domingo, janeiro 29

Sobrinho Simões, entrevista

"A sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde exige que racionemos" link

O ministro da Saúde está pressionado para reduzir a despesa. Acha que o que se está a fazer são cortes cegos?

Não sei. Que são cortes brutais são, que seguramente não são inteligentes, não são. Também não faço a mínima ideia se é possível atingir este nível de poupança com medidas inteligentes.

Sou totalmente a favor de reforçar o público, no ensino, na investigação e saúde. Se for preciso aparando as arestas, mas reforçá-lo. Não fragilizá-lo. Continuo a achar que é criminoso acreditar que a medicina privada e a privatização é melhor. É pior em custos e em eficiência e qualidade.

Está a falar das PPP [parcerias público-privadas]?

Estou a falar de hospitais universitários e IPO que é o que conheço melhor. Seria mortal que fossem transformados em empresas semiprivadas. Se quisermos dar cabo do SNS a melhor maneira é acabar com os hospitais universitários e IPO. São estas as instituições que dão esqueleto ao sistema. Sou totalmente contra a privatização da saúde. Não tenho nada contra a existência de áreas da saúde que, com regras claras, estejam privatizadas. Mas privatizar o SNS de uma forma disfarçada com a ideia de que os privados gerem melhor que o público? Não. Conheço públicos e privados que são horrorosamente geridos. Todos nós já chamamos canalizadores a casa! Todos nós já recorremos a serviços privados que são muito maus.
Alexandra Campos e Andrea Cunha Freitas , JP 29.01.12

Excelente entrevista. A corrigir a mão em relação a declarações anteriores. Sobrinho Simões continua a não saber distinguir racionalizar de racionar. Não tem importância. Pena não haver no nosso país mais meia dúzia de SS.

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