terça-feira, setembro 8

PSD quer acabar com o SNS


MFL, sobre o facto do programa da saúde do PSD não fazer alusão ao SNS, respondeu, feita sonsa, que um programa não se mede pelas siglas.
Mas mede.

Segundo CC, o objectivo (oculto) do PSD em acabar com o SNS carece de fundamento.

«Tendo em conta seis atributos de um bom sistema, como podemos nessa grelha colocar o nosso SNS?
a) Universalidade e equidade – o SNS qualifica-se como um caso de sucesso;
b) O mesmo acontece na efectividade, ou capacidade de satisfazer as necessidades identificadas, com desempenho cada vez mais positivo;
c) Na eficiência temos mais problemas, combatidos por instrumentos como os hospitais EPE, as Unidades de Saúde Familiar, a retribuição variável com o desempenho, a avaliação prévia de medicamentos e tecnologias. Ineficiência existe também no privado só que não é escrutinada;
d) A qualidade é reputadamente maior na prestação pública, sobretudo se a separarmos das amenidades;
e) Quanto à economia do gasto total, aí estão os quadros anuais da OCDE a demonstrá-la.

Qual o motivo que levou o PSD a sanear o SNS do seu programa? Não podendo ser ignorância, fica-nos a ideologia.» CC, weekendeconómico 05.09.09

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4 Comments:

Blogger Antonio said...

Que análise caricata esta.
Merece ser desmistificada. Uma vez que ninguém anda a analisar o Programa do PS... permitam que interprete de forma alternativa e plural.


«Tendo em conta seis atributos de um bom sistema, como podemos nessa grelha colocar o nosso SNS?”??

A: Ainda que importantes, são seis atributos ultrapassados, como deve saber o autor da breve análise.

“a) Universalidade e equidade – o SNS qualifica-se como um caso de sucesso;”

A: Universalidade? Sim teóricamente; mas, Equidade??? Só por demagogia alguém o afirmaria. As fragilidades do SNS, por exemplo, associadas ao caso da oncologia ou das unidades de reabilitação de AVCs (prometidas por este governo, lembram-se?) deveriam ser respeitadas e levadas mais a sério pelos demagogos que produzem estes fretes para o governo. Oncologia e AVC são exemplos claros do contrário do que se afirma aqui.

“b) O mesmo acontece na efectividade, ou capacidade de satisfazer as necessidades identificadas, com desempenho cada vez mais positivo;”

A: que estranha afirmação. Baseada em que evidências? Onde estão os relatórios das necessidades identificadas? Deve ser por isso que o povo é obrigado a recorrer, por exemplo, aos consultórios privados para satisfazer necessidades básicas de ambulatório... volto a lembrar a oncologia e os AVCs...


“c) Na eficiência temos mais problemas, combatidos por instrumentos como os hospitais EPE, as Unidades de Saúde Familiar, a retribuição variável com o desempenho, a avaliação prévia de medicamentos e tecnologias. Ineficiência existe também no privado só que não é escrutinada;”

A: ora, outra ideia caricata! Se o privado não escrutinasse os seus problemas de eficiência, falia rápidamente!!! Como é óbvio... A menos que tivesse uma árvore das patacas para o salvar... mas, quem fala assim, não é gago... apesar do caricato, concordamos que o SNS tem uns “problemazinhos” de eficiência (nada muito grave, claro, o que justifica a continuidade deste governo... certo?)

“d) A qualidade é reputadamente maior na prestação pública, sobretudo se a separarmos das amenidades;”

A: outra ideia caricata. Deve decorrer de uma definição de qualidade em saúde muito... pessoal, local e rosada... E se fossemos fazer a Acreditação da Qualidade a todos os hospitais? Quantos hsopitais públicos não a obteriam? Quantos já a falharam? E olhe que as amenidades nem sequer eram o principal factor de avaliação... E quantos privados falhariam? Quer apostar? Mas, reparem, não estou a afirmar que o privado é melhor. De forma nenhuma. Apenas que a sua natureza de gestão exige uma forma de estar diferente (o que explica, em parte, as falhas do grupo semi-privado dependente da Caixa).
Isto leva-nos a discutir a falhada Empresarialização (EPE) dos hospitais orientada no sentido da qualidade... se para o financiameto dos EPE a qualidade contasse para alguma coisa... que diferente seria, pois os hospitais públicos tornar-se-iam muito mais activos neste campo... e quem nos pode dizer algo das taxas de infecção nosocomial? Aparte as amenidades, claro, que o cidadão não necessita delas...

