segunda-feira, setembro 7

Louçã deu baile


É raro ver-se um debate tão desigual.
Esta noite, Louça fez de MFL o que quis.
Confrangedora a prestação da candidata do PSD a primeiro ministro. Encurralada, vimo-la concordar inúmeros vezes, a despropósito, com os pontos de vista do adversário. Numa tentativa desesperada de suster o fogo inimigo.
Louçã, impiedoso, deu-lhe serenamente a estocada final na discussão dos dois últimos temas : A Saúde e os casamentos homossexuais.
Sobre a Saúde ficámos a saber que o PSD, se for governo, não vai privatizar a Saúde. E o sector privado ter-se-á de contentar com o seu papel de complementaridade (Sobre este ponto, penso que MFL mentiu uma vez mais).
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Ponto alto: Quando MFL, incapaz de explicar melhor a sua dificuldade em compreender o funcionamento dos casamentos homossexuais, resumiu: É a vida.
Pronto, Louçã disparou: É a democracia. A qualidade da democracia (em tentar encontrar soluções para este e outros problemas sociais).
Nota: Imagino o sorriso rasgado de JS a assistir à prestação de MFL.

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6 Comments:

Blogger e-pá! said...

O que impressiona é o seu constante apelo a dois slogans:

- É a vida! - reprodução da célebre expressão de António Guterres - quando perde o fio à meada...

ou, nos constantes buracos e insuficiências do programa:

- Vamos promover uma "política de verdade"! - transformando a verdade numa vulgar falácia eleitoral - quando pretende fugir a discutir políticas, medelos, realidades, números, etc...

No seu léxico político não devem constar mais de 100 ou palavras, ... a maior parte delas pré-registadas em banal estilo cassette: ... verdade, asfixia democrática, só prometemos o que faremos, etc.

É impressionante a sua falta de cultura política e torna-se misterioso, como com essa constrangedora limitação, foi professora de Economia...

Nesta Senhora há algo de errado...
.

8:03 da manhã  
Blogger Clara said...

O programa de verdade do PSD não resiste à mais leve das análises, como ficou provado neste debate.
Cheio de contradições e omissões quando melhor esmiuçado a solução de MFL foi defender-se, repetindo que tal matéria não se enontrava no programa.
Sabia que a candidata do PSD era fraquinha. Estava longe de imaginar que fosse protagonista de tal humilhação.
O ponto alto do debate aconteceu quando MFL negou a intenção do PSD em privatizar o SNS.
Mais uma vez ficou provado que o PSD tem medo, tem falta de coragem em falar verdade acerca das suas verdadeiras intenções caso seja governo.

9:41 da manhã  
Blogger Joaopedro said...

Aqui está uma verdade insofismável: O PSD tem medo de falar verdade. Quer iludir o eleitoral com boas intenções para depois, caso seja eleito, aplicar o seu verdadeiro programa.

Mas só é parvo quem se deixa enganar.

12:59 da tarde  
Blogger tambemquero said...

O facto do PSD basear a sua campanha na ideia de que é o detentor da Verdade diz tudo sobre a sua cultura democrática. (Aliás, um partido que tem como um dos seus principais dirigentes, ainda recentemente elogiado pela líder, Alberto João Jardim, tem credenciais claras neste campo.)

Mas há um ponto (já aqui referido) mas que nunca é demais enfatizar e que o PSD em nome dessa tão apregoada Verdade devia verdadeiramente esclarecer:

O Orçamento de Estado afinal é elástico para o PSD e para o PS não? Há rigor nas contas públicas com Manuel Ferreira Leite ou não? O dinheiro público dá para tudo ou não? Não percebo como é que não se pode fazer um TGV porque custa muito - apesar de até ser em parte pago, mas só se for feito agora, por fundos europeus. No entanto, o PSD pode perfeitamente transferir parte dos fundos do Estado para a saúde privada, para a educação privada ou para fundos de pensões privados sem que isso signifique uma subtração no dinheiro gasto nos Hospitais Públicos e nas Escolas Públicas e nas reformas de todos. Que matemática milagrosa é essa!?! Será que MFL tem poderes secretos? Como é que o PSD vai descer impostos (ou de certeza não os vai aumentar), garante manter os gastos nas reformas, na saúde e na educação públicas e ainda vai pagar a privados na saúde, na educação sem que o deficit vá aumentar? Repito que matemática milagrosa é essa? Em verdade me digam...

Bruno Reis

2:13 da tarde  
Blogger Tavisto said...

