quarta-feira, maio 26

PRACE

e racionalidade da despesa pública na saúde

Entidade Reguladora da Saúde + Alto Comissariado da Saúde + Direcção Geral da Saúde + Administração Central do Sistema de Saúde + Instituto Nacional de Saúde: não haverá aqui uma larga margem de redundâncias?
Uma pulverização de poderes desconcertados que deveriam ser coordenados e mesmo concentrados?
Quanto custa cada uma destas (mega)estruturas?
Com que níveis de eficácia e eficiência?
Eis um bom filão, assim parece, para se iniciar, de facto, um processo de racionalização gestionária e financeira da estrutura do Estado Central na área da Saúde.
Quem tem coragem de avançar?

António Rodrigues

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4 Comments:

Blogger sns said...

Seriedade

Parabéns ao nosso amigo António Rodrigues por colocar seriedade na abordagem da questão da racionalidade e da contenção. A estas questões poderiam juntar-se muitas outras como por exemplo a que foi hoje referida pelo Prof. Jorge Simões a propósito das redundâncias hospitalares em Coimbra. O problema é que da discussão séria os responsáveis fogem como o diabo da cruz. Ainda hoje tivemos a oportunidade de ouvir na TSF a responsável pelo CH de Coimbra perorar sobre múltiplas poupanças que passavam por cortes no toner das impressoras a cores, nos toalhetes e nos guardanapos. No cotejo das (ridículas) medidas propostas não subjaz uma única palavra relativamente ao emagrecimento, possível e indispensável, nas estruturas centrais do MS, nas ARS, nos Institutos Públicos. O silêncio é a regra no que respeita à concentração de urgências, de serviços bem como ao encerramento de serviços duplicados e ineficientes. Nem mesmo o COL em Lisboa é tocável.
A questão colocada por António Rodrigues é, na realidade, a questão que vale um milhão de dólares: quem tem coragem de avançar?
Parece que ninguém.
Entre patéticos apelos de apoio, de cooperação, de humanidade e de criatividade a política esfuma-se emergindo a “táctica videirinha” e o “chico-espertismo” de alguns dos seus actores. A exibição demagógica parece não ter limites (entre a auto-flagelação salarial e os guardanapos).
Enquanto isto o SNS vai soçobrando exangue e exausto na delapidação do seu património histórico e da sua responsabilidade social.

Nota: o pré-aviso de greve geral, de quase duas semanas, em Junho, por parte dos Enfermeiros, prenuncia que estes já terão percebido que os generosos aumentos que lhes têm vindo a ser prometidos também se esvaíram na dura realidade da verdade

12:06 da manhã  
Blogger Tavisto said...

É sempre mais fácil ver as adiposidades externas que as internas. António Rodrigues chama, e bem, a atenção para a redundância de Institutos Públicos existentes no MS sobrepondo e, quantas vezes, conflituando funções. Não haverá pois aqui algo a fazer para conter custos, ao invés de se pretender poupar em minudências e de cortes nas franjas do sistema?

8:39 da manhã  
Blogger Carlos Arroz said...

As crises económicas e sociais, quando verdadeiras, globais e maciças, devem ser aproveitadas para o lançamento de medidas estruturais.
As crises levam ao extremo a percepção externa do carácter e da formação das pessoas. Os governantes, pela inevitável exposição, confrontam-se com os seus limites e avançam ou soçobram em função da solidez dos seus conhecimentos e da eficácia das medidas propostas.
Parece-me inevitável, por pressão externa, e talvez excepcionalmente útil e decisivo, uma remodelação governamental com a diminuição drástica dos Ministérios.
Pelo vento chegam indicações sólidas do advento de um regresso aos Assuntos Sociais, para falar apenas na "nossa" área, com Helena André ao comando.
Será especulativo, mas pedagógico, intentar prever quais as medidas que resultariam desta remodelação governamental. Desde logo a proliferação de vaidades que motiva este comentário, secundando António Rodrigues na sua esperança e perplexidade: não seria hora de encerrar o desnecessário?
Bom, e já agora, acrescente-se o encerramento de redundâncias de urgências hospitalares (S. Francisco Xavier e Centro Hospitalar de Coimbra, são bons exemplos) e ouse-se reformar Urgências por referenciação e por Especialidades.
Se a actual crise não servir para afastar os incapazes e para reduzir a máquina administrativa improdutiva, o SNS corre riscos efectivos.

11:09 da manhã  
Blogger umonzeavos said...

Oh Sr. Dr. Carlos Arroz...
Adorava perceber qual o critério que usa ou em que sustenta as suas avaliações de redundância! É inacreditável que tenha já escolhido quais as urgências que estão "a mais"... fico extasiado com tanta sabedoria e com o caracter genuinamente científico da sua apreciação. Acresce a este meu comentário, desculpe a presunção, o facto de lhe ter percebido, a si e ao seu sindicato, demasiadas reticências quando, na altura de "encerramentos" e "cortes" com critérios amplamente sufragados, foi chamado a pronunciar-se, formalmente,sobre falsas urgências!
Agora, sem qualquer critério que tenha explicado, escolheu, sabe-se lá porquê, algumas urgências para fechar...
Mais que redundâncias há "serviços" que, em nome da Qualidade e do ajuste às necessidades dos cidadãos (entre muitas outras razões muito mais "científicas" que a arbitrariedade)já deveriam ter encerrado e, com isso, ajudar a reestruturar o SNS dos cidadãos e não o SNS das corporações por mais respeito que me mereçam!
Um dos Serviços de Urgência que citou como "redundância" mereceu, num estudo completo e complexo da ACSS (no 1º trimestre de 2008)o segundo lugar na tal qualidade percebida pelos seus utilizadores - muito perto, diga-se, de, deixe-me adivinhar, mais uma futura "redundância", o SU do Hospital de Sto. António no Porto em favor, provavelmente, de duas não redundâncias que não são tão bem entendidas pelo cidadão comum e pelos iluminaods dos regimes!
Haja paciência...
Por mim, estou, como sempre, pronto para o debate e aceito tudo desde que a argumentação seja outra!

12:27 da manhã  

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