sábado, setembro 5

Fucked



A direcção do PSD recebeu a notícia Moura Guedes/TVI como quem ganha a taluda. Na sede do CDS também há quem pense assim.link
semanário expresso, 05.09.09

Etiquetas:

6 Comments:

Blogger tambemquero said...

Tudo se paga

José Sócrates é responsável pelo caso TVI. Não falo de ‘pressões’ ou de ‘censura’: o homem pode ser autoritário, mas não é suicida. Falo do historial político e até económico que Sócrates foi construindo na sua relação com o canal.

O historial político é simples: um ódio cego aos seus jornalistas e, em especial, ao ‘Jornal’ das sextas. O que naturalmente implicava que qualquer abalo nesse ‘Jornal’ acabaria por lhe desabar sobre a cabeça. Como, na verdade, desabou. A três semanas das eleições. Um erro de ‘timing’? Uma falta de sensibilidade da administração da TVI? Talvez. Mas convém lembrar que, em matéria de ‘sensibilidade’, Sócrates não teve nenhuma quando enterrou um certo negócio com a PT para salvar a pele no pequeno palco da política doméstica. No mundo real, nada se esquece, tudo se paga. E não se tratam os rudes com paninhos de renda.

João Pereira Coutinho

12:49 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Continuo a julgar que a clarificação deste caso passa obrigatoriamente pelo cabal esclarecimento da Administração da TVI (portuguesa, espanhola ou conjuntamente, tanto me faz...)
As alterações da grelha informativa ou de conteúdos, segundo a percepção que tenho, necessitam da audição prévia da redacção.
Mas isto é uma situação a ser resolvida no âmbito da ERC.

Ontem, no debate, na RTP1, entre Sócrates e Jerónimo de Sousa, este assunto foi correctamente tratado pelos dois dirigentes.
Jerónimo de Sousa ao insistir na necessidade de investigar os factos (disse factos são factos...) e ao repudiar um possível aproveitamento eleitoral, mostrou como um partido que lutou pelas liberdades cívicas, quando tal era difícil, não anda atrás de canas de foguetes...como alguma Direita nacional, imberbe e infantil, nas questões de direitos e liberdades.
Por outro lado, convem chamar à colação outros que estiveram silenciosos ou foram , eventualmente, coniventes, durante o longo período de censura que, na ditadura do "Estado Novo", atingiu o povo português - antes de concluído qualquer procedimento de investigação - "juram" ter reconhecido, vislumbrado no caso Moura Guedes, a existência de um extenso rol de crimes contra as liberdades (violação da liberdade de expressão, de imprensa, etc.). Tudo "isto" perpetrado pelo Governo, ou se não foi o Governo, foi influenciado por José Sócrates, que publicamente disse não gostar do trabalho produzido pela senhora...
Ah! Faltava-me matraquear num outro slogan importante. É assim, tudo isto sucedeu num clima de "asfixia democrática"...

Na verdade, ninguém reconhece a José Sócrates o direito criticar (uma liberdade de expressão) a qualidade informativa do "Jornal Nacional" de Manuela Moura Guedes sem logo, abusivamente, tentar indiciá-lo como o mentor da decisão de encerrar a transmissão de rubrica...
Espero que – como parece que sucedeu – o Jornal Nacional de 6ª F da TVI (sem Manuela) tivesse níveis elevados de audição. Para os distraídos verem como uma campanha de marketing que massacrou os telespectadores da TVI durante uma semana, com o anúncio de nesse telejornal fazer revelações importantes, arrasadoras, novas, documentadas, sobre o “caso Freeport”, acabou por resultar num tremendo flop. Nada acrescentou ao que já tinha sido publicado pelo “Sol” e outros periódicos…

Adiante.
Quando se investiga um crime ou uma falta grave, começa-se por questionar se haverá um "móbil" subjacente e, depois, quais os eventuais beneficiados.
Neste caso, só podem ser os que não tendo comprado "cautelas" (das da lotarias... e as dos comportamentos dignos) apregoam, aos 4 ventos, que ganharam a taluda...
Não é?

Bem, quanto a ter ganho a "sorte grande" o melhor é contactar a FraudWatch, não vá essa taluda sair "furada"...
.

