Um Novo Paradigma
Ana Jorge: aumento de taxas na saúde serve para defender gratuitidade
A ministra da Saúde, Ana Jorge, afirmou, esta sexta-feira, que a actualização das taxas de saúde pública serve para defender a gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde.
«Aquilo que eu defendo é que algumas das medidas são feitas exactamente para que o Serviço Nacional de Saúde para os portugueses continue a ser como é, tendencialmente gratuito. Por isso, temos de o gerir bem e saber o que é que é possível e necessário», disse a ministra, que falava aos jornalistas no Centro de Saúde da Amadora.
De acordo com Ana Jorge, o aumento das taxas das vacinas internacionais, por exemplo, é uma actualização face ao que já acontece noutros países europeus como a Inglaterra, a França ou a Espanha, tratando-se de uma medida que afecta somente uma pequena faixa da população que viaja para determinados países. A ministra explicou que este processo é «complexo», uma vez que exige um boletim de vacinação especial e consultas com enfermeiros, não se tratando somente do custo em si da vacina.
Relativamente aos atestados médicos que subiram de preço, a ministra adiantou que os aumentos das taxas são «adequados àquilo que é o valor do trabalho executado» para os obter, tratando-se de atestados cujo «único objectivo» passa por conseguir benefícios fiscais.
…
Aquela que ficará para a história como a “boutade” do ano terá lançado a maior perplexidade no núcleo político de Pedro Passos Coelho. O arremesso constitucional de Agosto passado está, a partir de agora, politicamente morto. A declaração proferida hoje por Ana Jorge: …”Aquilo que eu defendo é que algumas das medidas são feitas exactamente para que o Serviço Nacional de Saúde para os portugueses continue a ser como é, tendencialmente gratuito. Por isso, temos de o gerir bem e saber o que é que é possível e necessário”… é, verdadeiramente, assassina para a estratégia política de PPC.
De uma penada AJ faz emergir um novo paradigma quando diz: …”temos de o gerir bem e saber o que é que é possível e necessário” abrindo uma inaudita linha de reflexão e novas pistas para a investigação científica na área da gestão em saúde ao mesmo tempo que ensaia a demonstração de que a quadratura do círculo é possível. Com efeito ao defender o aumento brutal de taxas, no âmbito de serviços de saúde pública, a descomparticipação maciça de medicamentos, a aplicação de multas e coimas aos utentes em geral e aos doentes em particular, o pagamento de transportes pelos doentes com rendimentos acima do salário mínimo e o pagamento de taxas moderadoras pelos desempregados AJ desarma toda a estratégia do PSD.
Nesta sua reencarnação AJ apoiada no ímpeto guerrilheiro do seu SE deixará uma marca indelével na história do SNS abrindo caminho para que o artigo 64ª da Constituição da República possa ser reescrito.
Fica desta forma, bem explícito, o amadorismo de Correia de Campos, nos seus avanços irracionais que pretendiam introduzir co-pagamentos no sistema. Fez muito bem Manuel Alegre em conspirar contra ACC e a sua incompetência. AJ é muito mais eficaz no desmantelamento do SNS, do seu ideário e dos seus valores. Com a vantagem de repetir mecanicamente que é o último baluarte na defesa do SNS vai prosseguindo, inconscientemente, o seu caminho com muito maior eficácia.
É de facto genial explicar que a gratuitidade se defende com o agravamento dos pagamentos por parte dos cidadãos. Não param de nos surpreender as mentes brilhantes. Ainda haveremos de ver e ouvir Manuel Alegre, nesta campanha, proclamar que quem tem mais deve pagar mais na utilização para garantir a gratuitidade.
É por estas e por outras que até a protectora Eurosondagem já apresenta no Expresso de amanhã o PS abaixo dos trinta por cento.
Orwell
A ministra da Saúde, Ana Jorge, afirmou, esta sexta-feira, que a actualização das taxas de saúde pública serve para defender a gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde.
«Aquilo que eu defendo é que algumas das medidas são feitas exactamente para que o Serviço Nacional de Saúde para os portugueses continue a ser como é, tendencialmente gratuito. Por isso, temos de o gerir bem e saber o que é que é possível e necessário», disse a ministra, que falava aos jornalistas no Centro de Saúde da Amadora.
De acordo com Ana Jorge, o aumento das taxas das vacinas internacionais, por exemplo, é uma actualização face ao que já acontece noutros países europeus como a Inglaterra, a França ou a Espanha, tratando-se de uma medida que afecta somente uma pequena faixa da população que viaja para determinados países. A ministra explicou que este processo é «complexo», uma vez que exige um boletim de vacinação especial e consultas com enfermeiros, não se tratando somente do custo em si da vacina.
Relativamente aos atestados médicos que subiram de preço, a ministra adiantou que os aumentos das taxas são «adequados àquilo que é o valor do trabalho executado» para os obter, tratando-se de atestados cujo «único objectivo» passa por conseguir benefícios fiscais.
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Aquela que ficará para a história como a “boutade” do ano terá lançado a maior perplexidade no núcleo político de Pedro Passos Coelho. O arremesso constitucional de Agosto passado está, a partir de agora, politicamente morto. A declaração proferida hoje por Ana Jorge: …”Aquilo que eu defendo é que algumas das medidas são feitas exactamente para que o Serviço Nacional de Saúde para os portugueses continue a ser como é, tendencialmente gratuito. Por isso, temos de o gerir bem e saber o que é que é possível e necessário”… é, verdadeiramente, assassina para a estratégia política de PPC.
