Meliço Silvestre, entrevista
Tem havido muito alarido, o que é bom para que todos fiquem esclarecidos link
…/ GH: No caso da gripe A se tornar um caso mais grave o que está estruturado, a nível hospitalar, é suficiente?
Meliço Silvestre (MS): Se a situação piorar os hospitais estão ultrapassados. O que quero dizer é o seguinte: as situações mais graves – pneumonias e outras – logicamente que serão encaminhadas para os hospitais de referência e afins e os restantes doentes devem ficar em casa para serem tratados através de apoio domiciliário. O hospital não pode funcionar se houver uma situação de calamidade total, como é lógico. O primeiro objectivo é impedir a propagação da doença e, depois, minimizar os riscos.
GH: Mas como é que as pessoas se vão tratar em casa?
MS: Terão de ser criadas condições para tal, através dos serviços domiciliários, e contando com os profissionais terão de ir a casa dos doentes. Quanto a mim, não há nenhuma circunstância que fuja desta regra. Neste caso, todos os profissionais de saúde terão de encontrar um meio para trabalharem em conjunto…
GH: Temos médicos e enfermeiros suficientes?
MS: Temos, claro que sim! Há muita coisa que está a ser feita, mesmo que não se saiba. Foram reavaliados os planos de contingência; criados hospitais de referência e outros de apoio; foi criada a linha telefónica para atendimento de doentes, numa primeira fase. Dou-lhe um exemplo, a Universidade de Coimbra – não o Hospital – pediu-me já para ir coordenar um plano de contingência da instituição, com a colaboração de alunos de Medicina e outros. E as coisas funcionam. O que eu não gosto é que compliquem as coisas. Eu vim agora à Fundação Calouste Gulbenkian e fui à toilette, e as normas que estavam afixadas para a lavagem das mãos eram, quanto a mim, complexas demais. Só de ler aqueles pontos todos ficamos cansdos. Digo-lhe que fiquei incomodado, enão me parece que seja o comportamento ideal face às circunstâncias. Se se disser à população para lavar as mãos bem lavadas, isso chega!
GH: A vacina está a ser desenvolvida e testada e não há certeza nenhuma de que ela possa funcionar…
MS: É verdade… não se sabe!
GH: Vamos partir do principio que sim. Deve chegar a Portugal em Dezembro, o que significa que passamos o Outono sem vacina e sem protecção. O que é que isso pode significar?
MS: Uma pandemia! Temos que ter a consciência disso. Não há nada que se possa fazer. A OMS já fala de uma pandemia, pelos nossos critérios ainda não chegámos lá… estamos a caminho. Se no Outono isso acontecer, a parte complicada – já não estou a falar das mortes e da doença – vai ser a parte económica: indústrias fechadas, escolas fechadas, comercio fechado, etc, mas pode ser que nada aconteça, não é ?
GH: A Alemanha já determinou quem é que vai vacinar numa primeira fase. Ou seja, vai vacinar grávidas, crianças, profissionais de saúde e da protecção civil. Nós ainda não fizemos essa selecção.
MS: Olhe que está feito, porque muitas dessas atitudes e acções já tinham sido estudadas, aquando da gripe aviaria – a H5N1 – agora o que temos é de adaptar as regras criadas às circunstâncias que forem acontecendo…./
…/ GH: No caso da gripe A se tornar um caso mais grave o que está estruturado, a nível hospitalar, é suficiente?
Meliço Silvestre (MS): Se a situação piorar os hospitais estão ultrapassados. O que quero dizer é o seguinte: as situações mais graves – pneumonias e outras – logicamente que serão encaminhadas para os hospitais de referência e afins e os restantes doentes devem ficar em casa para serem tratados através de apoio domiciliário. O hospital não pode funcionar se houver uma situação de calamidade total, como é lógico. O primeiro objectivo é impedir a propagação da doença e, depois, minimizar os riscos.
GH: Mas como é que as pessoas se vão tratar em casa?
MS: Terão de ser criadas condições para tal, através dos serviços domiciliários, e contando com os profissionais terão de ir a casa dos doentes. Quanto a mim, não há nenhuma circunstância que fuja desta regra. Neste caso, todos os profissionais de saúde terão de encontrar um meio para trabalharem em conjunto…
GH: Temos médicos e enfermeiros suficientes?
MS: Temos, claro que sim! Há muita coisa que está a ser feita, mesmo que não se saiba. Foram reavaliados os planos de contingência; criados hospitais de referência e outros de apoio; foi criada a linha telefónica para atendimento de doentes, numa primeira fase. Dou-lhe um exemplo, a Universidade de Coimbra – não o Hospital – pediu-me já para ir coordenar um plano de contingência da instituição, com a colaboração de alunos de Medicina e outros. E as coisas funcionam. O que eu não gosto é que compliquem as coisas. Eu vim agora à Fundação Calouste Gulbenkian e fui à toilette, e as normas que estavam afixadas para a lavagem das mãos eram, quanto a mim, complexas demais. Só de ler aqueles pontos todos ficamos cansdos. Digo-lhe que fiquei incomodado, enão me parece que seja o comportamento ideal face às circunstâncias. Se se disser à população para lavar as mãos bem lavadas, isso chega!
GH: A vacina está a ser desenvolvida e testada e não há certeza nenhuma de que ela possa funcionar…
MS: É verdade… não se sabe!
GH: Vamos partir do principio que sim. Deve chegar a Portugal em Dezembro, o que significa que passamos o Outono sem vacina e sem protecção. O que é que isso pode significar?
MS: Uma pandemia! Temos que ter a consciência disso. Não há nada que se possa fazer. A OMS já fala de uma pandemia, pelos nossos critérios ainda não chegámos lá… estamos a caminho. Se no Outono isso acontecer, a parte complicada – já não estou a falar das mortes e da doença – vai ser a parte económica: indústrias fechadas, escolas fechadas, comercio fechado, etc, mas pode ser que nada aconteça, não é ?
GH: A Alemanha já determinou quem é que vai vacinar numa primeira fase. Ou seja, vai vacinar grávidas, crianças, profissionais de saúde e da protecção civil. Nós ainda não fizemos essa selecção.
MS: Olhe que está feito, porque muitas dessas atitudes e acções já tinham sido estudadas, aquando da gripe aviaria – a H5N1 – agora o que temos é de adaptar as regras criadas às circunstâncias que forem acontecendo…./
Entrevista de Marina Caldas, GH n.º 44
Etiquetas: Entrevistas
1 Comments:
Esperemos que, tal como sucedeu em 2000 com os computadores, o "bug" não se confirme e que tudo não passe da habitual gripalhada sazonal.
Enviar um comentário
<< Home