sábado, agosto 21

OMS "insta"

“OMS insta países a agir no combate a bactérias multi-resistentes” link

Uma [nova?] bactéria Enterobacteriaceae Gram-negativa [NDM-1] foi identificada nos últimos dias em hospitais asiáticos [Índia e Paquistão] e, posteriormente, referenciada no Reino Unido
link.

As infecções nosocomiais são um problema hospitalar com um longo [e quase sempre incontrolado] percurso.
Estas infecções na sua maioria endógenas tornam o seu controlo difícil através das Comissões de Controlo das Infecções Hospitalares.
É preciso fazer mais.

Os grandes veículos de combate a esta situação são:
1.) Atendimento de qualidade;
2.) Utilização de técnicas [nomeadamente as invasivas] seguras;
3.) Boas práticas terapêuticas no ambiente hospitalar;
4.) Programas de educação para os utentes e profissionais de saúde.

Finalmente, os factores exógenos. Quase acharia despiciendo repisá-los já que – na falta de melhor – a DGS passa a vida a referi-los: falamos da higiene das mãos para os profissionais de saúde e do uso de vestuário adequado.

A probabilidade da infecção pela Enterobacteriaceae gram-negativa [NDM-1] tornar-se num problema de saúde pública poderá ser elevada.
É essa eventualidade que leva a OMS a instar.

Por exemplo, estudos que comparam HH’s que utilizam sistemas de infusão fechados versus abertos, mostraram uma elevada capacidade de diminuição da demora média de hospitalização. Não falando de uma drástica diminuição da taxa de mortalidade.

Uma das causas deste caso relatado pela citada revista The Lancet poderá ser o “turismo médico”.
A corrente epidemiológica é fácil de estabelecer. Muitos britânicos deslocam-se de férias à Índia e, concomitantemente, realizam intervenções cirúrgicas [nomeadamente do foro plástico], em condições [técnicas, de equipamentos e instalações] mais do que duvidosas, embora a preços convidativos. De regresso à Grã-Bretanha e porque as férias de curta duração condicionam frequentemente o uso [e abuso] de antibioterapia profilática, são [podem ser] veículos de transmissão de infecções resistentes aos antibióticos correntes, ou em situações limite, multirresistentes.
Óbvio que as autoridades sanitárias indianas rejeitam esta eventualidade. Só no último ano, apesar da crise global, o “turismo médico” em termos de resultados económicos cresceu 30% [!]…
Na verdade, um assunto com contornos proteiformes. E mais uma vez a perplexa constatação de que os HH’s podem ser [tornar-se] sítios perigosos. Nomeadamente, as longas hospitalizações…

Adenda: os autores do artigo publicado no Lancet [11.Ago.2010] foram financiados pelas seguinte “instituições” : European Union, Wellcome Trust, and Wyeth.
Sem comentários.

E-Pá!

Etiquetas:

1 Comments:

Blogger Utente said...

Finanças arrasam hospitais em parceria público-privada

A construção de hospitais em parceria público-privada padece de anomalias, a maior das quais ter como presidente da Comissão de Apreciação de Propostas um consultor contratado para os processos de concurso. A denúncia é da Inspecção-Geral de Finanças (IGF).

O relatório de Actividades de 2009 da IGF, recentemente publicado, dá conta do resultado de auditorias a três processos concursais do programa de hospitais em parceria público-privada (PPP). E conclui que o programa não conta com recursos humanos, organizacionais e competências necessários para cumprir as metas segundo princípios de boa gestão. Resultado: há desvios temporais de mais de dois anos e, em finais de 2009, ainda não tinham começado as obras de uma unidade que deveria ter sido inaugurada em Outubro. Atrasos então calculados em três milhões de euros.

A auditoria das Finanças lamenta a excessiva dependência do programa face a consultores externos, com “consequências gravosas para o exercício de futuras funções de gestão e controlo” das PPP pelo Estado, por falta de uma adequada internalização de competências. Uma dependência tal que “até o presidente da Comissão de Apreciação de Propostas, representante máximo do Estado nas negociações com os concorrentes, é um consultor contratado em regime de prestação de serviços, com a agravante de o contrato não dispor de cláusulas que salvaguardem devidamente o interesse do Estado” em matéria “de incompatibilidades”.

A falta de controlo é realçada no caso da única PPP que já funciona, em Cascais, sem haver uma “equipa profissionalizada” de fiscalização na Administração Regional de Saúde de Lisboa. A IGF alerta para riscos financeiros e a potencial “ocorrência de um nível inferior da prestação de cuidados”.

3:38 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home