Os Neoliberais (de Pacotilha) e o Racismo Social
A conta-gotas, de mansinho, pé antepé os neoliberais de pacotilha que se acolitam em torno de PPC vão deixando cair, todos os dias, uma ideia nova. Depois do fracasso da tentativa de revisão constitucional da república delineada por essa figura central da democracia portuguesa, fervoroso adepto da causa monárquica, que dá pelo nome de Paulo Teixeira Pinto vão surgindo agora muitas das pérolas ideológicas que estavam guardadas no baú das recordações.
Desde o plafonamento das pensões com desnatação dos mais ricos para alimentar os fundos de pensões privados até ao epíteto de aldrabões - conferido pelo inenarrável vice-presidente de PPC, Diogo Leite Campos – a todos os que beneficiam de subsídios sociais até à peregrina ideia, de hoje, dos “peritos” do Mais Sociedade que querem castigar os desempregados de longa duração com penalização proporcional nas pensões de reforma, tudo parece possível.
Pelo meio a insistência em privatizar tudo o que mexe com particular enfoque na saúde e na educação.
Pelo meio ressalta o ódio profundo desta camarilha a tudo o que seja aparentado de Estado Social. Ao racismo económico junta-se o racismo social. Detestam os pobres e os excluídos. Toleram apenas que sejam tratadas com comiseração cristã porque tal expia as suas consciências. Para esses apenas e só a expressão assistencialista sustentada na dádiva misericordiosa. Nada de direitos. Se uma qualquer operária fabril, aos cinquenta anos, perder o emprego por deslocalização para a China da fábrica de sapatos e, entretanto, não conseguir emprego nos próximos dez anos há que castigá-la esmifrando-lhe a reforma e exorcizando, desse modo, a irreprimível tentação do ócio.
O problema é que eles pensam que estão certos. Quando se encontram no golfe e nos imensos torneios de ténis que patrocinam lamentam entre si a ânsia que lhes vai na alma por não verem a hora de, finalmente, privatizar o país num imenso mar de PPP’s imaginando o dia em que PPC, sentado no sofá ao lado da sua mulher proclame ao país, a partir de Massamá, …”nós também gostamos de ajudar os pobres e eu a minha mulher contribuímos todos os anos com um saco de mercearia para o Banco Alimentar contra a Fome”…
Pelo caminho a ministra da saúde numa incessante fúria mediática vai inaugurando todos os dias uma cama de cuidados continuados ao mesmo tempo que lança as bases de um SNS parcelar e tendencialmente pago no momento da utilização.
Setubalense
Desde o plafonamento das pensões com desnatação dos mais ricos para alimentar os fundos de pensões privados até ao epíteto de aldrabões - conferido pelo inenarrável vice-presidente de PPC, Diogo Leite Campos – a todos os que beneficiam de subsídios sociais até à peregrina ideia, de hoje, dos “peritos” do Mais Sociedade que querem castigar os desempregados de longa duração com penalização proporcional nas pensões de reforma, tudo parece possível.
Pelo meio a insistência em privatizar tudo o que mexe com particular enfoque na saúde e na educação.
Pelo meio ressalta o ódio profundo desta camarilha a tudo o que seja aparentado de Estado Social. Ao racismo económico junta-se o racismo social. Detestam os pobres e os excluídos. Toleram apenas que sejam tratadas com comiseração cristã porque tal expia as suas consciências. Para esses apenas e só a expressão assistencialista sustentada na dádiva misericordiosa. Nada de direitos. Se uma qualquer operária fabril, aos cinquenta anos, perder o emprego por deslocalização para a China da fábrica de sapatos e, entretanto, não conseguir emprego nos próximos dez anos há que castigá-la esmifrando-lhe a reforma e exorcizando, desse modo, a irreprimível tentação do ócio.
