sábado, maio 22

Gato escaldado

"Há uma preocupação absoluta em mantermos os serviços em funcionamento. Por isso é que eu digo que todos os ganhos de eficiência que queremos alcançar é em termos de despesa de funcionamento e não em termos do que é perceptível para o cidadão enquanto cuidados médicos", reiterou Óscar Gaspar, em declarações à Agência Lusa.

O secretário de Estado falava após ter participado na conferência intitulada "Plano de Estabilidade e Crescimento - Que significado para a Saúde", que a Apegsaúde - Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão de Saúde organizou no Convento Corpus Christi.

Sindicatos, associações e profissionais do sector exprimiram recentemente os seus receios de que as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo para os serviços públicos ponham em causa o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Óscar Gaspar rejeita um tal cenário e recorda que o primeiro-ministro, na entrevista que deu à RTP na terça-feira, dia 18, afirmou que "o caso da Educação e o caso da Saúde merecem uma atenção muito especial".

Ora é exactamente este último parágrafo que nos deve deixar preocupados. É que já lá vai o tempo em que aquilo que o PM dizia merecia confiança e deixava alguém descansado. Tendo a verdade vindo ao de cima o mais certo é passar-se exactamente o contrário.

zé pereira

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1 Comments:

Blogger Tavisto said...

Relativamente à contratação de profissionais ninguém sabe o que esperar. É que já ouvimos de tudo deste Governo nos últimos tempos:
- A Ministra da Saúde no Parlamento a anunciar medidas excepcionais para contratação de médicos reformados, mesmo para os que anteciparam a reforma, admitindo a possibilidade de acumularem com parte do vencimento. Pretensão mais tarde negada por Manuel Pizarro.
- O Ministério das Finanças a decretar o congelamento de admissões na função pública, à excepção das admitidas pelo Ministro da pasta, sem excepção para a Educação e Saúde.
Temos agora Óscar Gaspar, numa postura equidistante, a afirmar que "o caso da Educação e o caso da Saúde merecem uma atenção muito especial".
Como interpretar esta afirmação:
- Que nestas áreas as admissões continuarão a processar-se como anteriormente?
- Que o Ministro das Finanças terá um crivo especial para a Educação e Saúde?
- Que as facilidades de contratação serão só para alguns grupos profissionais?
Em boa verdade parece que tudo será possível. Provavelmente o caminho irá depender do sucesso das medidas decretadas para controlo do deficit. Deixemos passar o mundial de futebol e a “silly season” para percebermos em que ponto as coisas irão ficar. É que, se não correrem pelo esperado, é bem possível que não só não haja novas admissões como quem está se veja subtraído o 13º mês. É caso para dizer, longe vá o augúrio.

12:42 da tarde  

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