quarta-feira, agosto 5

Resistir

Caro João Pedro não posso estar mais de acordo consigo. É preciso lutar contra as toupeiras que tendo medo da luz se refugiam no medo de discutir ideias ou porque delas se envergonham ou porque pura e simplesmente as não têm

Nas próximas eleições decide-se o futuro do SNS na sua matriz fundacional universal.

Este PSD moribundo, corroído pelo gérmen da negociata, pelo pacovismo atávico dos novos-ricos deslumbrados pela traficância de influências e pela usurpação do Estado destruiria, inexoravelmente, o último dos bens públicos democráticos que resiste no sistema de saúde.
O regresso desta trupe ao poder teria como consequência um sistema de saúde a duas velocidades. De um lado as clínicas de luxo (pagas pelos nossos impostos) onde os ricos iriam ser tratados (depois de uma bela viagem de iate ou de uma qualquer rave party) do outro um sistema público residual, de cariz assistencialista onde a caridade pública mediada pelas misericórdias cumpriria o sagrado dever da piedade. É certo que nas clínicas dos ricos poderiam ser criados alguns empregos para enfermeiros e outros técnicos de saúde que embora sendo filhos de pobres teriam a compensação de folhear a Hola ou a Caras no intervalo dos tratamentos das elites sociais.

Eu declaro, neste blog, que tenho um conflito (muito sério) de interesses – votarei PS sem perder a independência moral nem o juízo crítico mas tão só porque não quero Isaltinar o meu país…

rezingão

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2 Comments:

Blogger Tavisto said...

“ O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há principio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidades dos homens públicos. Alguns agiotas exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia”.

Em “As Farpas”, Eça de Queirós

Sendo a situação do País difícil, não é felizmente com a pungência com que Eça descreve o sentir da Nação no final do século XIX o nosso estado de espírito de momento. Mas, há que dizê-lo, a não se inverter o actual estado de coisas para lá caminhamos a passos largos. Um sinal tradutor da descrença dos portugueses em si próprios é o resultado de um inquérito recente mostrando que 35% são a favor da união ibérica.
Parece-me excessivo atribuir a “isaltinização” do País apenas ao PSD por ser a face mais visível de processos de corrupção recentes. Sobre este assunto penso não ser necessário invocar outras personalidades públicas e processos em curso, para demonstrar caber ao centrão político, representado nos dois maiores partidos, a responsabilidade principal pelo actual estado da Nação.
Não me parece também correcto atribuir apenas ao PSD a responsabilidade pelo que “rezingão” designa por saúde a duas velocidades e, para o demonstrar, não me parece também haver necessidade de invocar políticas e nomes de personalidades da área socialista que para tal contribuíram.
Nas próximas eleições legislativas não se discute apenas o SNS mas muito mais do que isso e, admito, sendo muito forte o apelo ao voto útil no PS pela ameaça da chegada ao poder da Direita ultramontana, é preciso afirmar que há alternativas.
Respeitando o sentido de voto de cada um, com a independência de quem votando à esquerda ainda não decidiu em qual partido votar, considero ser redutor apresentar a votação no PS como opção salvífica.

12:07 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

Excelente post do tavisto.
Uma pequena achega.
Pela primeira vez temos um PR afecto às forças da direita a liderar o processo.
É também a contar com esta adversidade que o voto útil no PS assume capital importância.
A juntar a muitas outras, como a dificuldade (ou impossibilidade) de efectuação de coligações à esquerda.

2:18 da tarde  

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