Ministra Ana Jorge
A propósito das profissões de fé no meeting "Segurança nos Cuidados de Saúde versus Sustentabilidade do Sistema de Saúde"...
A Ministra da Saúde enfrenta múltiplas e sérias dificuldades para manter de pé o SNS, perante um sucessivo desmantelar do Estado Social a coberto de medidas extraordinárias apensas ao PEC e das suas permanentes “actualizações”.
Na verdade, não é só o SNS que está sob o fogo de uma vaga revanchista neoliberal. É todo o modelo social decorrente do actual regime - saído do 25 de Abril.
A Ministra teria estado bem – enquanto responsável política - na clarificação do posicionamento do SNS no âmbito do modelo social português e no esclarecimento da opinião pública sobre a seu papel como instrumento de coesão social se – a devido tempo – tivesse sido firme e inflexível na defesa de medidas que substituíssem o gastar mais pelo gastar melhor. Optou pelo gastar menos e, agora, em fim de ciclo político, sente a necessidade de justificar as [más] escolhas.
Teria sido oportuna, se não fosse tardia, a (re)colocação do sector privado no seu lugar, i. e., circunscrevê-lo à sua função complementar ao SNS se, por exº., a sucessiva implementação de um modelo de PPP’s “à portuguesa” não questionasse as suas beneméritas intenções.
Seria premente, para não dizer redundante, nos tempos que correm, apelar para uma gestão criteriosa e eficiente do SNS se, por exº., tivesse prevenido [ou impedido] o regabofe que veio a público – através de uma auditoria do TC – relativo ao funcionamento SUCH já em pleno período de crise (J Publico, 03.06.2010, pág. 13)… link
E assim por diante…
Na verdade, o grande inimigo, as enormes adversidades do SNS terá de enfrentar, podem estar no seu interior. A gestão das unidades de saúde [ a imagem externa] não será mais do que a interface visível dessas inconformidades internas.
Nada pior para assegurar a(s) sustentabilidade(s) [de modelo e de financiamento] do que possuir no seu seio alguns “cavalos de Tróia”.
A [galopante] divida acumulada pelo SNS precisa de ser analisada sob diversos ângulos e perspectivas [e não só financeiramente] para ser eficaz e globalmente combatida e/ou assumida.
É necessário debater se existe uma oculta situação de sub-financiamento [apesar da % do PIB afecta ao SNS] que – na prática - lhe retira, ou condiciona, a capacidade de liderança do sector público da Saúde, i. e., comprometendo a sua sustentabilidade social.
Será [também] indispensável questionar, na política global de saúde, se o SNS deve ficar prisioneiro de resultados financeiros [ …será esta a filosofia dos modelos HH’s SA e EPE] ou de efectivos ganhos em saúde [com óbvios reflexos económicos e sociais].
As actuais recomendações da Ministra Ana Jorge têm um indelével traço de extemporaneidade. “Cheiram” a disposições testamentárias.
De facto, a presente retórica da Ministra mostra que um novo ciclo político assoma no horizonte, ensombrando o “pensamento” e a clarividência na João Crisóstomo.
O modelo social decorrente dessa “anunciada” mudança política deverá ser uma questão prioritária, para o futuro planeamento [um conceito tornado démodé] da Saúde.
Porque, na verdade, sente-se que o SNS será, muito brevemente, questionado [e condenado] politica e publicamente.
A sua sustentabilidade [fundamental sem dúvida] será abafada pela intenção de criar e desenvolver um “mercado da saúde”, [ultra]liberal, livre[ sem regras ou regulação] e sem liderança pré-definida [salve-se quem puder]…
Será este o mais provável legado da crise... se não lutarmos pela defesa e viabilidade do SNS.
A Ministra da Saúde enfrenta múltiplas e sérias dificuldades para manter de pé o SNS, perante um sucessivo desmantelar do Estado Social a coberto de medidas extraordinárias apensas ao PEC e das suas permanentes “actualizações”.
Na verdade, não é só o SNS que está sob o fogo de uma vaga revanchista neoliberal. É todo o modelo social decorrente do actual regime - saído do 25 de Abril.
