Consentimento Informado (2)
foto NYTimes
A propósito do acidente com seis doentes do HSM, o Aidenós escreveu o seguinte: link A prática correcta do Consentimento Informado “não é fácil de atingir e faz apelo a múltiplos aspectos, desde a posição central do doente nos serviços de saúde, que deve condicionar o relacionamento, todas as decisões e toda a actividade dos profissionais de saúde, até à compreensão, pelo doente, de que ele próprio é agente activo e não meramente passivo dos cuidados de saúde.”
Ontem (29.07.09), num texto cheio de emoção, António Travassos, a propósito da relação médico/doente, referia o seguinte: link
…/ E, na primeira oportunidade que se me apresentou, falei do que sei fazer e da experiência que adquiri ao longo de uma actividade cirúrgica vivida com grande intensidade e quase sempre off label. Pensei nos "meus doentes", no Rui, na Ivone, na Anabela, na Maria Ana e em todas as outras crianças e adultos que tenho o privilégio de tratar. Nos que me compreendem, nos que confiam em mim e me dizem "por favor, decida o doutor!".
Hoje, ainda em período de tempestade, decidi manter agendados 10 doentes para tratamento com "Avastin". Estava preparado para ouvir as dúvidas, as perguntas, as certezas e constatar as hesitações. Nada disso aconteceu... nem uma pergunta, nem uma hesitação. "Eu confio em si, doutor... por favor trate-me."
Raras vezes as doenças oculares acompanham quadros clínicos complexos, que evoluam com doença psíquica. Por isso, os nossos doentes conservam a inteligência on head. Uma relação doente/ médico honesta e competente é um pilar muito forte para a cura. Um doente pode aceitar que um médico erre, mas nunca aceitará que minta ou que o deixe no convés que se afunda, enquanto salta, apressadamente, para um qualquer salva-vidas.
Hoje (30.07.09), o NYTimes publica um interessante texto sobre o Consentimento Informado “Treating Patients as Partners, by Way of Informed Consent”, que também merece a pena ser lido: link
.../ Unfortunately, the process by which most doctors learn how to obtain informed consent is usually haphazard at best. Young doctors rarely have formal mentorship or the opportunity to observe more experienced physicians doing the process well before they begin to obtain consents on their own. “So often in medical training,” Dr. Kodish said, “the fully trained attending physician will say, ’Go consent that patient for an appendectomy.’ You do it, but you never get a chance to think about the choreography of informed consent — how you make eye contact, sit down, build trust. The belief that we can ‘see one, do one, teach one’ is not sufficient here. Informed consent is about forging a partnership with the patient.”
.../ For physicians, informed consent is “so inherent to what we do,” Dr. Pawlik observed, “that we have to be careful not to take it for granted and just go through the motions. There’s a lot of stress on the system — the amount of time we are allotted in clinic, the number of items we need to process before we proceed. Once in a while it’s worthwhile to pause and re-examine these things.
“What we do to patients is enormous. Informed consent is an opportunity to invite patients to participate in the decision-making process of care. It’s a long-term investment for doctors and patients.”
Ontem (29.07.09), num texto cheio de emoção, António Travassos, a propósito da relação médico/doente, referia o seguinte: link
…/ E, na primeira oportunidade que se me apresentou, falei do que sei fazer e da experiência que adquiri ao longo de uma actividade cirúrgica vivida com grande intensidade e quase sempre off label. Pensei nos "meus doentes", no Rui, na Ivone, na Anabela, na Maria Ana e em todas as outras crianças e adultos que tenho o privilégio de tratar. Nos que me compreendem, nos que confiam em mim e me dizem "por favor, decida o doutor!".
Hoje, ainda em período de tempestade, decidi manter agendados 10 doentes para tratamento com "Avastin". Estava preparado para ouvir as dúvidas, as perguntas, as certezas e constatar as hesitações. Nada disso aconteceu... nem uma pergunta, nem uma hesitação. "Eu confio em si, doutor... por favor trate-me."
Raras vezes as doenças oculares acompanham quadros clínicos complexos, que evoluam com doença psíquica. Por isso, os nossos doentes conservam a inteligência on head. Uma relação doente/ médico honesta e competente é um pilar muito forte para a cura. Um doente pode aceitar que um médico erre, mas nunca aceitará que minta ou que o deixe no convés que se afunda, enquanto salta, apressadamente, para um qualquer salva-vidas.
Hoje (30.07.09), o NYTimes publica um interessante texto sobre o Consentimento Informado “Treating Patients as Partners, by Way of Informed Consent”, que também merece a pena ser lido: link
.../ Unfortunately, the process by which most doctors learn how to obtain informed consent is usually haphazard at best. Young doctors rarely have formal mentorship or the opportunity to observe more experienced physicians doing the process well before they begin to obtain consents on their own. “So often in medical training,” Dr. Kodish said, “the fully trained attending physician will say, ’Go consent that patient for an appendectomy.’ You do it, but you never get a chance to think about the choreography of informed consent — how you make eye contact, sit down, build trust. The belief that we can ‘see one, do one, teach one’ is not sufficient here. Informed consent is about forging a partnership with the patient.”
.../ For physicians, informed consent is “so inherent to what we do,” Dr. Pawlik observed, “that we have to be careful not to take it for granted and just go through the motions. There’s a lot of stress on the system — the amount of time we are allotted in clinic, the number of items we need to process before we proceed. Once in a while it’s worthwhile to pause and re-examine these things.
“What we do to patients is enormous. Informed consent is an opportunity to invite patients to participate in the decision-making process of care. It’s a long-term investment for doctors and patients.”
Ao encontro do que escreveu o Aidenós.
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