O problema é que eles pensam que estão certos. Quando se encontram no golfe e nos imensos torneios de ténis que patrocinam lamentam entre si a ânsia que lhes vai na alma por não verem a hora de, finalmente, privatizar o país num imenso mar de PPP’s imaginando o dia em que PPC, sentado no sofá ao lado da sua mulher proclame ao país, a partir de Massamá, …”nós também gostamos de ajudar os pobres e eu a minha mulher contribuímos todos os anos com um saco de mercearia para o Banco Alimentar contra a Fome”…
Pelo caminho a ministra da saúde numa incessante fúria mediática vai inaugurando todos os dias uma cama de cuidados continuados ao mesmo tempo que lança as bases de um SNS parcelar e tendencialmente pago no momento da utilização.
Setubalense
Etiquetas: liberais pacotilha
6 Comments:
Excelente post.
Excepcionais dificuldades ensombram a nossa democracia.
Temos de nos mobilizar contra este bando de incompetentes, sem ideias nem pingo de vergonha, que apenas pretende partilhar o que resta do Estado.
O direito à saúde, à maneira do PSD
A história real veio no Diário de Notícias: uma prestigiada jurista atingida por um cancro resolveu recorrer a quimioterapia numa clínica privada, julgando que o seu seguro de saúde cobria tais despesas, Quando lhe apresentaram a conta da primeira série de tratamentos (20 000 euros!), decidiu acabar o tratamento num hospital do SNS, pagando somente a respectiva taxa moderadora. Como seriam as coisas se se levasse a cabo a reforma do sistema de saúde do PSD ?
Embora sem conhecer os pormenores, conhecem-se os princípios dessa reforma: 1º- os cuidados de saúde passariam a ser pagos, ou pelo menos co-pagos, por quem tem rendimentos para o fazer; 2º - passa a haver liberdade de escolha entre o SNS e o sector privado, em igualdade de circunstâncias.
Aplicada ao caso concreto, esta política daria o seguinte: como se trata de uma pessoa de razoáveis rendimentos, ela deve pagar pelo menos uma parte dos custos no SNS; caso ela escolha o sector privado, terá de pagar apenas o mesmo que no sector público, ficando o resto à conta do Estado. Concretamente, a senhora da história teria de pagar suponhamos 5 000 euros em qualquer caso (ninguém a mandou ter um cancro!...). Se optasse pelo sector privado, independentemente da capacidade de oferta do SNS, o Estado teria de suportar os restantes 15 000 euros da factura (ou a diferença para o preço indicado numa tabela pré-estabelecida), desse modo agravando a factura da saúde no orçamento e alimentando os lucros da indústria de saúde privada à custa do SNS.
Já se imaginou os encargos acrescidos que o SNS suportaria se tivesse de pagar os gastos de saúde no sector privado pelos muitas pessoas que, pelas mais variadas razões (pressa, hotelaria, simples capricho), já hoje recorrem ao sector privado?
Vital Moreira, causa nossa
"Mais Sociedade" - uma fábrica de confecção de pastilhas neoliberais não pára de produzir "propostas"...
Hoje, na TSF, ouvi uma extravagante sugestão para a reforma da Justiça.
Não sei se Sr. Carrapatoso abandonou o seu gargo de gestor - tamanho é o empenhamento na "mais sociedade" - mas receio que dessa organização apareça uma proposta de reforma militar em que sejam aconselhadas a adopção de sistemas de comunicações CRM...exactamente o preferido pela Vodafone [passe a publicidade].
O senhor Diogo Leite Campos quer acabar com os subsídios - subsídio de renda ou abono de família - sem saber onde realmente gastam os beneficiários o dinheiro. Não deixa de ser um raciocínio económico estranho, já que a despesa - os filhos ou a casa - estão lá. Para resolver o problema, quer fazer como se faz com os mendigos: dá-se-lhes uma sandes em vez do dinheiro. Através de um cartão de débito e recorrendo a instituições de caridade, como "albergues" ou a "sopa dos pobres". A leitura de Oliver Twist, de Charles Dickens, pode ajudar a perceber o modelo social de Leite Campo.
