento em programas de desenvolvimento sectoriais ($507 mil milhões) e a redução de impostos ($282 mil malhões).
Mas também alguns cortes, nomeadamente na Saúde. Entre estes preve-se o corte, vejam só, de financiamento à prevenção da pandemia das aves.
Certamente na suposição que o vírus Influenza (H5N1, devido à crise, não consiga a derradeira mutação, que segundo os cientistas de serviço, nos ameaça levar a todos desta para melhor.
Os dados revelados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativamente ao produto interno bruto (PIB) em Portugal, no quarto trimestre do ano passado, foram “bastante piores” do que o BPI esperava, mas a expectativa é de que “a partir de agora haja uma tendência para a suavização da queda” da actividade económica.
A economia portuguesa registou uma contracção de 2,1% no quarto trimestre do ano passado, divulgou o INE, confirmando que Portugal está em recessão pela primeira vez em cinco anos. A estimativa rápida do PIB aponta para uma diminuição de 2,1% em volume no quarto trimestre de 2008 face ao período homólogo, o que compara com a variação de 0,5% registada no trimestre anterior.
Em relação a trimestre anterior, o produto nacional terá caído 2%, de acordo com os dados divulgados hoje pelo INE.
A economista do BPI, Paula Carvalho, afirmou ao Negócios que estes números foram “bastante piores do que estávamos à espera”. A estimativa do banco apontava para uma contracção de 0,9%. Contudo, a economista ressalvou que “atendendo à conjuntura internacional dos últimos meses de 2008, em que foram divulgados indicadores francamente maus, acaba por não surpreender”.
Paula Carvalho acredita que “a partir de agora haja uma tendência para a suavização da queda. A actividade económica pode continuar a cair, mas deverá ser uma queda mais esbatida”. A responsável lembrou que nos primeiros meses deste ano começam a surgir “alguns sinais de estabilização nos principais parceiros a que estamos expostos”.
“A força da actuação das autoridades governamentais e a sua vontade de contrariar a queda da actividade económica deverá reflectir-se nos níveis de confiança”, acrescentou Paula Carvalho.
A economista do BPI lembrou que, nos próximos meses, a principal preocupação deverá ser o desemprego, nas principais economias do mundo e também em Portugal. A estimativa do banco é de que a taxa de desemprego cresça, em Portugal, para os 8,4%, havendo “o risco de revisão em alta”, nos próximos meses.
A estimativa do BPI aponta para uma queda de 1,2% no PIB português no conjunto do ano de 2009.
JN 13.02.09
O PROJECTO OBAMA [link ]
As duas câmaras do Congresso americano adoptaram sexta-feira o projecto de plano de relançamento económico e financeiro da administração Obama, num montante global de 787 mil milhões de dólares (611 mil milhões de euros).
Este plano prevê 500 mil milhões de dólares de despesas [1] e 287 mil milhões de benefícios fiscais, segundo os últimos cálculos do Congresso.
Transpomos aqui as principais medidas de benefícios fiscais deste plano:
• SALÁRIOS, CONSUMIDORES E REFORMADOS
- Um crédito fiscal, reembolsável, susceptível de atingir 400 dólares por pessoa (800 para um casal) em 2009 e 2010, para os salários inferiores a 75.000 dólares (58.000 euros) por ano.
- Um cheque de 250 dólares aos beneficiários do dispositivo “Social Security” (cobertura na doença para os baixos rendimentos), os reformados dos transportes ferroviários e os pensionistas de guerra, assim como alguns reformados da função pública.
- Aumento do crédito fiscal para os lares de baixo rendimento que contem com 3 crianças, ou mais.
- Um novo crédito fiscal de 2.500 dólares para as despesas de educação superior referentes a salários inferiores a 80.000 dólares (62.000 euros).
- Um crédito fiscal de 8.000 dólares aplicável a toda a primeira compra de um bem imóvel em 2009, para salários inferiores a 75.000 dólares.
• EMPRESAS
- As pequenas empresas com menos de 15 milhões de dólares de negócios, poderão imputar, retroactivamente, eventuais perdas sofridas em 2008 sobre os benefícios dos 5 anos precedentes.
- Um aumento das deduções fiscais nos investimentos em informática e outros equipamentos.
- Deduções fiscais para as empresas aquisitoras de dívidas sob o seu valor de emissão, pelo período de 2009-2011.
- A dedução parcial mais-valias realizadas pela venda de investimentos em pequenas empresas se detidos há, pelo menos, cinco anos.
- O texto do Plano prevê gerar 7.000 mil milhões de dólares em receitas fiscais adicionais por rescisão de uma decisão tomada no ano passado pelo Tesouro, que teve como efeito o acréscimo de benefícios fiscais relacionados com fusões e aquisições.
• ESTADOS E COLECTIVIDADES LOCAIS
- Criação de uma nova categoria de direitos e de incentivos fiscais para o financiamento do investimento em formação profissional, educação e desenvolvimento económico em algumas regiões.
- Criação de uma nova categoria de direitos, benefícios fiscais para financiar a construção ou renovação das escolas, ou a aquisição de terrenos.
- Criação de ajuda federal para as colectividades locais e dos Estados emitindo obrigações e assegurando aos subscritores créditos sobre os seus impostos federais, em vez de pagar um “coupon”
• ENERGIAS RENOVÁVEIS
- Prorrogação dos benefícios fiscais para a instalação de energias renováveis ou para promover o seu desenvolvimento.
- - Crédito fiscal de pelo menos 2 500 dólares para a compra de veículos eléctricos, cujo montante dependerá da capacidade da bateria utilizada.
COMENTÁRIOS:
Um projecto de plano mereceu a crítica dos economistas por privilegiar os bancos ao mercado.
Segundo estes, o sistema financeiro, neste momento, trabalha contra a economia.
Parece que a dificuldade das empresas em obter créditos não é um problema exclusivo de Portugal.
Para colmatar a crise será preciso agir com a mesma determinação tanto no plano económico, estimulando-o, como no financeiro, regulando-o.
O Secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, pensa que é necessário agir em 3 planos:
a) sobre os activos tóxicos invendáveis, entrosando nessa solução os sector privado;
b) aquisição de liquidez pelos Bancos que lhes permita relançar o acessso ao crédito;
c) medidas de suporte directo que permitam reduzir em larga escala os diversos empreendedores insolventes (hipotecários, cratões de crédito, despesas com educação, compra de automóveis, etc).
Finalmente, um plano que contém um impressionante volume de benefícios fiscais em contra pé com o que por cá ouvimos… e temos.
Ou o plano Obama é irrealista ou, como sempre, demoramos a reagir e quando o fazemos já é tarde.
Os benefícios fiscais e as medidas sociais, considerada a população americana, são vastíssimas.
A sensação que dá é que, em Portugal, ficamos a meio do caminho. Esperemos que não!
[1] – Pressupõe-se que sejam despesas para a aquisição de “activos tóxicos” dos bancos.
* texto (origem referenciada no link), traduzido ad hoc pelo comentador.
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