quinta-feira, maio 1

DEO 2014

O DEO link e a Saúde :
«Na área da Saúde, foi reestruturada a rede de oferta de serviços hospitalares, privilegiando-se os cuidados de saúde primários. Verificou-se um aumento muito significativo da eficiência do sector, resultante da otimização da gestão operacional, da redução de custos com medicamentos e da renegociação de convenções com privados. A redução da despesa foi acompanhada de medidas tendentes ao aumento da qualidade do serviço, em particular através da informatização do Sistema Nacional de Saúde. » (pagina 21, rigoroso naco de prosa)
....
(vii) Aumento de receita pela alteração ao modelo de exploração de jogo e pelo efeito carry-over do aumento da contribuição para a ADSE, SAD e ADM por parte dos respetivos beneficiários . O aumento de receita decorre da medida de alteração do modelo de exploração do jogo a concretizar em 2015, bem como do impacto parcial do aumento da contribuição para a ADSE, SAD e ADM por parte dos respetivos beneficiários em 1 ponto percentual decidida em 2014, mas cuja entrada em vigor se encontra ainda pendente.
(viii) Medidas específicas no sector da Saúde
Para os anos de 2014 e 2015, e à semelhança do sucedido nos anos anteriores, o Ministério da Saúde encontra-se a negociar com a Indústria Farmacêutica a fixação de limites à despesa pública com medicamentos, com o intuito de alcançar os objetivos definidos no Memorando de Entendimento (1% do PIB). Dando primazia à obtenção do acordo com a Indústria Farmacêutica, o Ministério da Saúde encontra-se a avaliar a implementação de medidas com efeito equivalente, nomeadamente através da aplicação de uma “Clawback Fiscal” sobre a Indústria Farmacêutica, no caso de não ser possível alcançar o referido acordo.
.........
2015, ano de eleições, é preciso proteger a Saúde, a habitual macacada
Segundo o DEO, com a implementação de todas as medidas previstas, o contributo do MS para a consolidação orçamental em 2005 rondará  os 200 milhões de euros.   Entretanto, na Comissão Parlamentar,   Paulo Macedo anunciou mais 97 milhões de euros para o orçamento da Saúde do próximo ano (7718 milhões) consignados ao pagamento de dívidas arrastadas do anterior governo . link

clara gomes

Etiquetas: , ,

domingo, novembro 11

Grécia, esmagada pela troika

The European Commission, the European Central Bank and the International Monetary Fund, have asked Greece to pass 2013-2014 budgets in October which eliminate the annual deficit in three key ways:
- The public payroll must come down by at least 1.5 percent of GDP, producing savings of about $3.7bn. This requires laying off or retiring at least 150,000 people.
- Government operating costs must come down by 1 percent of GDP by moving out of leased properties, abolishing hundreds of committees and public entities that produce nothing, and even outsourcing some government functions. The troika says this could produce savings of about  $2.5bn
- Spending on pensions and healthcare must come down by 3 per cent of GDP, producing savings of about $7.5bn.

This package has been presented to the Troika representatives in order to be approved by them so that 31 billion euros of bail-out funds will be released and the Greek state saved from bankruptcy. It includes:
- Cuts in the funding of Ministries, that will make them almost impossible to function properly.
- A slashing in social spending, that includes reductions in family benefits, in special unemployment benefits for seasonal workers and other social benefits, including funding for travel expenses for patients receiving dialysis.
- A new wave of personnel reductions in the public sector, by forcing thousands of civil servants close to retirement age to enter “pre-retirement status” at reduced wages, by not rehiring public sector employees on limited term contracts (e.g. substitute teachers or adjunct faculty), and by reducing the total number of public sector institutions.
- New cuts in pensions and public sector wages. The cuts in pensions will not simply deteriorate the quality of life for senior citizens. They will deprive families of an income that was instrumental in sustaining forms of intergenerational solidarity.
- A massive new wave of privatizations.
- Cuts in health spending, in a period when Greece is very close to a humanitarian crisis. These cuts will jeopardize the ability of many hospitals and clinics to function properly and will lead to a deterioration of the quality of health services and a reduction in total health coverage.
- The reduction of the total number of Universities, University departments and Higher Education Institutions, through a process of “spatial restructuring” of Higher Education.
- The freeze in hiring in all levels of education, mass lay-offs of adjunct faculty, new education budget cuts – including the abolition of the gratis provision of university textbooks –, and increased tuition for graduate courses.
- Reduced funding for culture and the Arts

Isto num pais da EU onde a taxa de desemprego,  após 39 semanas consecutivas de crescimento, atingiu um novo record de 25,4% (1,7 milhões de gregos sem trabalho). E o custo da mão de obra se degrada mês após mês (-11.5% no 1.º trimester 2012).

Etiquetas: ,

quinta-feira, novembro 8

Portugal, estamos preparados?

