quarta-feira, novembro 16

OE/2012, careca de 200 milhões

A despesa da Saúde prevista no OE/2012 é de 8.157 mil milhões para uma dotação de 7.957 mil milhões . Ou seja, o ministro da saúde admitiu "à partida", hoje, na discussão na AR um défice de 200 milhões de euros.

E a bem da transparência esclareceu não existirem almofadas financeiras no orçamento da saúde do próximo ano. Se as houvesse, defendeu o ministro, seriam para dotar os hospitais falidos de capitais estatutários . link

Para o ministro os cortes previstos no OE/2012 não são cegos. São cirúrgicos. E de grande precisão. Não obstante, diz Paulo Macedo, existirem mil médicos especialistas a mais nos hospitais portugueses. Ao que João Semedo, perante semelhante dislate, retorquiu: "Ou o secretário de Estado o anda a enganar ou anda a enganar os portugueses", referindo-se ao estudo divulgado recentemente pela ACSS que concluiu faltarem 600 médicos especialistas nos hospitais do SNS.
link

Por responder ficou a questão sobre a receita que o Governo estima alcançar com o aumento das taxas moderadoras. Percebe-se porquê. Paulo Macedo quer passar este santo Natal descansado. Poderá ser o último.

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4 Comments:

Blogger maria silva said...

Até que enfim alguém percebeu o truque que os médicos estavam fazendo no SNS. Continuavam a não cumprir os horários que assinavam nas folhas de assiduidade, entravam cada vez mais médicos no Serviço, aumentavam as horas extraordinárias porque justificavam com a falta destes técnicos, não aumentavam a produtividade porque continuavam a não cumprir os horários. Nas horas estipuladas para estarem de serviço encontravam-se no privado.
Grande Ministro Paulo Macedo!!!!

10:36 da manhã  
Blogger @boticando said...

Falta 200 milhões? Vão começar em Portugal os mesmos atrasos nos pagamentos às farmácias que já vemos nas diferentes regiões de Espanha e também na Grécia. A discussão da lei de prescrição obrigatória por DCI tornar-se-á irrelevante quando as farmácias só tiverem dinheiro para encomendar genéricos, como aliás está a acontecer na Grécia.

4:00 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Uma intervenção cirúrgica “à americana”: cheia de danos colaterais…

O Sr. ministro poderá desconhecer (em boa verdade não será obrigado a sabê-lo) que existem múltiplos tipos de cirurgia.
A aceitar a equiparação dos cortes orçamentais na saúde a uma intervenção cirúrgica, provavelmente, Paulo Macedo estaria a sonhar com uma cirurgia bariátrica (para as “famosas” obesidades). Mas, na realidade, a ter de classificar esta intervenção ela será, antes, uma exérese radical. Do tipo das cruentas amputações, i. e., irreversível e indutora de deficiências.
E, ao que parece, deixou o encargo de quem vier a seguir colocar a prótese...

7:37 da tarde  
Blogger Clara said...

«A Federação Nacional dos Médicos recebeu com “enorme estupefacção” as declarações do ministro da Saúde sobre o facto de o país ter clínicos especialistas a mais, considerando que Paulo Macedo revelou “ignorância” e “desconhecimento face à realidade dramática das instituições de saúde”.»link

Ajustou-se o rácio a contar com os cortes, a quebra de acesso , o encerramento de serviços, etc, etc...
No final do próximo ano volta a sobrar mais médicos.
Isto está a tornar-se anedótico.
Trata-se de uma declaração à coveiro do SNS.

9:59 da tarde  

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