domingo, novembro 21

Em nome do interesse nacional ?

PPC, o líder do PSD, aprovou o Orçamento de Estado para 2011 em nome do "superior interesse nacional".

Depois de tal esforço patriótico, veio ontem explicar que a dívida e o défice publicos portugueses estão "subestimados". As declarações tiveram eco na imprensa internacional. E estão - no dia em que a Irlanda pediu ajuda financeira - escarrapachadas no site do Irish Times (por razões óbvias, um dos jornais mais lidos na Europa nos dias que correm).link link

Afinal, o ministro Teixeira dos Santos tem se desdobrado em contactos internacionais e reuniões em Bruxelas para tentar convencer os parceiros europeus e os mercados que Portugal não é a Irlanda. Umas das razões porque o buraco das contas públicas está "identificado" e não haverá "surpresas" em Portugal como houve com os bancos irlandeses. O Presidente da República, Cavaco Silva, veio hoje dizer o mesmo, revelando que esse foi um dos argumentos que apresentou a Barack Obama, durante a passagem do Presidente norte-americano por Lisboa.

Ou seja, Cavaco Silva e Teixeira dos Santos tentam distinguir Portugal da Irlanda para evitar que Portugal seja o terceiro país da zona euro a pedir ajuda financeira. Em nome do tal "superior interesse nacional".

Que Pedro Passos Coelho agora esqueceu ao decidir surpreender. Anunciando ao mundo que em Portugal há "supresas".

Desta vez não poderá dizer que agiu em "nome do país e dos portugueses". Talvez Passos Coelho seja apenas um admirador do FMI. Ou a emoção da crise e do quase poder tenha falado mais alto.

Nota: "Portugal's budget deficit 'underestimated' "link

Etiquetas: ,

2 Comments:

Blogger Tavisto said...

O que se tem verificado ultimamente é PS e PSD a acusarem-se mutuamente dos seus representantes fazerem declarações que comprometem a credibilidade do País externamente. Foi, por exemplo, o que disse o PSD de Teixeira dos Santos quando na entrevista ao Finantial Times este admitiu a possibilidade de poder haver necessidade de recorrermos ao FMI. Como se isso fosse uma novidade ou se, pelo seu reconhecimento, as coisas se precipitassem.
Agora parece ser PPC o alvo das críticas quando, num comício partidário, declara que o deficit real é maior que o declarado devido a práticas conhecidas de desorçamentação em empresas públicas, o que, pelo exemplo da Saúde, infelizmente parece ser verdade.
Não sei como é que a notícia chegou ao Irish Times, se foi através das agências noticiosas ou pela mão traiçoeira de algum Miguel de Vasconcelos. A verdade é que foi tornada pública no exterior para nosso opróbrio.
A impressão que tudo isto me causa é que tudo não passa de guerrilha partidária para ver quem fica melhor na fotografia perante os portugueses e mais vantagens internas retira dos deslizes do adversário. A verdade é que, apesar da crise, as eleições irão suceder-se e poderá ter mais votos quem for menos responsabilizado pelo afundanço do País.

10:57 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Não será:
- In Nomine Dei?

11:19 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home