...Greece's rundown state hospitals are cutting off vital drugs, limiting non-urgent operations and rationing even basic medical materials for exhausted doctors as a combination of economic crisis and political stalemate strangle health funding. 
With Greece now in its fifth year of deep recession, trapped under Europe's biggest public debt burden and dependent on international help to keep paying its bills, the effects are starting to bite deeply into vital services. "It's a matter of life and death for us," said Persefoni Mitta, head of the Cancer Patients' Association, recounting the dozens of calls she gets a day from Greeks needing pricey, hard-to-find cancer drugs. "Why are they depriving us of life?" 
Outside one of the 133 state hospitals - whose managers have sometimes been appointed as supporters of whichever political party was in power at the time - a banner put up by protesting staff reads "Hospitals Belong to the People". Inside, its gloomy labyrinth of corridors tell a different story. 
A doctor at the university hospital in the northwestern Athens suburb of Chaidari cites a lack of basic examining room supplies in her own department, such as cotton wool, catheters, gloves and paper used to cover the examining table. The shortage of paper, which is thrown out after each patient has used it, means corners have to be cut on hygiene. "Sometimes we take a bed sheet instead and use it for several patients," said Kiki Kiale, a radiologist specializing in cancer screening. "It's tragic but there's no other solution." 
Kiale, 52, said staff cutbacks and a lack of crucial equipment - including a digital mammography machine - meant some doctors were seeing 40 patients during a shift but many patients were still unable to get treatment. In the chaos, patients can slip through the cracks or turn up for treatment again only when their illness has progressed too far for them to be saved. "Some incidents are lost completely, others manage to return after a year but it's too late," said Kiale, who spent five years working in Britain's National Health Service (NHS), adding that the lack of stable government made the problem worse. ...
Reuters 21.08.12 

É fundamental antecipar em tempo oportuno os efeitos de uma crise desta natureza e das medidas tomadas para a debelar sobre o bem-estar das pessoas e a saúde das populações 
Constantino Sakellarides, coordenador do OPSS 

How Does Greece Compare link

Etiquetas: ,

segunda-feira, setembro 3

Sinais de deriva

... A querida troika veio encontrar uma execução orçamental em que nenhuma das célebres reformas prometidas e esperadas avançou (eu rio-me da ignorância deles quando oiço os alemães dizer que Portugal não tem outro caminho senão continuar com as reformas). Em que a dívida pública aumentou e o défice estabelecido para este ano nem por intervenção divina será cumprido. Em que 300.000 pessoas perderam o emprego e dezenas de milhares de empresas faliram e muitas mais vão falir porque a banca não empresta um tostão a ninguém — e até o mais assanhado esquerdista sabe que, sem crédito, não há economia que possa funcionar. Em que 19 das 20 empresas do PSI-20 se mudaram para melhores residências fiscais e os que ficaram estão a ser exterminados por um governo ‘liberal’ que tornou tão insustentável a carga fiscal que em lugar de recolher mais dinheiro o perdeu. E em que, finalmente, toda a poupança na despesa pública foi conseguida com cortes de salários, mantendo intacta a superstrutura que arruína o país e os maus hábitos de proteger com dinheiros públicos os amigos do costume.
Um ano e meio decorrido, depois de ter aceitado os sacrifícios impostos com uma resiliência que todos reconhecem, os portugueses têm o direito de esperar que o Governo e a troika lhes digam o que correu mal e porquê, e o que vai ser mudado ou revisto. E não adianta virem com desculpas sobre a conjuntura externa, porque esta é a mesma maioria que não aceitava essa explicação ao governo anterior. Não adianta virem dizer que a situação era bem pior do que esperavam, pois que nos juraram que conheciam bem a situação e estavam preparados para governar (e ainda esperamos provado “desvio colossal”...). Supondo que, quer o Governo quer a troika, não tenham a humildade de reconhecer que falharam no diagnóstico e na solução, é de esperar, pelo menos, que não venham, simplesmente, propor-nos mais do mesmo. Estamos pobres e descrentes, todavia ainda não estúpidos de todo.’
Miguel Sousa Tavares, semanário Expresso, 01.09.12 link

Etiquetas: ,

sábado, agosto 18

Quem beneficiou mais com a adesão ao euro?