Bem pode Manuela Ferreira Leite proclamar aos sete ventos que reserva ao sector privado um papel de complementaridade ao SNS que ninguém acredita. Lendo o programa do PSD é bom de ver que tal afirmação só pode ser falsa. Se assim não fosse não teria proscrito a referência ao SNS, dando unicamente relevo aos subsistemas, sistemas regionais, sistemas de saúde oriundos da economia social e do mercado privado.
É evidente que não irá acabar com o serviço público de um dia para o outro por tal ser na prática impossível. É que é o SNS que dá resposta às patologias pesadas e assegura o tratamento de doenças que, pelos custos que comportam e pela sua natureza crónica, não interessam ao sector privado e ao dito social, suportar nem ao Estado alienar. Se tivermos a infelicidade da Direita voltar ao poder, seguir-se-á pois todo um processo de desnatação do SNS que, a seu tempo, o conduzirá a um papel residual na prestação de cuidados de saúde.
Particularmente sensível, por desprotegido, a esta ameaça é o sector hospitalar. Se nos cuidados primários há uma reforma em curso que podendo ser travada é difícil de reverter, já o hospital público está à mercê de um qualquer ataque das forças de mercado. Se não vejamos:
- Á parte a mudança de estatuto dos hospitais SA para EPE, tão fácil de reverter por via legislativa como foi de o consagrar, pouco mudou nos últimos quatro anos em termos de organização interna e de governação clínica.
- Enquanto que o trabalho nas USF se fez acompanhar de um aumento substancial dos salários dos profissionais (médicos em particular), os salários hospitalares estão completamente degradados.
- Embora aprovado na generalidade o novo regime de carreiras médicas, enfermagem e de técnicos de saúde; por falta de tempo os aspectos mais sensíveis da negociação (regimes de trabalho, avaliação de desempenho e salários) ficarão para discutir com o próximo governo. Adivinha-se a luta que irá ser travada tendo em conta a conjuntura económica do País, as expectativas dos profissionais e o período em que as negociações irão decorrer. Levar a negociação a bom porto fica pois à mercê da vontade política do próximo governo.
- Com progressão técnica e salarial congelada há longos anos, a não haver uma rápida modificação da situação, será fácil atrair os profissionais para o sector privado e social se ao mesmo for conferido o estatuto de parceiro em concorrência com o SNS.
- O sector privado hospitalar adquiriu nos anos de LFP e CC uma dimensão na oferta e expectativas de negócio, que, para se fazer substituir ao sector público só precisa de vento que lhe enfune as velas. E, não se duvide, com MFL o vento irá seguramente soprar de feição.
Temos pois que, quem acredita e confia nas vantagens de um SNS Público, tem todas as razões para votar à Esquerda. Os argumentos de liberdade de escolha do utente, melhoria da resposta e qualidade do serviço por aumento da competição, não passam de papel de celofane para embrulhar o role de iniquidades a que conduzirá a política de MFL para a Saúde.

4:03 da tarde  
Blogger Antonio said...

Concordo com o Tavisto nos seguintes pontos (ainda que com ligeiras nuances):

1) "Á parte a mudança de estatuto dos hospitais SA para EPE, tão fácil de reverter por via legislativa como foi de o consagrar, pouco mudou nos últimos quatro anos em termos de organização interna e de governação clínica."

A: ora, falamos claro aqui!

2) "Enquanto que o trabalho nas USF se fez acompanhar de um aumento substancial dos salários dos profissionais (médicos em particular), os salários hospitalares estão completamente degradados."

A: voltamos a falar claro!

3) "Embora aprovado na generalidade o novo regime de carreiras médicas, enfermagem e de técnicos de saúde; por falta de tempo os aspectos mais sensíveis da negociação (regimes de trabalho, avaliação de desempenho e salários) ficarão para discutir com o próximo governo. Adivinha-se a luta que irá ser travada tendo em conta a conjuntura económica do País, as expectativas dos profissionais e o período em que as negociações irão decorrer. Levar a negociação a bom porto fica pois à mercê da vontade política do próximo governo."

A: concordo. Excepto com a "falta de tempo"???? queriam mais quatro anos e meio?


3) "Com progressão técnica e salarial congelada há longos anos, a não haver uma rápida modificação da situação, será fácil atrair os profissionais para o sector privado e social se ao mesmo for conferido o estatuto de parceiro em concorrência com o SNS."

A: pode ser... excepto que o que me parece que vai acontecer será a degradação de todos os salários (inclusive no privado e social)

4)" O sector privado hospitalar adquiriu nos anos de LFP e CC uma dimensão na oferta e expectativas de negócio, que, para se fazer substituir ao sector público só precisa de vento que lhe enfune as velas. E, não se duvide, com MFL o vento irá seguramente soprar de feição."

A: talvez... e talvez isso nem seja mau de todo... mas duvida que seja assim com Sócrates? Clarifique-nos, por favor...

10:59 da manhã  

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