quarta-feira, fevereiro 11

Rui Portugal, livre pensador


Confesso que estou um pouco surpreso e procurei saber um pouco mais do que se teria passado na sessão.

Da minha leitura, RP partiu de uma premissa: não há médicos suficientes.

Dado isso, entre uma alternativa de falta de atenção determinada de forma casuistica (quem chega mais tarde ou ao sitio errado, fica de fora), RP falou em procurar-se estabelecer prioridades, significando que nem todos seriam tratados de forma igual.

Se este relato é fidedigno, então os ecos da imprensa são enganadores, parece-me.

Não retira o problema de um presidente da ARS ser "livre pensador" de repente e na presença da imprensa.
lisboaearredores

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5 Comments:

Blogger DrFeelGood said...

O SNS é como os sobreiros.
É para abater.
Quando o assassinato estiver consumado vai haver arrependimento nacional.
Será então tarde.
O Hospital da Luz já terá então comprado o Centro Comercial Colombo para alargamentio das suas instalações.

2:38 da tarde  
Blogger ochoa said...

Dá para tudo.
Um presidente da ARS dá-se ao luxo de numa cerimónia oficial emitir pensamento contrário a política deste governo.

7:01 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

A partir de agora... propostas de entrevistas não vão faltar.
Neste Portugal mediático onde a directora do DCIAP,é vedeta da rádio e TV , candidatos aos holofotes dos Media não faltam.

8:08 da manhã  
Blogger Clara said...

A ministra numa entrevista à Rádio Renascença, onde - falando dos dois anos passados sobre o referendo à interrupção voluntária da gravidez - reconheceu a necessidade de evitar a reincidência no aborto e de reforçar o planeamento familiar.
DN 12.02.09

Cumprido o primeiro ano de governação, Ana Jorge, deve ter chegado à conclusão, que, relativamente ao seu antecessor, CC, tem mantido uma intervenção pública discreta.
Vai daí, encetou um plano de recuperação das intervenções perdidas junto do media. E, à semelhança do presidente da APAH, Pedro Lopes, desatou a intervir sobre tudo o que mexe.
Depois de ter zurzido os AH e directores clínicos, desta vez a sorte coube à IVG.

9:53 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Rui Portugal faz proposta polémica para resolver questão de escassez de recursos

Médicos devem ser «prioritariamente» para os que mais precisam
Uma vez que os médicos de família não chegam para todos os inscritos, poderia fazer-se uma reorganização nas listas de utentes destes médicos tendo em conta o risco, diz Rui Portugal. Já Ana Jorge aponta as USF como forma de «ir resolvendo» a questão.
Foi depois de ver os números relativos aos centros de saúde da Unidade de Saúde Lisboa Norte (USLN), nomeadamente, Alvalade, Benfica, Loures, Lumiar, Odivelas e Pontinha, que corroboram a ideia de que há falta de médicos e de que estes são hoje um grupo profissional envelhecido, que o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Rui Portugal, colocou o dedo na ferida: «Temos talvez 20% da população destes seis centros de saúde sem médico de família e sabemos que não os vamos ter para conseguir essa cobertura nos próximos tempos. O que devemos fazer?» Uma questão a que o próprio fez questão de responder. Disse então o responsável que, perante a inevitabilidade da escassez de médicos de família nos próximos anos, «o melhor modelo provavelmente teria a ver com uma valorização do risco».
Na sua opinião, poderia fazer-se a atribuição de médicos de família «com base na probabilidade de doença e gestão de doença». Assim, depois da identificação e estratificação dos vários níveis, «os recursos seriam prioritariamente para aqueles que mais necessitam», ficando sem médico de família «os que menos necessitariam de um acompanhamento» durante um período de tempo pré-determinado e tornado público. Trata-se, «certamente, de um raciocínio de base epidemiológica», afirmou Rui Portugal. Mas, nas suas palavras, é também um «desafio de resposta humanista e valorização da equidade».
Através dos dados apresentados pela directora do Centro de Saúde de Sete Rios, Graciete Pinto, nas Jornadas 30 Anos de SNS, organizadas pelos responsáveis da USLN entre os passados dias 6 e 7, na Aula Magna da Faculdade de Medicina de Lisboa, foi possível verificar que os centros de saúde do Lumiar e da Pontinha estão numa situação «crítica», uma vez que mais de 30% das pessoas inscritas não têm médico de família. Em melhor situação encontram-se os centros de saúde de Benfica e Sacavém, mesmo assim com valores acima dos 10%. A juntar a isto há o facto de, segundo números apresentados pelo médico Santos Duarte, a média de idades dos clínicos dos centros de saúde ser de 53 anos, além de que estas unidades perderam 11,9% de médicos entre 2005 e 2008.

Falta de médicos é para ir «resolvendo»

A ministra da Saúde, Ana Jorge, trouxe o discurso preparado para a palestra que fez e não respondeu directamente ao desafio lançado por Rui Portugal. Apesar disso, confrontada com perguntas dos jornalistas sobre a falta de médicos, a governante afirmou que tem de se «encontrar alguma alternativa para ir resolvendo a situação». Confirmando que há «bastantes» cidadãos a quem o Estado não tem a capacidade de atribuir um médico de família, Ana Jorge indicou que o ir «resolvendo a situação» está relacionado com medidas como a «criação de unidades de saúde familiar» onde, como se sabe, os especialistas de Medicina Geral e Familiar (MGF) estão obrigados a aumentar a lista de utentes, assim como «captar mais médicos de família». E acrescentou que se «aumentou o número de alunos nas faculdades de Medicina nos últimos anos», assim como «o número de internos que fazem a especialidade de MGF».
Medidas que vão levar algum tempo a surtir efeito. Conforme já havia sublinhado Isabel do Carmo, adjunta da direcção clínica do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), esta é uma questão «sem solução muito evidente à vista». Isto porque «antes de se formar a nova “leva” de especialistas», irão decorrer «uns anos em que as dificuldades actuais, nomeadamente a falta de médicos de família e de médicos para fazer urgências, vão ser uma constante». A directora do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do CHLN acrescentou que estas dificuldades vão mesmo levar ao «confronto entre a população e os responsáveis governamentais e técnicos». E por isso, sublinhou, «devia haver alguma pedagogia» no sentido de fazer a população entender os constrangimentos.

Tempo Medicina 16.02.09

6:03 da tarde  

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