“e) Quanto à economia do gasto total, aí estão os quadros anuais da OCDE a demonstrá-la.”

A: sim? Que demonstram? Não conseguimos ler nas entrelinhas. Ajude-nos, por favor.

“Qual o motivo que levou o PSD a sanear o SNS do seu programa? Não podendo ser ignorância, fica-nos a ideologia.»”

A: a sanear o SNS? Mais uma ideia caricata. Não ouviram MFL clarificar o que pensa sobre o SNS? Ou querem apenas confundir a malta? E o que leva Sócrates a sanear a discussão da sustentabilidade do SNS durante os debates eleitorais? Uma vez que “saneou” o tema durante mais de dois anos usando a mão discreta das “negociações” com os media...

Bom debate!

10:48 da manhã  
Blogger Joaopedro said...

E esta, eh?!...
Agora temos o professor PKM a comentar o professor CC no saudesa.
Como o DE lhe fechou a porta, PKM veio para aqui fazer reacção.
Acham isto normal?...

4:23 da tarde  
Blogger 007 said...

Agora o PKM (perdão o António) vem de novo ao debate exorcizando os seus fantasmas, carregado de azedume tão cheio de si, da sua verdade e do seu saber. Um verdadeiro estudo de caso! A circulação pelos diferentes bastidores do poder alternando as “lealdades” tornam compreensíveis as “oportunistas" e ácidas críticas ora feitas à ACC em tempo pré-eleitoral. Nada que não se esperasse... Bastaria rever a biografia comportamental nas atitudes e nos escritos. Sobretudo depois da coreográfica saída da Comissão da Sustentabilidade. Quanto ao resto é mais do mesmo.

4:43 da tarde  
Blogger Unknown said...

Caro António...

Se mais unidades de convalescença, cuidados continuados de curta, média e longa duração não existem... tal podemos agradecer não ao Estado mas às entidades privadas...

Fala-me de AVC... Que seria destes doentes se não tivesse existido um Estado que investisse na criação de protocolos como via Verde de AVC e de Unidades de AVC...

Então que falar da Oncologia...

Depois falou de infecções nosocomiais... Quer mesmo saber a estatística? Quer saber onde recorrem os doentes que desenvolvem complicações infecciosas em instituições privadas, por "produção a granel" e obviamente menores cuidados preventivos? Ao SNS...

Quer mesmo fazer comparações entre o SNS e as instituições privadas quanto às infecções?

Só quem não labora ou não laborou em ambas as modalidades pode dizer que o "privado" é melhor... Pergunte aos profissionais de saúde onde prefeririam ser intervencionados...

Quanto Às remunerações... Nisso é capaz de ter razão... àparte os médicos... todos os outros profissionais de saúde são pior pagos no privado do que no Público

Aliás... Parece-me que o aumento de vagas para colocar milhares de enfermeiros no desemprego, assim como fisioterapeutas, TDT's e afins quis única e simplesmente promover a precariedade laboral para que aceitassem remunerações baixissimas no "privado" mas isto é por demais evidente e vai a longo prazo trazer consequências nefastas para a nossa população em geral... Mas os senhores é que são os economistas e políticos da saúde...

É que frustrar ao longo de anos as expectativas dos profissionais só pode levar a uma decadência na qualidade dos cuidados mas isso ninguém quer ver...

Só tenho pena que apenas um partido tenha dedicado alguma atenção à problemática da Saúde (o BE) enquanto que o PS, que ainda prometeu alguma intervenção com CC, esqueceu completamente esta área...

Passa por aí a ideia que AJ pacificou o sector... só se for a população porque os profissionais vêm a cada dia a frustração aumentar... Como é possível que o sector mais qualificado da sociedade portuguesa seja tão maltratado?

PS e PSD... um deserto de ideias...

11:51 da tarde  

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