Masa Serdarevic (Blog Alphaville, FT) destaca o relatório do UBS, que sugere que os países periféricos (Grécia, Portugal e Espanha), beneficiaram mais desde a adesão ao euro do que países ricos como Alemanha e França link (Finlândia parece ser a excepção).
Num outro relatório, recém publicado, Mark Cliffe (ING) tenta avaliar a exposição das economias dos países da EU à eventual saída da Grécia do euro link

Tudo em andamento para o chuto final da Grécia. link

Etiquetas:

sábado, julho 21

Aftermath

Debate União Europeia link
...Assim, este é o rescaldo da crise: os resíduos disfuncionais de um modelo económico baseado num sistema financeiro incapaz de se reformar; a mudança da acumulação de capital dos velhos centros que se virtualizaram até à morte para as novas periferias que possuem e produzem a economia real, sem ainda terem o poder para a gerir; na maioria dos países um sistema político em ruínas, produto da sua autodestruição e dos ataques das multidões privadas de direitos que deixaram de acreditar nos seus líderes; uma sociedade civil em desordem, à medida que as velhas organizações sociais se esvaziaram e os novos actores da mudança social ainda são embrionários; e a mais importante característica desta paisagem: as velhas culturas económicas que garantiam a segurança, como a crença no mercado e a confiança nos bancos, perderam o seu poder comunicativo, enquanto as novas culturas baseadas na tradução do sentido da vida em sentido económico ainda estão a ser criadas. Tendo percorrido, desde 2008, o longo caminho que nos levou da crise financeira dos mercados até à crise institucional da União Europeia, e por arrasto dos Estados europeus, tornou-se fundamental abrir uma nova etapa de reconstrução das nossas sociedades, mercados e Estados. Este é o nosso ponto de partida. O “rescaldo” é aquilo que nos induziram até agora a viver; o futuro, teremos de o criar, pois ninguém deverá poder antecipá-lo por nós.

Gustavo Cardoso e João Caraça, JP 21 Jul 2012

Etiquetas:

quarta-feira, junho 27

Oremos...

Portugal, paraíso da austeridade
Por muito difícil que se torne viver em Portugal, e independentemente dos resultados concretos da política em curso, o país está fadado a ser um caso de sucesso no ajustamento desenhado pelos credores. Parece que está escrito.
É aliás uma história bonita que todos vão querer contar: funcionou em 1978, em 1983 (as anteriores intervenções do FMI) e vai funcionar agora. Uma pequena economia aberta que responde muito bem a choques, um povo abnegado que sabe sofrer para merecer a ajuda dos parceiros europeus, e não perde muito tempo ou energia com protestos. Um país báltico em tamanho grande.
Há um ano ainda houve quem pensasse que uma tal proeza só era acessível a um país como a Irlanda, mas Portugal ultrapassou todas as expectativas. Em Berlim não se fala de outra coisa: toda a gente conhece a evolução extraordinária e surpreendente das exportações portuguesas. Não interessa que este sector exportador seja muito pequeno e represente muito pouco do PIB. O que importa é demonstrar que o método funciona. E se funciona em Portugal porque não nos outros periféricos?
O recente Eurogrupo foi a prova dos nove. Jean Claude Juncker depois de ouvir Vítor Gaspar confessar o "aumento dos riscos e incertezas", que deixa o objectivo do défice mal parado, veio dizer aos jornalistas que o programa está ‘on track' e que os 4,5% este ano estão "ao alcance". O comissário Olli Rehn confirmou a benção. Mesmo que Juncker não tivesse ouvido Gaspar, haveria sempre um ministro holandês ou finlandês à cata de problemas na periferia para apontar o dedo e ganhar uns votos em casa. Ninguém pestanejou.
Com a Espanha e o Chipre já no clube dos países ‘on track', e a Itália muito perto, a fadiga toma conta da crise. A zona euro precisa tanto de um êxito como Portugal precisa de crédito. E como o país chegou àquele ponto em que os cortes já não produzem poupanças, a Troika pode ver-se obrigada a considerar metas menos apertadas este ano, sob pena de perder um caso exemplar. Isto dá margem a Portugal para se apoderar de alguns dos termos do programa, por exemplo, tentar repartir melhor os esforços do ajustamento de forma mais equitativa. Mas, este Domingo, a equipa de Passos Coelho demonstrou nada dar por garantido.
O facto das receitas fiscais e o desemprego estarem a boicotar o modelo ‘redondo' que Troika montou não é visto como a prova que a austeridade assim não funciona. É, sim, uma oportunidade para insistir com privatizações (vender e depressa) e com a transposição do travão da dívida. Em ambos os casos, tenta-se fechar à chave a transformação social em curso antes que o modelo descambe ainda mais. Isto é música para Bruxelas. E nem sequer se fecha a porta a novos cortes - uma prova que essa é essencialmente uma decisão da Troika. Portugal executa. Não protesta, nem negoceia, penitencia-se na esperança de ser recompensado. E se não for, é porque não rezou o suficiente
Luís Rego, DE 27.06.12

Etiquetas: ,

quarta-feira, fevereiro 29

PK em Lisboa (2)

foto JP
Krugman também disse, e bem, que o País tinha caído numa armadilha ao aderir ao Euro. Este foi de facto o pecado original da crise que hoje vivemos. Algumas orelhas lusas naquela plateia (e não só) de economistas e financeiros terão ficado a arder.link

Reconhecidamente não tínhamos uma economia suficientemente competitiva e modernizada, que merecesse e justificasse uma moeda tão forte. Tanto mais num quadro de total abertura internacional de mercados.