A Ministra teria estado bem – enquanto responsável política - na clarificação do posicionamento do SNS no âmbito do modelo social português e no esclarecimento da opinião pública sobre a seu papel como instrumento de coesão social se – a devido tempo – tivesse sido firme e inflexível na defesa de medidas que substituíssem o gastar mais pelo gastar melhor. Optou pelo gastar menos e, agora, em fim de ciclo político, sente a necessidade de justificar as [más] escolhas.
Teria sido oportuna, se não fosse tardia, a (re)colocação do sector privado no seu lugar, i. e., circunscrevê-lo à sua função complementar ao SNS se, por exº., a sucessiva implementação de um modelo de PPP’s “à portuguesa” não questionasse as suas beneméritas intenções.
Seria premente, para não dizer redundante, nos tempos que correm, apelar para uma gestão criteriosa e eficiente do SNS se, por exº., tivesse prevenido [ou impedido] o regabofe que veio a público – através de uma auditoria do TC – relativo ao funcionamento SUCH já em pleno período de crise (J Publico, 03.06.2010, pág. 13)… link
E assim por diante…
Na verdade, o grande inimigo, as enormes adversidades do SNS terá de enfrentar, podem estar no seu interior. A gestão das unidades de saúde [ a imagem externa] não será mais do que a interface visível dessas inconformidades internas.
Nada pior para assegurar a(s) sustentabilidade(s) [de modelo e de financiamento] do que possuir no seu seio alguns “cavalos de Tróia”.
A [galopante] divida acumulada pelo SNS precisa de ser analisada sob diversos ângulos e perspectivas [e não só financeiramente] para ser eficaz e globalmente combatida e/ou assumida.
É necessário debater se existe uma oculta situação de sub-financiamento [apesar da % do PIB afecta ao SNS] que – na prática - lhe retira, ou condiciona, a capacidade de liderança do sector público da Saúde, i. e., comprometendo a sua sustentabilidade social.
Será [também] indispensável questionar, na política global de saúde, se o SNS deve ficar prisioneiro de resultados financeiros [ …será esta a filosofia dos modelos HH’s SA e EPE] ou de efectivos ganhos em saúde [com óbvios reflexos económicos e sociais].
As actuais recomendações da Ministra Ana Jorge têm um indelével traço de extemporaneidade. “Cheiram” a disposições testamentárias.
De facto, a presente retórica da Ministra mostra que um novo ciclo político assoma no horizonte, ensombrando o “pensamento” e a clarividência na João Crisóstomo.
O modelo social decorrente dessa “anunciada” mudança política deverá ser uma questão prioritária, para o futuro planeamento [um conceito tornado démodé] da Saúde.
Porque, na verdade, sente-se que o SNS será, muito brevemente, questionado [e condenado] politica e publicamente.
A sua sustentabilidade [fundamental sem dúvida] será abafada pela intenção de criar e desenvolver um “mercado da saúde”, [ultra]liberal, livre[ sem regras ou regulação] e sem liderança pré-definida [salve-se quem puder]…
Será este o mais provável legado da crise... se não lutarmos pela defesa e viabilidade do SNS.
E-Pá
Etiquetas: Ana Jorge, E-Pá, Politica de Saúde
3 Comments:
Provavelmente, o melhor post de sempre postado aqui no saudesa.
Provalvelmente, Ana Jorge irá pedir ao mais discreto dos seus assessores, um print deste post em letra miudinha, numa folha de papel reciclado, frente e verso, para guardar no seu baú de recordações de deputada pelo circulo de Coimbra.
Por maior esforço que faça não consigo lembrar-me de uma acção positiva destra ministra em defesa do SNS.
A não ser uma ou outra declaração a propósito ou despropósito desta ou daquela situação.
Como é possível, ainda, no nosso país, cidadãos vulgares, sem curriculum ou perfil, ascenderem a cargos políticos de top?
Está quase... está para breve o dia em que esta senhora vai ser chutada rua fora da pasta da Saúde, onde fez um trabalho notoriamente deplorável. Sem quaisquer perspectivas de futuro; sem respeito pelos enfermeiros e médicos; sem imparcialidade e objectividade.
Será lembrada como a pior ministra que alguma vez passou na joão cristostomo. Ela que guarde isso como recordação, que nós, de certeza, que também o faremos...
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