quarta-feira, julho 29

Loures para a ESS


A notícia do dia é, efectivamente, o Estado poder poupar até 151 milhões de euros com a adjudicação (anunciada) do Hospital de Loures PPP ao consórcio liderado pela Espírito Santo Saúde /ESS). link

Um desfecho menos dramático, mas a fazer lembrar, mesmo assim, o concurso do Hospital de Braga PPP, onde o grupo vencedor, a Escala Braga, liderado pela JMS, fez um abatimento de 225 milhões de euros em relação ao preço da proposta inicial (1.019 milhões de euros, 14.1% abaixo do Custo Público Comparável no valor de 1.186 milhões de euros), 22% abaixo do CPC.
CC, reconheceu, já depois de ter saído do MS, em entrevista ao DE, que esta situação o trazia angustiado (!).
Pois pode dormir descansado que o seu record de "poupanças" não foi ainda batido.

E vamos ter, para já, os três maiores grupos privados da Saúde, cada um, com a sua PPP: JMS (Braga), HPP (Cascais) e ESS (Loures).
Falta confirmar se outro ilustre “investidor” privado (BPN) se irá juntar a este triunvirato de luxo (H. de Vila Franca de Xira).

Quanto ao destaque dado pelos órgãos de informação aos muitos milhões de "poupanças" (estimadas) do Estado, faz parte da estratégia bacoca de gestão de expectativas de um projecto complexo de elevadíssimo risco, que dá mostras, à partida, de ser de todo inviável.

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6 Comments:

Blogger Tavisto said...

Uma curiosidade na atribuição das parcerias é de que o grupo económico ganhador não se tem repetido. Assim, se a lógica se mantiver, o grupo SLN será o “natural” vencedor em Vila Franca de Xira. É natural que nesta praça, perdendo o Estado mais um rabo e duas orelhas, os seus mandatários venham, uma vez mais, anunciar à Nação os milhões de euros que pouparam ao erário público.
E, se assim acontecer, provavelmente ninguém perderá o sono ou irá desconfiar da baixa probabilidade do ganhador do concurso nunca se repetir. A possibilidade de poder estar acordado à partida quem ganha o quê e onde, ou a de haver conluio entre os grupos económicos, estará naturalmente acima de qualquer suspeita e portanto excluída.
A este propósito recordo, uma vez mais, a história de um sorteio ocorrido numa paróquia lá para os lados de Coimbra. Ao anunciar o resultado da quermesse, terá dito o padre aos paroquianos:
- Quis Deus que o carro me saísse a mim, a televisão à minha irmã e a bicicleta ao sacristão.
E todos foram para caso satisfeitos pois o que Deus decide decidido está.

2:36 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

O que é reconfortante é ver a satisfação do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa a anunciar estas milionárias adjudicações, enquanto a senhora ministra da Saúde se contenta com as actualizações do diário da gripe.

2:47 da tarde  
Blogger tambemquero said...

"O concorrente foi notificado na quarta-feira e tem agora dois meses para apresentar a proposta final de construção do hospital de Loures", disse Rui Portugal.

O agrupamento Consis Loures é liderado pelo Grupo Espírito Santo Saúde e inclui as construtoras OPCA e Mota-Engil, a clínica alemã Asklepios e a empresa de manutenção Dalkia.
Em declarações à agência Lusa, a líder do consórcio confirma a notificação e diz que o hospital de Loures "é extraordinariamente interessante porque será um dos hospitais centrais na requalificação da oferta hospitalar de Lisboa". Isabel Vaz sublinha a "grande satisfação de entrar no serviço público" e garante que o grupo está "ciente da responsabilidade".

A proposta final da Espírito Santo Saúde é 17 milhões de euros mais baixa que a da José de Mello Saúde, o que garantiu a liderança nas preferências do avaliador, já que o preço é o factor decisivo na avaliação.
A ESS propôs-se construir e gerir o hospital por 594 milhões de euros, enquanto a JMS pedia 611 milhões. Estes valores representam uma subida face às propostas apresentadas quando o concurso foi lançado, há dois anos, essencialmente devido aos custos financeiros dos empréstimos, que subiram por causa da crise económica. Segundo noticiou em Junho o semanário Sol, citando uma fonte ligada ao processo, os custos reflectem a subida dos spreads bancários.
O contrato de concessão da gestão clínica por 10 anos e da construção e manutenção do edifício por um período de três décadas deverá ser assinado ainda pelo actual Governo, uma vez que o prazo para a negociação do contrato termina no final de Setembro. A decisão, anunciada na quarta-feira aos concorrentes, põe fim a um processo jurídico que se arrasta desde o anterior Governo.
O hospital de Loures foi o primeiro a ser lançado no modelo de parceria público-privada, envolvendo a construção e a gestão clínica de um hospital público por um operador privado. O concurso, lançado pelo antigo ministro da Saúde Luís Filipe Pereira, acabou por ser abortado depois de os concorrentes terem recorrido da decisão da comissão de avaliação das propostas, que, no relatório de avaliação das propostas, admitiu que estas não eram completamente comparáveis entre si.
O lançamento do novo concurso, há dois anos, teve apenas dois interessados: a ESS e a JMS

Destak 28.07.09

A eng.ª saltita, como pipoca na frigideira, por entrar, finalmente, no sector público.
Trata-se do arranque dum hospital novo, de raiz, ou seja, a partilha do serviço público no seu melhor.