Houve, então, quem tivesse avisado do perigo utilizando a imagem figurada da junção das panelas de barro e de ferro, mas poucos se importaram com isso. Afinal não tínhamos tido um percurso virtuoso na década de 90, tendo mesmo merecido rasgados elogios e servido de exemplo sobre a capacidade de aplicação dos fundos europeus? Tão bons alunos a dar os primeiros passos, o que nos impedia de competir em campo aberto com as economias mundiais mais fortes?

Hoje sentimos amargamente essa ilusão. O acesso ao dinheiro barato serviu essencialmente para aumentarmos a nossa divida pública e ainda mais a privada. Ao invés de modernizarmos e inovarmos o tecido produtivo, investimos no betão rasgando o País com auto-estradas onde bastavam vias rápidas e estas onde satisfaziam estradas municipais. Onde ontem circulavam modestos Fiats e Renaults, passaram a deslizar vistosos Audis e BMWs.

Enquanto isto foram desaparecendo as indústrias exportadoras baseadas em mão-de-obra intensiva, instaladas na década de 90 atraídas pelos baixos salários e generosos fundos comunitários, sem contrapartida de crescimento de bens transaccionáveis provenientes de indústrias de capital intensivo. Ou seja, sem que nos apercebêssemos, íamo-nos tornando cada vez mais gastadores á medida que íamos empobrecendo. Se a tudo isto juntarmos um pano de fundo de crise internacional e de corrupção e nepotismo político-partidário interno, percebemos melhor o buraco em que nos enfiámos.

Não me surpreende pois que PK venha dizer que os nossos salários tenham de baixar em média 20% relativamente aos Alemães para sermos competitivos no Euro. Aliás, esta declaração não é novidade pois à volta deste valor está já o ajustamento feito na função pública. O que gostaria era de perguntar ao Economista é: como é que um País endividado e com uma economia destruída, consegue levantar cabeça com uma moeda forte.

Tavisto

Etiquetas: ,

segunda-feira, fevereiro 27

PK em Lisboa

Things are terrible here, as unemployment soars past 13 percent. Things are even worse in Greece, Ireland, and arguably in Spain, and Europe as a whole appears to be sliding back into recession. link

Why has Europe become the sick man of the world economy? Everyone knows the answer. Unfortunately, most of what people know isn’t true — and false stories about European woes are warping our economic discourse.
link

Paul Krugman, February 26, 2012

PK esteve hoje em Lisboa. Ficámos a saber que Portugal tem 75% de probabilidade de permanecer na moeda única. Enquanto que a Grécia é caso arrumado. Porque gostam os economistas tanto de imitar o professor Karamba.

Etiquetas:

quarta-feira, fevereiro 15

Portugal, sad example

O “dinheiro fácil” do BCE para a banca europeia está a anestesiar os europeus para a ideia da Grécia poder sair do euro e, em consequência, a deixar o efeito de contágio circunscrito a Portugal.

Apesar do "custe o que custar" em Lisboa, o país permanece hoje colado à Grécia como um mexilhão. Em Berlim nunca existiu uma sensação de urgência para criar soluções solidárias de estabilização do euro e a que existia no resto da Europa parece ter-se perdido. E assim ficamos entregues à promessa ‘privada' do ministro alemão, Wolfgang Schäuble.

Mas até para poder cobrar essa promessa Portugal precisava que a situação da Grécia estabilizasse. Isso está longe de acontecer. Nos próximos dias, Atenas deverá receber um aval político ao segundo "resgate", evitando assim a bancarrota em Março, mas ninguém no seu perfeito juízo poderá realmente respirar de alívio com esta decisão. O dilema de ‘vida ou morte' da Grécia no euro, em que os credores colocam o país, vai continuar em cima da mesa. As cenas dos próximos episódios não serão muito diferentes das que vimos em Atenas nos últimos dias.

Mesmo aplicada a meio gás, a receita de austeridade na Grécia provocou até agora cinco anos de recessão profunda, 20% de desemprego e manteve o défice externo com dois dígitos. Em dois anos, o défice primário (antes de juros da dívida) caiu de 10,9% para 2,1%, mas a dívida subiu de 129% para 162%. Agora, o vendaval de despedimentos na função pública (150 mil até 2015) e o corte severo (mais de 20%) de salários e pensões vão deprimir ainda mais a economia e tornar a correcção da dívida mais difícil. Não é muito sério imaginar, como faz a ‘troika', que o país cresça a uma média de 1,5% até 2020 e a dívida caia para 120%. O único forte candidato a primeiro-ministro, Antonis Samaras, diz que assinar o acordo é a melhor maneira de rever a "má receita". Como disse Keynes sobre o Tratado de Versailles, a Grécia assinou o acordo da ‘troika' numa "aceitação insincera de condições impossíveis". A reestruturação em curso na dívida grega (100 em 350 mil milhões) é muito curta para o que está em jogo e, por isso, este será provavelmente o primeiro de vários cortes à dívida grega.

