terça-feira, fevereiro 7

Avaliação dos HH PPP

No nosso país, o modelo de hospitais PPP assenta num complexo contrato de gestão, cujo objecto prevê não só a concepção, construção, financiamento e conservação do edifício, mas também a prestação de cuidados por entidades privadas.

Parceria desenvolvida, por conseguinte, por duas entidades, responsáveis pela gestão do edificio e a prestação de cuidados, remuneradas por mecanismos de pagamento distintos:

Entidade gestora do estabelecimento hospitalar (contrato de 10 anos) – paga por grandes linhas de produção: urgência, internamento, ambulatório, de acordo com uma tabela de preços específica, definida no contrato de gestão.

Entidade gestora do edifício hospitalar (contrato de 30 anos) - paga com base na disponibilidade de um conjunto de serviços contratualizados (concepção, construção e manutenção do edifício e infra-estruturas hospitalares).

Do programa inicial estão actualmente em funcionamento quatro hospitais em regime de PPP: Cascais (fev 2010), Braga (maio 2011), Loures (em fase de arranque) e Hospital de V. Franca de Xira (Reynaldo dos Santos) a funcionar em regime de parceria a partir de 01 Junho 2011 com inauguração do novo edificio prevista para Abril 2013.

A avaliação dos hospitais PPP deve ter em linha de conta o núcleo de objectivos que este modelo visa perseguir: a) melhoria do acesso; b) melhoria da qualidade dos serviços prestados, em termos de padrões de atendimento; c) qualidade dos projectos de arquitectura, construção e conservação do edifício hospitalar (funcionalidade e conservação das estruturas); d) adopção de modelos de gestão empresarial, eficientes e eficazes, baseados na transferência de riscos para os operadores privados.

No início de um novo ano, apenas a experiência do Hospital de Cascais PPP tem tempo de funcionamento suficiente, susceptível de ser avaliada.
Excelente projecto de arquitectura, construção e de gestão do edifício. Melhoria do atendimento em relação ao velho CHC, mas abaixo do padrão de qualidade desejável. Quanto à implementação de modelo de exploração empresarial (a equipa de gestão foi recentemente substituída), longe de preencher os requisitos de eficiência e eficácia expectáveis, como parecem comprovar os escassos dados de informação tornados públicos, referentes aos dois primeiros anos de actividade.

Os estrategas responsáveis pela concepção e desenvolvimento do modelo de PPP dos hospitais do SNS, de potencial incontestável, estavam longe de prever que a primeira experiência fracassaria, essencialmente, devido à dificuldade de pôr em prática o modelo de gestão de natureza empresarial preconizado.

Haverá, certamente, segunda oportunidade para evidenciar as potencialidades do modelo PPP dos hospitais do SNS. O acompanhamento da evolução mensal dos principais indicadores dos HH PPP poderá ser efectuado neste link

drfeelgood

Etiquetas: ,

6 Comments:

Blogger e-pá! said...

O post suscita-me uma dúvida:

- Os HH PPP's estão sujeitos aos relatórios mensais?
- Ou os contratos de PPP's não prevêm esse tipo de controlo?

7:05 da tarde  
Blogger Clara said...

Caberá , se não houver surpresas, à engenheira da ESS comprovar no terreno a evidência das potencialidades do modelo PPP dos hospitais do SNS.
Longe estaria a engenheira sempre cheia de speed de pensar, há escassos meses atrás, como fácil se apresenta, nesta altura, essa tarefa.

12:05 da manhã  
Blogger Clara said...

Não entendo a questão do e-pá...

12:06 da manhã  
Blogger saudepe said...

Treze de Janeiro, caía a tarde, o Costa Concordia aproxima-se perigosamente da ilha de Giglio . Na cabine de comando, Francesco Schettino, capitão do Concordia, janta com a bailarina Dominika. Subitamente o estrondo do embate na rocha, interrompe a rotina do sumptuoso navio de cruzeiro. Segue-se o apagão eléctrico, a invasão das águas nos porões, a evacuação dos passageiros e da tripulação e a discussão nos media, semanas a fio, sobre os responsáveis da tragédia.

Em gestão também acontece, por vezes, assim. Aperceberem-se dos erros quando batem na rocha.

12:12 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Clara:

Segundo julgo ter lido (não me recordo aonde) os relatórios mensais que os HH's EPE's estão obrigados a "produzir" não se aplicariam aos HH's PPP's devido a tal exigência não constar dos contratos de parceria...
É assim?

7:55 da tarde  
Blogger tambemquero said...

A presidente da Comissão Executiva da Espírito Santo Saúde criticou terça-feira o ministro da Saúde por ter cedido relativamente ao pagamento de horas extraordinárias a médicos e enfermeiros.

Segundo o Jornal de Negócios, Isabel Vaz considera que Paulo Macedo "cedeu aos interesses corporativos da classe médica", referindo que a melhor solução do problema passaria pela alteração da organização das horas que trabalho que requer tantas horas extraordinárias.

Para Isabel Vaz, é necessária uma centralização das urgências em Lisboa, Porto e Coimbra de modo a reduzir as horas extraordinárias

07.02.12

A primeira escolha critica o ministro da saúde substituto.

11:53 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home