De uma penada AJ faz emergir um novo paradigma quando diz: …”temos de o gerir bem e saber o que é que é possível e necessário” abrindo uma inaudita linha de reflexão e novas pistas para a investigação científica na área da gestão em saúde ao mesmo tempo que ensaia a demonstração de que a quadratura do círculo é possível. Com efeito ao defender o aumento brutal de taxas, no âmbito de serviços de saúde pública, a descomparticipação maciça de medicamentos, a aplicação de multas e coimas aos utentes em geral e aos doentes em particular, o pagamento de transportes pelos doentes com rendimentos acima do salário mínimo e o pagamento de taxas moderadoras pelos desempregados AJ desarma toda a estratégia do PSD.
Nesta sua reencarnação AJ apoiada no ímpeto guerrilheiro do seu SE deixará uma marca indelével na história do SNS abrindo caminho para que o artigo 64ª da Constituição da República possa ser reescrito.
Fica desta forma, bem explícito, o amadorismo de Correia de Campos, nos seus avanços irracionais que pretendiam introduzir co-pagamentos no sistema. Fez muito bem Manuel Alegre em conspirar contra ACC e a sua incompetência. AJ é muito mais eficaz no desmantelamento do SNS, do seu ideário e dos seus valores. Com a vantagem de repetir mecanicamente que é o último baluarte na defesa do SNS vai prosseguindo, inconscientemente, o seu caminho com muito maior eficácia.
É de facto genial explicar que a gratuitidade se defende com o agravamento dos pagamentos por parte dos cidadãos. Não param de nos surpreender as mentes brilhantes. Ainda haveremos de ver e ouvir Manuel Alegre, nesta campanha, proclamar que quem tem mais deve pagar mais na utilização para garantir a gratuitidade.
É por estas e por outras que até a protectora Eurosondagem já apresenta no Expresso de amanhã o PS abaixo dos trinta por cento.
Orwell
Etiquetas: Ana Jorge, bater no fundo
7 Comments:
Rumo aos 2 MM's
Em vez de um SNS universal e tendencialmente gratuito... já transitamos para SNS "possível e necessário"...
Chegaremos, rapidamente, a outras duas nuances dicotómicas - os 2 MM's:
Misericordioso & Mercantilista.
É certo e sabido que desde a saída de Correia de Campos a gestão do Serviço Nacional de Saúde passou a ser feita pela mulher a dias.
Passos Coelho só quer assumir o poder depois do PS ter feito o trabalho sujo.
E aí temos a senhora ministra a esforçar-se por cumprir o seu papel.
Desnorte total e que se reflecte degrau a degrau, até ao R/C. Que tipo de administração diz governar, desconhecendo a legislação em vigor, os cargos legais e permitindo / apoiando a que as chefias intermédias o façam de igual modo? Que tipo de administração e chefia intermédia acha que "governar" é dizer "se não está bem há muita gente à procura de emprego"...ou "faz ou levanto-lhe um processo", etc? Que tipo de chefia dá ordens de execução completamente fora dos conteúdos funcionais do executante? Que tipo de Administração está interessada na debandada de profissionais de todas as carreiras? Que tipo de administração permite que se destruam constituintes dos processos clínicos em desrespeito da legislação em vigor (Rx em película sem arquivo digital)? Aonde? No CHAA, onde além de não haver dinheiro para o básico, se perdeu completamente a cabeça e por este caminhar se ganham algumas idas a tribunal.
Depois das próximas eleições será oportuno fazer o balanço do mal que a falange alegrista fez ao PS.
Como é que José Sócrates foi na cantiga de nomear esta senhora ministra da saúde.
Mais uma tirada a juntar ao anedotário politico nacional. Ana Jorge não quer ficar atrás do saudoso Mário Lino com o seu “jamais” para a construção do novo aeroporto na margem sul, ou do sempre-em-pé Almeida Santos com a justificação do risco de um atentado terrorista para a edificação de uma necessária nova ponte para o mesmo efeito.
Agora temos mais esta, a gratuitidade do SNS defende-se pagando mais pelas taxas moderadoras. Ou seja, quanto mais se paga mais gratuito fica. Asserção que no limite levará a que se atingirá a gratuitidade total quando o SNS for totalmente pago.
Mas há mais. Numa outra declaração recente justificou o brutal aumento das taxas moderadoras das vacinas dizendo literalmente "somos um porto de passagem há um comprovado uso de embarcações, que não são nacionais, a fazer escala em Portugal porque a vacina custa 0,12 cêntimos".
Já todos tínhamos notado um inusitado movimento de navios comerciais nos portos nacionais para satisfação dos restaurantes de Matosinhos e dos bares do Cais do Sodré. Pensávamos que tal se devia ao incremento das exportações vindo os navios carregar os tão necessários bens transacionáveis. Afinal batatas, aportam não para carregar mercadorias mas para descarregar marujos que se vêm aproveitar da bondade do nosso SNS vacinando-se a torto e a direito contra a febre amarela e a tifóide.
Ana Jorge já não aparecia a fazer declarações públicas há algum tempo, deixando a esperança de que andasse em mudanças da João Crisóstomo. Afinal ludibriou-nos, esteve a carregar baterias reaparecendo em forma e pleno gozo das suas capacidades ministeriais.
A escalada de medidas disparatadas tem sido imparável. A evidenciar a reconhecida incapacidade e impreparação da senhora ministra da saúde. A que se junta a preguiça de quem não fez em devido tempo os trabalhos de casa. O resultado está à vista: Todo este chorrilho de medidas avulsas que estão a mutilar o SNS. É difícil imaginar pior. Melhor não poderia esperar PPC para efectuar os trabalhos preparatórios de destruição do SNS.
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