Se o caminho da Grécia for o abandono do euro, para Neelie Kroes, vice-presidente da CE, isso "não é um drama", é um dracma. Dois anos depois de Merkel ter espantado os mercados ao admitir que um país poderia sair do euro, Schäuble diz que UE está "melhor preparada" para um ‘default' grego. A convicção em Bruxelas é que o impacto nos bancos sistémicos seria reduzido porque estes se libertaram de dívida grega e abateram 50% da restante. Os empréstimos de 1% do BCE, a três anos, deram nova vida aos bancos e parecem, de momento, absorver, com lucros e juros baixos, a emissão de dívida italiana e espanhola nos mercados secundários. Em Portugal, só a indiscrição do ministro alemão conteve os juros. Mas promessas, leva-as o vento.
____
Luís Rego, Bruxelas, DE 15.02.12

«Imagine a country that strictly follows stringent cuts demanded by the IMF. Imagine a country that has slashed massively is applauded by the IMF and its friends. Surely it’s on a path to recovery?

That country is Portugal and in fact it is spiralling deeper into a hole. The austerity is shrinking its economy – making its national debt even harder to pay off. If this carries on, Portugal will also have to default.

And Portugal’s sad example shows why Greece should tell the IMF that its prescribed austerity won’t work. Austerity kills growth – creating a worsening debt spiral.
link link

Etiquetas:

sexta-feira, fevereiro 10

Transparências e dilemas…

O "resgate", ou melhor, a renegociação do programa de auxílio externo, também denominada de “flexibilização”, vem a caminho – por vontade do ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble. link
Maravilhosa esta dualidade de postura política. Cá dentro vocifera-se: “Nem mais tempo, Nem mais dinheiro…”
link , lá fora: “Agradecemos muito” link

Duas caras, dois corações. Nenhuma credibilidade.

Difícil vai ser – no futuro - explicar aos portuguesas e aos portugueses a razão porque se optou por acirrar tão drásticas medidas de austeridade. Mas na verdade este tremendo erro, essa teimosia, só será difícil explicar se o Governo persistir em negar que tem uma agenda política e económica neoliberal.
E, finalmente, resta-nos ter a capacidade de compreender (e aceitar) como empobrecendo inexoravelmente seremos capazes de gerar riqueza para crescer (economicamente) e pagar a dívida. Mais parece o “dilema do prisioneiro” iterado…


e-pá!

Etiquetas: ,

quinta-feira, fevereiro 2

A Europa funciona como um ‘G1’

Portugal está a perder muito mais do que a sua autonomia financeira com o pedido de resgate. O País está a abdicar de ter qualquer objectivo na política europeia que não seja o de ouvir a satisfação de Berlim com o esforço que está a ser feito em Lisboa.

Infelizmente, este não é um problema só de Portugal. É uma nova fase da vida europeia. Antigamente havia os amigos do peixe contra os amigos da pesca, grandes contra pequenos, atlantistas contra continentalistas. Os países faziam e desfaziam alianças consoante interesses. Antes negociavam, agora suplicam todos à Alemanha. Se o mundo se tornou num G2 (EUA e China) a Europa transformou-se num G1.

Só assim se explica que o ponto alto da preparação da última cimeira europeia por parte do Governo português tenha sido uma reunião atípica, em Berlim, a convite da chanceler Angela Merkel, com os líderes da Suécia e da Áustria. O que une Portugal a estes países? Ou que dizer do entusiasmo com que os irlandeses anunciaram o encontro do seu primeiro-ministro com os líderes da Dinamarca, Polónia e Finlândia? Com alinhamentos que recordam um resultado do sorteio para a fase de grupos do Europeu, os países fazem tudo para mostrar que não têm nada a ver com a periferia. Sobretudo os da própria periferia. Mas se há coisa que a crise tem demonstrado é que, com as devidas distâncias, a Grécia somos todos nós. Por este andar, nem os países mais ricos estão a salvo. Os países vítimas da crise rejeitam qualquer frente comum e tratam-se como se estivessem todos de quarentena. É a máxima de "o meu país não é igual à Grécia" levado ao extremo. Mesmo entre países com laços históricos. Mariano Rajoy visitou há pouco Lisboa mas desde os tempos de Zapatero e Sócrates que Madrid adia uma cimeira ibérica. Não se entende que Portugal se orgulhe da audiência em Berlim e não tome a iniciativa de ir Roma, onde Mário Monti, está a ensaiar uma oposição prudente mas construtiva face à Alemanha, dizendo que "sem mais apoio da UE os esforços nacionais podem falhar".