Num excelente almoço organizado pela Câmara do Comércio e Indústria Luso Francesa, onde perorou sobre a pobreza, Leite Campos explicou que "quem recebe os benefícios sociais são os mais espertos e os aldrabões e não quem mais precisa".
Seria impensável eu dizer que o senhor Leite Campos é um "aldrabão". Longe de mim pôr em causa a honorabilidade de tão distinta figura. Os insultos, já se sabe, são coisa que deixamos para os miseráveis. O direito ao bom nome vem com o cartão de crédito e quem não o traz na carteira só pode deixar de ser suspeito se lhe derem um cartão de débito. Os pobres são, até prova em contrário, mentirosos. Como não insulto o senhor, fica apenas este facto: estando ainda a trabalhar, já recebe uma reforma do Banco de Portugal. Quando se retirar da Universidade de Coimbra, juntará o que recebe já hoje ao que receberá dali. Acumulará duas reformas vindas do Estado.
Seria um argumento "ad hominem" atacar o professor Leite Campos, competente fiscalista, por causa das suas duas reformas. Dizer que ele é "esperto" e que gasta recursos do Estado que podiam ir "para quem mais precisa". Espertos são os pobres que ficam com os trocos. Quem consegue acumular reformas por pouco trabalho é inteligente. Os pobres enganam o Estado, os outros têm direitos. Os pobres roubam o contribuinte, os outros têm carreiras. Fico-me por isso pelos factos: a reforma que o senhor Leite Campos recebe do Banco de Portugal resulta de apenas seis anos de trabalho naquela instituição.
Cheira-me que se a generalidade dos portugueses recebesse reformas, estando ainda no ativo, por seis anos de trabalho e as pudesse acumular com outras dispensaria bem o abono de família e até o cartão de débito para ir à sopa dos pobres.
Aquilo que realmente está esgotar o crédito da minha paciência é ver tanto "esperto" que vive pendurado nas mordomias do Estado a dar lições de ética aos "aldrabões" que recebem subsidios miseráveis. É mais ou menos como dizia o outro. Já chega. Não gosto de tanto cinismo. É uma coisa que me chateia, pá.
Sobre os subsídios, Leite Campos disse: "O dinheiro não é do Estado, é nosso. Quem paga somos nós. Nós, contribuintes, temos direito a ter a certeza que o nosso dinheiro é bem entregue. Eu estou disposto a pagar 95 por cento do que ganho para subvencionar os outros, mas quero ter a certeza que é bem empregue, e que não vai parar ao bolso de aldrabões". Sobre as escandalosas reformas do Banco de Portugal, faço minhas as palavras do vice-presidente do PSD.
Daniel Oliveira
Publicado no Expresso Online
Felizmente esta tropa liberal pacotilha é incompetente demais para conseguir o quer que seja.
De qualquer forma cabe-nos a nós demonstrar através do nosso trabalho e intervenção cívica que a democracia é possível e perdurável no nosso país.
... Outra das propostas do grupo Mais Sociedade, formado, a convite de Passos Coelho, por independentes, é feita pelo economista Pedro Portugal. A sugestão é que o montante do subsídio de desemprego seja ajustado, de forma decrescente, em função da duração – ou seja, mais tempo no desemprego significaria uma redução gradual do subsídio. João Duque, economista e membro do grupo que preparou a revisão do programa do PSD, explicou a ideia argumentando que pretende evitar desequilíbrios, criar alguma justiça e obrigar à procura rápida de um emprego.
JP 27.04.11
Os liberais pacotilha querem fazer sangue. No entanto, receosos do resultado eleitoral recuam. Tem sido um permanente avança recua. O povo português vai dando mostras de não gostar desta gente. E a 05 de Junho lá estaremos.
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