Este concurso foi disputado apenas entre dois concorrentes (quando a concorrência é fraca...).
Não se compreende a estratégia dos pândegos da caixa (HPP) que primaram pela ausência.
Talvez numa demonstração de bom senso. Para prejuízo já basta o que têm.

Quem não esconde a sua satisfação em relação a mais este triste episódio das PPPs à Portuguesa, é o Rui Portugal, um confesso adepto da capitulação do serviço público ao sector privado.

3:49 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

É fácil imaginar o que vai acontecer às equipas médicas dos hospitais de Lisboa com o arranque de mais este hospital.

É fácil imaginar o que vai acontecer em termos de articulação do Hospital da Luz com o novo Hospital de Loures PPP.
Algo de semelhante ao que acontece com o Hospital de Cascais em relação ao Hospital dos Lusíadas.

Enfim, a desestruturação do Serviço Público vai continuar.

11:51 da tarde  
Blogger Antunes said...

O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) considera "natural" o crescimento do sector privado na área da Saúde, sublinhando que isso não diminui nem a quantidade nem a qualidade dos hospitais públicos.

"O sector privado está efectivamente a crescer, com algumas unidades de qualidade. Aparecendo estas unidades, é muito natural que esse crescimento acontecesse", disse Pedro Lopes. Para o também administrador dos Hospitais da Universidade de Coimbra, "os hospitais públicos continuam no seu desempenho, não havendo decréscimo de procura nem decréscimo de produção, portanto [os hospitais do Serviço Nacional de Saúde] fazem o seu caminho normal".

Estes hospitais públicos, considerou o representante dos gestores dos hospitais do Estado, continuam "em crescimento, embora mais ligeiro, mas sustentável porque a grande dimensão da cobertura hospitalar continua a ser feita pelos hospitais públicos, não pelos privados".

Os principais grupos privados de saúde a operar em Portugal cresceram acima de dois dígitos no primeiro semestre deste ano, em comparação com os primeiros seis meses de 2008. De acordo com os dados da actividade assistencial da José de Mello Saúde, Espírito Santo Saúde e Hospitais Privados de Portugal, o crescimento esteve, em todos os casos, bem acima dos dez por cento (exceptuando os internamentos nos hospitais da CUF, que subiram apenas 3,5 por cento face aos primeiros seis meses do ano passado).

Para o presidente da APAH, existe, para os privados, "um certo mercado muito localizado na região do Porto e Lisboa e aparecendo estas unidades é muito natural que esse crescimento acontecesse", mas isso não impede o sector público de continuar a melhorar. "O sector público continua a fazer o seu percurso normal e o privado serve só aquelas que pessoas que ou têm seguros ou têm capacidade financeira para serem atendidas na privada", considerou
JP 30.07.09

Mas, então, e as conclusões do estudo do Villaverde Cabral ?

Este presidente da APAH é mesmo fraquinho. É um verdadeiro presidente corta fitas. Profundidade. Capacidade analitica, nickles...
A APAH, os Administradores Hospitalares, também se transformou num grupinho de senhores bem instalados.

3:44 da tarde  
Blogger saudetotal22 said...

Acho uma excelente opção o BES Saúde! E ñ vejo qualquer problema a ligação ao hospital luz, pelo contrário!uma pedrada no charco em termos de qualidade clinica e de atendimento na saude em portugal.fui fazer uma ressonancia á coluna lombar que tenho uma hérnia e tenho que controlar anualmente.Já fiz este exame horrivel porque tenho claustrofobia.Já fiz na Cuf, IMI e no Porto.Cuf 2 horas á espera; IMI péssimo atendimento e serviço administrativo de função publica; Porto mto bom; deta vez fiz na nova ressonancia do H.Luz.É mais aberta aquele tunel, posso escolher musica durante o exame que tem muito barulho mas fantástico foi o atendimento. Senti-me um ser humano e não mais um doente entrgue á maquina como no IMI e Cuf sobretudo! desde a entrada até fazer o exame um atendimento personalizado fabuloso. e tudo profissionais jovens que parecem ligados a pilhas duracel que não param 1 segundo, com grande simpatia e profissionalismo!e pequenos promenores q fazem a diferença!e com jardim interior lindo!quero voltar ao hospital luz e recomendo a todos que têm receio deste exame por ser fechado. Parabéns! nem tudo é mau neste país

11:44 da tarde  

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