Por este andar, o aumento e a flexibilização do fundo de resgate, um roteiro para os eurobonds ou um papel mais forte do BCE, só vão acontecer quando Berlim quiser. Os países subestimam as suas armas de arremesso numa negociação, julgam que Berlim tem os mercados na mão e esquecem que o êxito da Alemanha depende do (valor do) euro.
Em Portugal, esta falta de visão política é personificada por Vítor Gaspar, o tecnocrata que o primeiro-ministro nomeou como ministro de Finanças e na prática como ministro dos Assuntos Europeus. Como se tem notado, para Paulo Portas sobram apenas os Negócios Estrangeiros como o Irão ou a Síria. O seu tacto político até podia acrescentar aqui alguma visão estratégica mas, por outro lado, também o aconselha a poupar-se a temas potencialmente combustíveis.

Luís Rego, DE 01.02.12

Etiquetas:

quarta-feira, janeiro 18

A Standard & Poor’s tem razão

A decisão da Standard & Poor’s de baixar o ‘rating’ de nove países do euro voltou a deixar os responsáveis europeus em pé de guerra.

É verdade que as agências de ‘rating' foram cúmplices da crise financeira de 2007 e depois disso têm abatido os alvos mais fáceis. Mas desta vez têm toda a razão.

O que diz a agência de notação é que detrás do novo "pacto orçamental" - ou da estratégia portuguesa de "cerrar os dentes e esperar que a tempestade passe" - não há mais e melhor emprego ou crescimento sustentável, como prometeram os líderes em Dezembro. A estratégia centrada em austeridade é descrita como sendo "auto-destrutiva" porque a inibição da procura agregada deixa as receitas a descoberto, provoca um ciclo vicioso de défices, dívida e recessão (basta pensar na Grécia). Por isso, conclui que a última cimeira foi "insuficiente para responder ao stress sistémico em curso na zona euro" - só o BCE está a fazer o seu papel dando liquidez aos bancos e segurando os juros soberanos.

A agência diz que a actual crise não resulta do descontrolo orçamental na periferia mas sim de desequilíbrios macroeconómicos entre países do euro. Lisboa, em vez de criticar, devia ter aplaudido este diagnóstico porque conforta a posição de Portugal ao demonstrar que a crise é sistémica e a responsabilidade é partilhada. Ou Vítor Gaspar já pensa em alemão ou o governo desistiu de pressionar Berlim e o resto da zona euro a procurar alternativas. O país esperava um reconhecimento do seu esforço mas a S&P - e bem - não se impressiona com cortes salariais. Querem resultados sustentáveis e Portugal cai para notação "lixo" porque estes não se vêem - antes pelo contrário. É tudo muito lógico mas, claro, o resultado é terrível: é mais um passo na senda da Grécia com os investidores sem argumentos para segurar títulos nacionais.

A Comissão ainda encontrou coragem para se queixar de que a S&P "não teve em conta as últimas decisões europeias". Quais? A flexibilidade do fundo de resgate decidida há seis meses e que continua na gaveta? A alavancagem do fundo acordado há três meses e que não produziu efeitos? O segundo "resgate" grego que não sai do papel desde Julho? Ou a nova estratégia de crescimento que está a ter tanta sorte como a agenda de Lisboa? Bruxelas diz que tem "mais e melhor informação dos Estados do que as agências", mas durante anos recebia as estatísticas gregas pelo telefone e, ainda hoje, é incapaz de detectar uma derrapagem, seja na Madeira ou nas autonomias espanholas. Por outro lado, critica a excessiva atenção dada às agências mas mantém em funcionamento um sistema de regulação financeira que é bem mais dependente dos ‘ratings' que o norte-americano.

A decisão da S&P só peca por não deixar também a Alemanha com ‘Outlook' negativo, como faz aos outros AAA da zona euro, pois a própria agência reconhece que excedentes comerciais conduzem a desequilíbrios, tal como os défices. Neste momento, nem uma agência de ‘rating' tem coragem de enfrentar a Alemanha.
____
Luís Rego, Correspondente em Bruxelas

Etiquetas:

terça-feira, dezembro 13

Citação completa

Ainda o regresso de José Sócrates aos jornais e TV. Vale a pena ler:
«A citação só estaria incompleta se dela não constasse algum ponto, citável no texto de Vítor Bento, que contradissesse as declarações de José Sócrates. Não é esse o caso, como o demonstra a alegada “citação completa” do autor.»
link
AB

