terça-feira, julho 14

A obrigação de Informar


O DN traz hoje (13.07.09) nas páginas 2 e 3 , um trabalho sobre a utilização do sector privado por parte dos portugueses e o Editorial sobre o mesmo tema.
Matéria interessante, como interessante é a pergunta do editorialista sobre as posições do PS e PSD sobre SNS/Sistema Nacional da Saúde.
Acontece que, só por "distracção", deficiente trabalho de casa, interesse comercial (os grupos privados sempre vão garantindo alguma publicidade) ou sã provocação, nem a jornalista, nem o editorialista do DN se deram ao trabalho de referir, a propósito, as recentes conclusões do trabalho do Prof. Manuel Villaverde Cabral, apresentado nas Comemorações do SNS.
Bastaria uma vista de olhos ao livro ou aos poucos artigos publicados sobre o tema , para, pelo menos, terem incluído nos seus trabalhos o necessário contraditório.
É que, à parte as consultas da especialidade e a recuperação das listas de espera, milhares de portugueses que ao longo dos últimos anos, se viram obrigados a fazer seguros de saúde por causas das Hipotecas, continuam a preferir o SNS.
O estudo de Villaverde Cabral link diz isso mesmo: "O número de hospitais e clínicas privadas tem aumentado, mas ainda assim os portugueses continuam a recorrer ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). De 2001 para 2008, a percentagem de utilizadores do serviço público subiu de 84,8 por cento para 89,9 por cento, enquanto a percentagem dos portugueses com seguros de saúde manteve-se perto dos 11 por cento."

Num momento de crise económica e social, em que a classe média se aproxima do SNS, nada melhor que dar uma mãozinha aos privados.
Já agora e para quem não saiba, MFL faltou recentemente à Conferência sobre o SNS prevista para OM Sul.

Avicena

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5 Comments:

Blogger tambemquero said...

Já pouco no nosso jornalismo nos surpreende.

No entanto esta pelo que tem de anedótico merece esta referência.
Um articulista de serviço do mesmo jornal, ao bom estilo TVI, tem o desplante de comparar o actual momento da MFL à campanha do Obama. link

Será que estamos perante alguma campanha publicitária paga?

12:48 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

Atente-se que o artigo em questão refere-se a um intervalo de 30 anos.
O intervalo do estudo do dr. Villaverde Cabral é muito mais curto.
Ambos devem estar certos.

O título da notícia não deixa, no entanto, de ser enganador.
Os responsáveis das redacções gostam de "inventar" destes titulos. Para levar os leitores ao engodo.

O importante é que as conclusões do Dr. Villaverde são inatacáveis.

12:14 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

"Uso de serviços de saúde privados triplicou em Portugal"

O título devia ter sido acrescentado de: "Nos Últimos Trinta Anos".

O artigo, por sua vez, é fraquito, não faltando a inevitável ferroada do dr. boquinhas, um distinto quadro do PS, convertido à virtudes do sector privado: Uma das grandes diferenças das últimas décadas foi mesmo o orçamento com esta área: "Há 30 anos, gastava-se 2% do PIB com as despesas de saúde e hoje a percentagem subiu a 10%".

Aguardamos com enorme expectativa o contributo das PPP, nomeadamente a de Cascais, na contenção da despesa da Saúde.

12:40 da tarde  
Blogger cotovia said...

CHEIOS de SORTE
A ministra da Saúde reafirmou ainda que desde o dia 24 de Abril foram confirmados 96 casos de gripe A em Portugal e comentou que essas pessoas até tiveram sorte. «Já tiveram a gripe, passaram-na bem e já não a vão voltar a ter, enquanto nós ainda estamos susceptíveis de a apanhar», sublinhou. link
TSF 14.07.09

No seu tom piedoso, a ministra da saúde, deu seguimento, hoje, a mais um episódio do magazine da gripe.
De tanto aparecer, AJ arrisca-se a ficar para a posterioridade como a santa padroeira da gripe.

4:36 da tarde  
Blogger Unknown said...

Pelo menos já conseguiu ser o Ministro mais popular, na sondagem da Aximage para o Correio da Manhã no último domingo, com 12 valores. Bem se podem torcer os Ministros da Saúde, dos últimos 20 anos. Talvez por ser Pediatra, falar de dentro do sistema e agir como mulher na política.
Lá escrevia Sofia Mello Breyner Andersen, no seu poema a Catarina Eufémia.
"Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas.
Segundo o antiquíssimo método oblíquo das mulheres.
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos"

11:28 da tarde  

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