terça-feira, junho 8

Reforma dos CSP

Passa por grandes dificuldades link

Para José Luís Biscaia, coordenador da USF São Julião, o mais «grave problema que a reforma enfrenta na actualidade não é o fim da Missão, mas o que tem acontecido na liderança dos processos! No último ano e meio, a reforma deslizou para comportamentos não reformistas, dentro do eixo fundamental que representa o surgimento dos ACES ". E a maneira infeliz como as ARS têm executado a reforma dos CSP dentro do seu raio de acção e para a deriva administrativa dos ideais generosos em que assentava a reorganização do sector: "a MCSP perdeu o músculo para discutir com as ARS questões substanciais, em particular as relacionadas com os ACES (...) as ERA foram esvaziadas e a contratualização deixou de ter uma liderança clara, que explicasse para onde vai. De facto, a principal ameaça à reforma é o facto de esta ter sido capturada pela Administração Pública no sentido clássico, naquilo que ela implica de mais negativo". link

JMF 05.06.10

Etiquetas:

2 Comments:

Blogger Carlos Arroz said...

Tudo previsto, tudo escrito nas estrelas.
Mas como o caminho se tinha que fazer caminhando, a coisa atamancou-se pois interessava mais comunicar resultados em powerpoint para político comer do que consolidar a reforma.
Mas, principalmente, como se sabe, o que faltou foi avançar de forma profissional e com profissionais.
A reforma é um big contrato-programa que necessita envolvimento dos profissionais. A coisa à patada não vai lá. E contratualizar exige saber fazê-lo.
Por isso, com o respeito pessoal merecido, nunca perceberei o papel recente que José Luís Biscaia aqui interpreta, surpreso e virgem, quando, com alguns outros, foi um dos mentores do caminho da reforma espectáculo e não da reforma de futuro.
O resultado está à vista, vai estar em contra-vapor e vai ter os culpados do costume: o SIM, a resistência à mudança, as ARS, os políticos, a Angela Merkel e todas as outras tretas que servem, objectivamente, para esconder os nossos próprios pecados e limitações.

5:33 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

O custo das doenças crónicas para o Estado poderá representar nos próximos oito anos 60% a 80% do total do orçamento da Saúde. São entre seis a oito mil milhões de euros apenas em custos directos de um total de 10 mil milhões do orçamento destinado ao Ministério da Saúde. A este valor é preciso somar os custos indirectos do absentismo e das reformas antecipadas provocadas por doenças como a hipertensão, a diabetes ou a osteoporose. Hoje, as doenças crónicas já são responsáveis por 43% das faltas ao emprego e por 35% a 51% dos pedidos de reforma antecipada.
As conclusões foram avançadas ao Diário Económico por Manuel Carrilho Dias, director da PricewaterhouseCoopers e autor do relatório “The Customisation of diagnosis, care and cure”. link O envelhecimento da população e os avanços na medicina tornaram “as doenças fatais em crónicas”, diz Manuel Carrilho Dias. Ou seja, as pessoas vivem mais anos e sobrevivem mais tempo à doença, o que provocou “um crescimento explosivo dos recursos em saúde: maior consumo de medicamentos e meios de diagnóstico, mais unidades de saúde, mais médicos, mais horas de atendimento. Ou seja, todos os ‘drivers’ que aumentam a despesa”, diz o responsável da PwC. Os resultados estão à vista: em 2009, o défice do Serviço Nacional de Saúde (SNS) atingiu os 359,9 milhões de euros.
Uma situação que terá que ser atacada ao nível da prevenção e dos cuidados de saúde primários, como defende Constantino Sakellarides, director da Escola Nacional de Saúde Pública.
A saúde é hoje um factor determinante no crescimento da economia dos países desenvolvidos. A comprová-lo estão algumas conclusões do Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde sobre doenças crónicas. Segundo o relatório de 2010, um aumento de cinco anos na esperança média de vida pode significar um crescimento anual do PIB entre os 0,3% e os 0,5%. Por outro lado, as doenças crónicas e os factores de risco associados podem ter um impacto negativo na riqueza dos países até 6,77%. Numa análise concreta, o relatório exemplifica que na Finlândia as mulheres que sofrem de obesidade têm 2,5 vezes mais probabilidades de ficar desempregadas e na Rússia as doenças crónicas são responsáveis por uma diminuição de 2,5 anos na idade de reforma.
Metade dos portugueses sofre de doença crónica
Em Portugal, mais de metade da população sofre de uma doença crónica (54%), uma situação que tem vindo a agravar-se. Os números mais recentes, compilados no Inquérito Nacional de Saúde 2005/2006 mostram que 5,2 milhões de portugueses sofrem de pelo menos uma doença crónica, cerca de 2,6 milhões (29% da população) sofre de duas ou mais e cerca de 3% sofre de cinco ou mais doenças crónicas. Os números, contudo, podem esconder uma realidade ainda mais preocupante, uma vez que o inquérito foi feito com base em dados auto-reportados, não incluindo os casos diagnosticados.
As doenças mais frequentes são a hipertensão, seguida da doença reumática, da depressão, da osteoporose e da diabetes . O mesmo relatório mostra que a prevalência destas doenças tem vindo a agravar-se. No caso da hipertensão, a taxa de prevalência subiu de 14,9% para 20% entre 1999 e 2005. No mesmo período, a percentagem de portugueses com diabetes cresceu de 4,7% para 6,5%.
DE 09.06.10

12:16 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home