Etiquetas:

domingo, dezembro 4

Festança dos mercados



«The Collapse of The Euro. The Euro is about to implode but that doesn't mean you can't profit. Euro Panic Spreads Should You Panic Too?
Money Morning is a daily newsletter that delivers stock market news and investment advice from around the world every morning directly to your inbox...
Undoubtedly, Greece's troubles have become the de facto urgent matter for the Eurozone. The 27 EU member states now fear that a default by Greece could set off a financial contagion that will spread throughout the region.
This could be the straw that breaks the EU camel's back... but it's not the whole story.
And there's only so much the euro can take before individual countries either give up their sovereign rights in favor of a stronger Europe or dump the EU altogether.
Investors should be prepared. The euro panic affects all markets - commodities to currencies, stocks to bonds - around the globe.
You can be one of the first to see all the details of how this urgent crisis will unfold...
Go below to get this special report, which will explain - in plain English - how to protect your investments while enjoying potentially astronomical gains.
Take action and prepare yourself now. Get your report below.=
---------------------

Este "AD" recorrente no NYT diz bem como funcionam os ditos mercados, até há bem pouco deusificados por Cavaco Silva e ainda reverenciados por Passos Coelho e demais neoliberais.
O que este abjecto anuncio diz aos investidores internacionais que anonimamente se acoitam por trás da palavra “mercados” não é mais que: Detentores do capital não se assustem com a crise europeia, saibam como obter lucros fabulosos à custa da miséria dos seus povos.
Se o processo de esbulho funcionou no Chile ou na Argentina, à custa da miséria de milhões de cidadãos anónimos desses países, porque não há-de funcionar também na Europa onde há muito mais para sacar em valor de trabalho acumulado?
--------------------

Sobre a euro crise :
"The Apocalypse Trade"
link
"The Euro Zone Crisis and the U.S.: A Primer"
link

Wolfgang Münchau:
«If the European summit could reach a deal on December 9, its next scheduled meeting, the eurozone will survive. If not, it risks a violent collapse. Even then, there is still a risk of a long recession, possibly a depression. So even if the European Council was able to agree on such an improbably ambitious agenda, its leaders would have to continue to outdo themselves for months and years to come.»
...
»Last week, the crisis reached a new qualitative stage. With the spectacular flop of the German bond auction and the alarming rise in short-term rates in Spain and Italy, the government bond market across the eurozone has ceased to function
The banking sector, too, is broken. Important parts of the eurozone economy are cut off from credit. The eurozone is now subject to a run by global investors, and a quiet bank run among its citizens.
This massive erosion of trust has also destroyed the main plank of the rescue strategy. The European Financial Stability Facility derives its firepower from the guarantees of its shareholders. As the crisis has spread to France, Belgium, the Netherlands and Austria, the EFSF itself is affected by the contagious spread of the disease. Unless something very drastic happens, the eurozone could break up very soon.
Technically, one can solve the problem even now, but the options are becoming more limited.»
link

Tavisto

Etiquetas: ,

quinta-feira, novembro 17

Desemprego a disparar

«A politica deliberada da “troika” FMI-BCE-CE e do governo PSD/CDS de recessão económica, e de destruição do tecido económico e social do país, para tranquilizar os credores, está a fazer disparar o desemprego. Segundo os dados que o INE acabou de divulgar, referentes ao 3º Trimestre de 2011, a taxa oficial de desemprego subiu para 12,4%, mas a taxa de desemprego efectivo, calculada utilizando também dados do INE (soma-se ao desemprego oficial os “inactivos disponíveis” e o “subemprego visível” que são trabalhadores que, apesar de estarem na situação de desemprego real, não são considerados nos números do desemprego oficial), atingiu 18,2%.» link link

Eugénio Rosa

Etiquetas:

quarta-feira, novembro 2

O povo é quem mais ordena

Não sei se foi por cobardia ou coragem que o Primeiro-Ministro Grego decidiu referendar o recente plano de emergência e, implicitamente,deixar aos gregos a decisão de permanecer no Euro ou, quem sabe mesmo, na CEE. Fosse qual fosse o motivo da sua decisão, vai ser a democracia que vai ditar o futuro da Grécia e, aqui, os restantes países só têm que respeitar a decisão do povo grego. link

Os bancos e os ditos mercados (onde os bancos estão bem representados), tremem com receio do incumprimento da dívida. A verdade porém é que andam a cobrar juros altíssimos aos países periféricos alegando o risco de incumprimento. Ora, se o fazem porque há risco, não têm de que se queixar se alguns entrarem em incumprimento pois já por isso pagam mais.
link

A decisão de Papandreau deixou a Europa (o Mundo) em suspenso mas, fosse essa ou não a sua intenção, lembrou aos senhores do mundo que, quer eles gostem quer não, o Povo é ainda quem mais ordena.

