Não é de fiar (3)
...Manuel Alegre apresenta-se como o defensor do Estado social tal como está. Caso algum Governo pretenda mudar a Educação e a Saúde públicas, o poeta já esclareceu que “não será neutro”. Cavaco não foi explícito quanto às reformas que, por exemplo, o PSD pretende aplicar com a revisão da Constituição e sublinha apenas o seu princípio: quer “uma Educação de excelência” e a garantia de que “nenhum português pode ficar sem cuidados de Saúde devido aos seus rendimentos”. Percebe-se que o actual Presidente é sensível ao aumento de encargos do Estado com a Saúde e a Educação, num momento em que os recursos escasseiam e a pressão externa se mantém actual, e que Alegre será o último bastião do ‘status quo’.
Correia de Campos, ex-ministro socialista, que teve em Alegre um dos grandes opositores da sua política na Saúde, diz que não se revê em nenhuma das duas posições. Por um lado, diz, “não se pode fazer um controlo no ponto de entrada no sistema de Saúde com base no preço”, lembrando que “até os conservadores ingleses descolaram deste modelo” defendido em Portugal “por Passos Coelho”.
Quanto às ideias de Alegre para o SNS, Correia de Campos diz que “é possível termos um serviço público modernizado, desgordurado e sem excessos” mas que isso implica “uma racionalização de meios”. “Se quando fechei maternidades tive em Alegre um dos grandes opositores o que dirá, agora, que precisamos de fazer uma reforma idêntica nos blocos operatórios?”, diz.
Correia de Campos, ex-ministro socialista, que teve em Alegre um dos grandes opositores da sua política na Saúde, diz que não se revê em nenhuma das duas posições. Por um lado, diz, “não se pode fazer um controlo no ponto de entrada no sistema de Saúde com base no preço”, lembrando que “até os conservadores ingleses descolaram deste modelo” defendido em Portugal “por Passos Coelho”.
Quanto às ideias de Alegre para o SNS, Correia de Campos diz que “é possível termos um serviço público modernizado, desgordurado e sem excessos” mas que isso implica “uma racionalização de meios”. “Se quando fechei maternidades tive em Alegre um dos grandes opositores o que dirá, agora, que precisamos de fazer uma reforma idêntica nos blocos operatórios?”, diz.
DE 10.01.11
Perdeu-se demasiado tempo com Ana Jorge que se limitou a distribuir simpatia enquanto fechava a sete chaves os dossiers da reforma iniciada por CC. Temo que o tempo de desengordurar e cortar excessos do serviço público esteja esgotado. Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho ou FMI, venha o diabo e escolha. É difícil imaginar pior futuro para o nosso SNS.
Perdeu-se demasiado tempo com Ana Jorge que se limitou a distribuir simpatia enquanto fechava a sete chaves os dossiers da reforma iniciada por CC. Temo que o tempo de desengordurar e cortar excessos do serviço público esteja esgotado. Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho ou FMI, venha o diabo e escolha. É difícil imaginar pior futuro para o nosso SNS.
Nota: Cavaco Silva nunca é explicito. Nunca tem coragem para dizer o que pensa efectivamente.
Clara Gomes
Etiquetas: bater no fundo, Cavaco, s.n.s
7 Comments:
O DE trata Manuel Alegre um tanto pejorativamente de poeta em contraponto do economista Cavaco. Como se ser poeta fosse crime em tempo de crise económica.
O que Portugal e os portugueses precisam é de alguém capaz de apelar ao orgulho nacional. E nesse sentido todos nós já vimos do que Cavaco é capaz. Ele e ela, a Maria.
Faltou dizer o seguinte: Temos tempo para fazer as coisas bem. Reformar o serviço público sem prejuízo do acesso.
Depois das informações do Público e do Expresso no fim de semana passado, é evidente que Cavaco Silva adquririu a preço de favor um lote de acções da SLN/BPN -- o que só pode justificar-se pelas suas relações políticas e pessoais com a administração da SLN --, que depois alienou (provavelmente à própria SLN) com uma nutrida mais-valia. Cavaco Silva não podia ignorar que beneficiava de uma situação de privilégio no preço de aquisição das acções. O então antigo primeiro-ministro e antigo líder do PSD emprestou a sua credibilidade política e pessoal à instituição dos seus ex-colaboradores, sendo generosamente recompensado por isso.
Se isto não é relevante para o perfil ético-político de um candidato presidencial, não se sabe o que pode sê-lo...
Vital Moreira, causa nossa
Voto em Alegre porque, se queremos um Portugal melhor, se não nos queremos resignar a este triste deixa-andar, o Presidente deve ter uma visão política do país, uma visão de futuro - por oposição ao conformismo tecnocrático, que parece ver números onde há pessoas e estatísticas onde há sonhos de uma vida melhor. Voto Alegre porque um Presidente precisa de saber usar a palavra, dialogar com uns e outros, para ser realmente um moderador. Voto em Alegre porque precisamos de ideias claras, palavras fortes - não de tabus, vacuidades e autópsias de números. Voto em Alegre porque é Alegre que diz o que precisa ser dito: "Se criar um país mais justo, mais solidário e mais fraterno é uma utopia, vamos lá realizar essa utopia." link
Jacinto Lucas Pires, DN 11.01.11
Com o anúncio de que o apuramento preliminar dos principais agregados das contas públicas do ano passado revela que a meta do défice orçamental foi confortavelmente superada (mercê do bom comportamento da receita e de um aumento da despesa menor do que se temia), Sócrates lançou na prostração e no despeito os dirigentes da oposição e os seus inúmeros ventríloquos nos media, que apostavam despudoramente no incumprimento daquela meta ou num sofrido cumprimento à justa, para assim provarem a incapacidadedo do governo para consolidar as finanças públicas, o insucesso das políticas de austeridade e a inevitabilidade do recurso à ajuda externa.
Vão ter de se aplicar mais no seu trabalho de sapa para verem o FMI a aterrar na Portela...
vital moreira, causa nossa
Camarada Cavaco a 140%.
Viram ontem a reportagem da TVI sobre a campanha da primeira dama?
De ir às lágrimas. Um dos momentos altos da piroseira nacional.
Quando vejo ou ouço o Sr. Prof. há uma imagem que me vem, de imediato, à cabeça.
Um cartoon do (saudoso) Vilhena, mais ou menos assim: um «folião» a segurar um livrinho do Camões, o Sr. Prof., e dois balões a sair da boca do primeiro «então não sabe quantos cantos tem o Lusíadas?» «tem 4 Sr. Primeiro-Ministro, tem 4».
Entre isto e dizer que o Algarve é banhado pelo Mediterrâneo, venha o diabo e escolha...
Entre isto e uma «Letra para um hino»:
É possível falar sem um nó na garganta
é possível amar sem que venham proibir
é possível correr sem que seja fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.
É possível andar sem olhar para o chão
é possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros
se te apetece dizer não grita comigo: não.
É possível viver de outro modo. É
possível transformares em arma a tua mão.
É possível o amor. É possível o pão.
É possível viver de pé.
Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.
É possível ser homem.
É possível ser livre livre livre
Não é, meus caros, preciso vir diabo nenhum.
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