9:44 da manhã  
Blogger Clara said...

Um primeiro-ministro é massacrado semanas a fio nos ecrãs da televisão por uma jornalista, ex-deputada por um partido, dirigido por um ex-jornalista director de um jornal que fez história a assassinar politicamente um ex-primeiro-ministro, actual Presidente da República, que se mostra preocupado pela liberdade de expressão poder ter sido posta em causa, sem que ninguém ache estranho esta quase perseguição, e sem que ninguém reconheça ao primeiro-ministro em exercício o direito à indignação.

Pode parecer confuso, mas é o mundo ao contrário.
SIMplex

12:36 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Estamos a falar de um casal - Eduardo Moniz e Manuela Ferreira Leite - especialista, desde longa data, em jogos de poder e golpes de mão mediáticos.

A forma de relacionamento entre o poder político e os meios de informação, constitui um dos mais graves problemas do nosso sistema democrático. Trata-se, efectivamente, de uma relação complexa feita de muitos e delicados meandros com frequentes desfechos imprevisíveis e dramáticos.
Outro problema grave é a ineficiência da nossa justiça, susceptível de aproveitamento das partes contendores como meio de fritar em lume brando os adversários suspeitos de qualquer processo judicial.

Neste caso o erro político de Sócrates foi o de atacar publicamente o canal televisivo do senhor Moniz , ataque habilmente aproveitado pelos seus inimigos (oposição incluída) para lhe desferir um cheque mate.

Quanto a mim a suspensão do programa da TVI terá sido cozinhada por alguns dos elementos da actual administração, constituída na sua maioria por amigos indefectíveis de Eduardo Moniz.

1:40 da tarde  
Blogger cotovia said...

Concordo com o comentário anterior.
A pergunta clássica que se deve fazer em relação a este caso é a seguinte: A quem aproveita o aprofundar da crise do actual canal televisivo, ainda campeão nacional de audiências ?

Não é por acaso que Eduardo Moniz foi contratado pela "Ongoing".

2:03 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Quem é que a afastou?
Sei que foi o accionista principal.

Não quer nomear quem?
Não.

E porquê?
Não sei. Tenho as minhas interpretações, mas não as posso dizer.

Foi surpreendida?
Fui. Tanto que não esperava que estava a fazer o jornal como se fosse para o ar.

Não tinha a percepção que o seu lugar estava em risco?
Sabia que era um jornal que não era querido pela administração. Mas tínhamos uma direcção...

Foi poupada a críticas?
Sempre fui. Ou nunca teria feito o jornal. Mas com as audiências que tinha, com as ‘cachas’ e com o que conseguimos, sempre achei estranho que nunca tivesse tido uma palavra de felicitações por parte da administração.

Não sentiu pressões até à saída do director-geral?
E até agora! Nunca senti. Até que acabaram com o programa.

Tinha garantias da administração de que iria para o ar depois das férias?
Estava tudo programado. Nunca me disseram nada.

Sentia que, pelo seu trabalho, podia ser posta fora?
Infelizmente, não posso falar sobre isso.

Puxou a corda até ao limite?
Nenhum jornalista pode ser acusado disso quando está a fazer o seu trabalho.

Foram as últimas notícias do Freeport que lhe custaram o lugar?
Só por mais uma história? O jornal já não agradava há muito tempo à administração. E não só. É público que não agradava a outras pessoas: o senhor primeiro-ministro. Isso é óbvio.

A quem aproveita a sua saída?
Ao senhor primeiro-ministro, é óbvio. Fica satisfeito por não ter um jornal que o incomoda tanto.

E não é um tiro no pé da TVI?
Não faço ideia.

A decisão deu-lhe uma enorme notoriedade...
A notoriedade foi-me dada pelo senhor primeiro-ministro e pelo PS.

O que vai fazer agora?
Não sei. Estou na direcção de informação interinamente, mas não tenho trabalho jornalístico atribuído.

Sente que tem condições para continuar na TVI?
Tenho que ter. Se não vou para o desemprego... Vou aqui continuar. Não posso estar a depender, tipo dondoca, do meu marido. Têm de me dar ocupação. Como jornalista posso fazer muita coisa.


semanário expresso 05.09.09

2:11 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home