domingo, novembro 20

PPC, 1.º ajuste de contas com o SNS

«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou em Vila Real, neste sábado, que o Governo vai devolver às misericórdias os hospitais públicos que foram nacionalizados depois do 25 de Abril de 1974.» link
Encantada, a «União das Misericórdias, aplaude a decisão do Governo
link

Comentários:
a) Paulo Macedo e Mendes Ribeiro, naturalmente na jogada, terão dado a PPC o privilégio de antecipar esta jogada política, antes de conhecidas do grande público as conclusões do relatório da reforma da rede hospitalar pública;

b) O Estado vai continuar a financiar estes hospitais, muitos sem condições, apostado na Santa ineficiência das Misericórdias?

c) No que respeita às dívidas da Saúde, enquanto a “seca” prossegue para ver se o SNS definha à míngua, o Governo decide abrir os cordões à bolsa para pagar às Misericórdias. Discriminação positiva do OE/2012, justifica o primeiro ministro, para estas instituições santas porque elas «desenvolvem uma actividade especial».

d) Trata-se, segundo PPC, da «correcção da nossa história mais recente e concluir esse trabalho importante que é de devolver à sua origem esses hospitais que têm prestado um serviço importante às comunidades». Conhecíamos o africanista de segunda, PPC, neste rasgo histórico, a evidenciar dotes de português de terceira.

e) Depois deste primeiro anúncio, concluído o relatório do Mendes, vamos conhecer os hospitais do SNS que vão ser entregues aos operadores privados.

f) Se a reforma é para continuar desta forma para que serve o Ministro da Saúde? Eu pedia a demissão já, antes que seja tarde!

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8 Comments:

Blogger e-pá! said...

Não há dúvida que estamos de regresso ao tempo das carroças, das candeias e dos feudos!

Agora calhou-nos na rifa uma nova rainha D. Leonor...

5:58 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Adenda: sobre este "candente" assunto… link

6:12 da tarde  
Blogger Tavisto said...

Onde é que estes europeístas de meia tigela vão por essa Europa fora encontrar exemplos destes? Num estado republicano e laico, em pleno século XXI, restaurar modelos medievais de assistência médica só mesmo de mentes reaccionárias e ignaras. Não tarda muito tê-los-emos a defender o termalismo, o uso de sinapismos e o recurso a sanguessugas, como alternativas válidas às terapêuticas actuais.

7:54 da tarde  
Blogger Clara said...

Como referiu aqui o Brites. À dara da criação do SNS as misericórdias não tinham capacidade para gerirem os hospitais públicos.
A nacionalização dos referidos hospitais que funcionavam em condições deploráveis, com freirinhas a fazer de enfermeiras, foi uma medida de gestão indispensável.
PPC diz pretender corrigir . Ficará certamente para a história como dos mais retrógados e ignorantes dos ministros de Portugal.

12:30 da manhã  
Blogger PhysiaTriste said...

Como reconhecia, em 98, o Conselho de Reflexão para a Saúde, os “membros da classe média alta do sector produtivo” e os “detentores de altos rendimentos” usavam “o sector privado de prestação de cuidados, consultórios e casas de saúde, de maior ou menor dimensão, de gestão privada, com ou sem fins lucrativos e pagavam do seu bolso.”
O Conselho de Reflexão para a Saúde era presidido pelo Prof. Daniel Serrão, personalidade insuspeita de pertencer à esquerda.
O Conselho reconhecia, sem subterfúgios, que o Hospital da Misericórdia era o hospital dos pobres.
É essa experiência que querem fazer reviver?

6:54 da tarde  
Blogger PhysiaTriste said...

Como reconhecia, em 98, o Conselho de Reflexão para a Saúde, os “membros da classe média alta do sector produtivo” e os “detentores de altos rendimentos” usavam “o sector privado de prestação de cuidados, consultórios e casas de saúde, de maior ou menor dimensão, de gestão privada, com ou sem fins lucrativos e pagavam do seu bolso.”
O Conselho de Reflexão para a Saúde era presidido pelo Prof. Daniel Serrão, personalidade insuspeita de pertencer à esquerda.
O Conselho reconhecia, sem subterfúgios, que o Hospital da Misericórdia era o hospital dos pobres.
É essa experiência que querem fazer reviver?

6:54 da tarde  
Blogger ochoa said...

Vamos acabar todos aos tiros!

8:42 da tarde  
Blogger ochoa said...

GT Reforma Hospitalar sofre de ejaculação precoce

Parceiros e entidades convidados para apresentação de relatório que já todos conhecem

O convite, via mail de 18 de Novembro, 13:14, é claríssimo:

"A Secretaria-Geral do Ministério da Saúde, em nome do Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar, tem a honra de convidar V. Exa. para a apresentação do relatório previsto no Despacho nº 10601/2011, de 24 de Agosto, do Ministro da Saúde..."

"O evento realiza-se a partir das 16 horas de segunda-feira, dia 21 de Novembro de 2011, no auditório do Infarmed. IP, edifício Tomé Pires, Parque da Saúde, Avenida do Brasil, 53, Lisboa".

(bolds respeitando o citado mail).

Verificamos:

1 - que a Secretaria-Geral do Ministério da Saúde usa o mail como forma avançada de contacto mas mantém-se fiel à escrita anterior ao Acordo Ortográfico (aqui sem juízos de valor);

2 - que o Grupo Técnico inunda a imprensa com o Sumário Executivo antes da apresentação formal do Relatório, numa iniciativa que se enquadra dentro da lógica comunicativa terceiro-mundista que tem caracterizado o nosso País;

3 - que o Grupo Técnico assume que o Relatório que vai apresentar tem o aval do senhor Ministro e do Governo e que as suas ideias estão assumidas.

4 - que o Grupo Técnico sofre de ejaculação precoce, trazendo ruído desnecessário a uma reforma que se pretendia séria, eficiente e participada pelos envolvidos e percebida pelos destinatários finais - os portugueses.

Assim... mais do mesmo.

Reforma power point, confusão, medidas mal explicadas, ruído, contestação dos autarcas e de comissões de utentes, barulho, barulho, barulho.

Havia necessidade?

21-11-2011, Carlos Arroz, site do SIM
426 leitores

9:04 da tarde  

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