Fritura em lume brando
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…”PSD admite eventual aumento de impostos com corte de valor igual na despesa. link O porta-voz do PSD admitiu esta quarta-feira que, se o Governo vier a propor um aumento de impostos, os sociais-democratas possam aceitar esse aumento da receita, desde que haja um corte de valor igual na despesa. PSD considera aumento de impostos se o Governo der garantias de redução da despesa. Questionado sobre se o PSD concorda com um eventual aumento do IVA e com a eventual tributação extraordinária do subsídio de Natal, Miguel Relvas declarou: "Devemos começar pelo lado da despesa. E, se for necessário mexer na receita, é fundamental que se assuma um princípio básico: todo o valor que for assumido do lado da receita terá de ter correspondência do lado da despesa, ou seja, 50 por 50”…
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Ora aí está o PSD e PPC a ganhar sucessivos combates aos pontos levando José Sócrates cada vez mais para o território do KO técnico. Depois de tanta arrogância e de tanto autismo vai ser (infelizmente) o PSD e PPC que vão ficar com os méritos de acabar com as RTP’s e quejandas. Na saúde vai ser a humilhação política extrema a julgar pelo pacote de medidas que estarão na calha para ser levadas à mesa das negociações com o governo.
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Ora aí está o PSD e PPC a ganhar sucessivos combates aos pontos levando José Sócrates cada vez mais para o território do KO técnico. Depois de tanta arrogância e de tanto autismo vai ser (infelizmente) o PSD e PPC que vão ficar com os méritos de acabar com as RTP’s e quejandas. Na saúde vai ser a humilhação política extrema a julgar pelo pacote de medidas que estarão na calha para ser levadas à mesa das negociações com o governo.
saloio
Etiquetas: Politica
2 Comments:
O autismo e falta de iniciativa do Governo conduziram a isto. Face à grave crise orçamental a Irlanda soube, no momento próprio, gerar os consensos sociais necessários para enfrentar a dívida e equilibrar as finanças públicas. Por cá, mesmo perante a evidência de que havia que tomar medidas de austeridade e ser-se selectivo no investimento, Sócrates, teimosamente, insistiu nos plano faraónicos tentando vender ao exterior uma imagem do País que as contas públicas e o fraco crescimento económico desmentiam.
Agora perdeu a iniciativa e contradiz-se a todo o momento, quem comanda é Belém e Passos Coelho é o porta-voz negocial. Sócrates recuará até ao último carris do TGV, o Governo arrasta-se penosamente. A Direita tem o poder a seus pés, basta esperar.
Paradoxal é que os partidos ligados à ideologia neoliberal, principal responsável pela crise financeira internacional, estejam a assumir a liderança política na Europa. O que é que falta à Esquerda para poder ser poder?
Carpindo…
O PS e o PSD iniciaram um perigoso jogo de escusas.
Ambos – em circunstâncias diferentes – rejeitaram publicamente os aumentos de impostos. Esta opção [política] não se arrasta no tempo. São [foram] decisões tomadas – há poucos meses - em pleno desenrolar da crise.
Portanto, a abrupta viragem no “contrato político-social” estabelecido entre as forças partidárias e os cidadãos [é essa a vertente fundamental das “promessas eleitorais”] não é, politicamente, digna, nem, facilmente, digerível.
Os cidadãos devem [deviam] exigir que os governantes sejam [fossem] capazes de antecipar cenários e prevenir situações como a que vivemos. Depois do rebentamento da “bolha imobiliária” assistimos a um dolce fare niente. Os governos não mostraram capacidade de accionar novos e mais apertados mecanismos de supervisão e regulação dos mercados.
Prosseguiu-se na “crendice” de que os mercados “livres” se auto-regulavam… Agora, os contribuintes têm dificuldades em aceitar [em compreender] o pagamento da factura resultante dos “ataques” de especuladores… a esse “sacrossanto” mercado. Pior, os contribuintes, em relação ao futuro, nada vêm de concreto na prevenção de novas crises, para além de "soluções fáceis" [aumento da tributação e diminuição das prestações sociais].
Na verdade, temos razões para acreditar que o PS alimentava a secreta esperança de nunca ser obrigado a revelar o real “estado da Nação”. Não o fez voluntariamente. Foi “empurrado” pelo implacável “chicote” de Bruxelas, pelas agências de “rating”, …
O PSD, por outro lado, pensava que não seria envolvido nestas questões. Bastava-lhe esperar que o PS, descredibilizado e acossado por contradições internas, caísse de podre. O calendário político – nomeadamente as eleições para a Presidência da República – forçaram-no, prematuramente, a entrar na liça.
Uma indisfarçável carência de soluções no âmbito doutrinário e ideológico a par de uma notória incapacidade prática para lidar com uma crise económica e financeira, com esta dimensão, empesta e afunda o PS. Hoje, o País pouco mais espera da governação do que a prossecução de uma desastrosa política neoliberal, travestida de um confrangedor pragmatismo. E, para épater le bourgeois , dedica-se à elaboração de “PEC’s”, um atrás do outro – até à derrota final.
O PSD envergonhado com o forçado suporte às medidas anti-crise (leia-se “de inaudita austeridade”), diz ter agido no sentido de salvaguardar o “interesse nacional”. O seu presidente vem a público pedir desculpas pelo sucedido. Contudo, não percebemos se a dita retratação tem a ver com a indignidade de ter “quebrado” promessas assumidas, ou será por se "vergado" ao chamado “interesse nacional”…
Pouco importa decifrar motivações [polítcas e eleitorais].
Basta-nos saber que, neste rebuliço, ambos os partidos alimentam a ilusão de ter "salvo a Pátria".
O que nunca será reconhecido é que essa “salvação” foi conseguida à custa de uma dura penitência dos portugueses e portuguesas.
É esse "não-reconhecimento" que fica em dívida [a adicionar à dívida extrena - pública e privada].
Resta-nos acalentar a esperança de que um dia ajustaremos contas.
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