Tavisto

Etiquetas: ,

quinta-feira, outubro 20

Grécia, health effects of financial crisis

olá xavier
tenho pouco tempo para escrever mas não quero deixar de te assinalar 0 texto seguinte:
gosto muito do vosso blog
mónica pina, internista

«Greece has been affected more by the financial turmoil beginning in 2007 than any other European country. 15 years of consecutive growth in the Greek economy have reversed. In adults, unemployment has risen from 6•6% in May, 2008, to 16•6% in May, 2011 (youth unemployment rose from 18•6% to 40•1%),1 as debt grew between 2007 and 2010 from 105•4% to 142•8% of gross domestic product (GDP; €239•4 billion to €328•6 billion) compared with the average change in the EU-15 (the 15 countries that were EU members before May 1, 2004) from 66•2% to 85•1% of GDP in this same period (€6•0 trillion to €7•8 trillion).2 Greece's options were limited, since its Government ruled out leaving the Euro, precluding them from one of the most common solutions in such circumstances: devaluation. To finance its debts, Greece had to borrow €110 billion from the International Monetary Fund and Eurozone partners, under strict conditions that included drastic curtailing of government spending. Whereas other countries in Europe (eg, France, Germany) now show signs of economic recovery, the crisis continues to evolve in Greece; industrial production fell by 8% in 2010.3
Richard Horton4 has asked whether anyone is looking at the effect of the economic crisis on health and health care in Greece, in light of the adverse health effects of previous recessions.5 Here, we describe changes in health and health care in Greece on the basis of our analysis of data from the EU Statistics on Income and Living Conditions,6 which provide comparable cross-sectional and longitudinal information on social and economic characteristics and living conditions throughout the EU.»
...
Lancet, Early Online, 10 October 2011, "Health effects of financial crisis: omens of a Greek tragedy"
link

Etiquetas:

segunda-feira, agosto 8

Pensar o futuro depois do Euro

João Rodrigues: Com esta austeridade "temos de pensar o nosso futuro depois do euro" link
Entrevista a propósito do lançamento do livro "Portugal e a Europa em Crise - Para acabar com a economia de austeridade", organizado pelos economistas José Reis e João Rodrigues.
...
JP: - Mas se fracasse tanto (teoria liberal), porque está tão viva?
JR
: Acho que há um momento de simplismo que pode levar à sua popularização. Por outro lado, ainda há muita gente que investiu muito na teoria e que tem muito interesse em mantê-la no debate público. E, depois, a teoria serve determinados interesses muito poderosos. Determinado tipo de concepção de políticas públicas servem interesses muito poderosos e com muita força material, digamos assim.

Esta interacção entre as ideias e os interesses é muito relevante. Estamos numa situação em que a crise está a ser aproveitada para quê? Para operar uma transferência de activos, a preço relativamente baixo, do sector público para o sector privado (através das privatizações); para enfraquecer serviços públicos e para os transferir para a órbita do sector privado que geram rendas, lucros, extraordinariamente interessantes para certos actores económicos – sobretudo na área da saúde; na Segurança Social. E, apesar do fracasso clamoroso do modelo privado de capitalização, ainda há em Portugal quem insista em reforçar o pilar de capitalização [da Segurança Social]. Porque é muito dinheiro a ganhar num contexto económico em que o é muito difícil para grupos económicos. Este elemento também não é despiciendo.

Por outro lado, no campo laboral, que é um campo extraordinariamente importante, esta construção a partir de uma taxa de desemprego de 12 por cento – que se deve não a qualquer rigidez da legislação laboral, como se viu, mas ao simples efeito da contracção da economia – fragiliza muito o poder dos sindicatos, dos trabalhadores e é uma excelente oportunidade para certos sectores patronais – não aqueles que deveríamos estar a promover – para construírem, reforçarem uma economia de baixa pressão salarial, de baixa capacidade de reivindicação sindical.
Isso para muita gente é muito interessante, sobretudo em sectores económicos que vivem daquilo a que se pode designar de transferência de custos sociais para o mundo do trabalho.
E essa é outra das explicações da popularidade entre alguns sectores, entre algumas elites políticas e económicas, de certas ideias sobre a virtude da desregulamentação das leis laborais na criação de emprego…

Entrevista de João Ramos de Almeida, JP 08.08.11

Etiquetas:

domingo, agosto 7

O Euro tem os dias contados

«“Portugal não vai aguentar as políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) sem deixar o euro. Mas, se esse será o fim, porquê esperar dois anos que se avizinham de recessão profunda? Não percebo como é que o país conseguirá, simultaneamente, pagar a dívida e resistir a um programa de austeridade imposto pelo FMI, que resultará em contração económica e em deflação, o que aumentará o problema da dívida pública”. link

A partir do seu gabinete em Washington, Lachman tem prestado atenção ao caso português, que considera “mais grave do que o grego”, devido a uma “dívida externa superior (em percentagem do PIB). Incluindo o sector privado, o país deve ao estrangeiro o equivalente a 230% do PIB. E ainda tem o problema do défice orçamental, que não andará longe dos 10%. Portugal tem debilidades enormes e não percebo como lidará com elas, mantendo-se no euro e sem poder desvalorizar a moeda”. » ...
semanário expresso, caderno de economia, 06.08.11

Ainda vamos a tempo?: "BCE decide intervir em força nos mercados para travar crise", link

Etiquetas: