segunda-feira, fevereiro 20

Destruição do emprego


«A destruição do emprego aumentou muito no último trimestre de 2011, como consequência do agravamento da politica de austeridade recessiva, o que é um indicador claro que a recessão económica está a ser mais profunda do que a prevista pelo governo, pela “troika estrangeira” e pelos seus defensores. No 3º Trim.2011 foram destruídos em Portugal, em média, 437 empregos por dia, enquanto no 4º Trim.2011 o número de empregos destruídos diariamente aumentou para 1.314, ou seja, mais que triplicou. Como consequência, o desemprego oficial disparou tendo atingido, no 4º trimestre de 2011, 771.000, e o desemprego efectivo 1.160.700 portugueses, o que corresponde a uma taxa efectiva de desemprego de 20,3% (a taxa oficial é de 14%). A diferença entre o desemprego oficial e o desemprego efectivo é determinada pelo facto de existirem centenas de milhares de trabalhadores desempregados que não são incluídos no número oficial de desempregados, ou porque não procuraram emprego no período em que foi feito o inquérito ou por terem realizado pequenos biscates. No 4º Trimestre de 2011 eram, segundo o INE, 389,7 mil.» ... link


eugénio rosa

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1 Comments:

Blogger e-pá! said...

Os novos bárbaros ou a austera barbárie...

O desemprego integra a estratégia de empobrecimento que foi adoptada - e por diversas vezes anunciada - por este Governo.

É uma espécie de correctivo que pretende actuar sobre o "inconsciente colectivo".

Primeiro, passaram a noção que vivemos acima das nossas possibilidades.
Agora, o Governo assume “dedicadamente” a missão de repor os níveis de vida (de acordo com a produção), adoptando a austeridade como um fetiche que se encaixa nas suas concepções ultra-liberais e conservadoras.

Os incondicionais adeptos da austeridade não gostam de pormenores e, por isso, não especificam quem viveu acima do que era possível. Ou como foi possível e incentivado consumir para além dos rendimentos disponíveis e previsíveis.

Numa sociedade que viveu durante dezenas de anos comprimida e subjugada por deficits de vária ordem entre os quais avultam a deficiente componente cívica e uma embrionária cultura política foi fácil aos dirigentes políticos (de todos os quadrantes) que ocuparam o poder executivo, após o fim da última Guerra Mundial, vender a ilusão de estávamos todos (na Europa) a construir uma infinita prosperidade e com sustentação social.
Simultaneamente, uma outra prática. Prosseguir uma política insidiosa e oca de "obras públicas" sem a submeter a qualquer estratégia de desenvolvimento (que sustentasse a mítica prosperidade).

Finalmente, o início do século XXI confrontou-nos com a realidade, nomeadamente, com o vazio da sociedade de consumo e a futilidade do investimento público subsidiário de cômputos eleitorais e em total desconexão com o desenvolvimento.
Então, surge - como no passado - a "contra-reforma" que pretende corrigir desvarios (sociais-democratas) – que na sua óptica se tornaram insustentáveis - pondo em prática um meticuloso plano "reformador" concebido e feita aplicar pelo poder financeiro. É desta incubadoura que nascem as actuais "reformas estruturais"...

Assim, para além de todos os planos de resgate - essencialmente financeiros - pretende-se corrigir os erros antigos à custa de novas "regras de ouro". As tais regras são o trabalho de casa de qualquer governo. Têm, contudo, um denominador comum para todos os países em dificuldades: fazer disparar o desemprego para que não produzindo, não podendo saldar dívidas antigas (e as novas), fiquemos amarrados aos ditakts do sistema financeiro e eternamente submissos ao invisível poder dos “mercados".

A linha política actual difere pouco da fúria das invasões bárbaras que ao conquistar as cidades, matavam os habitantes, saqueavam os valores, destruíam e queimavam o património edificado (não deixavam pedra sobre pedra) para disporem de terreno de pasto para os seus cavalos de batalha.
Uma nova horda bárbara está em curso. Como no passado histórico estas “invasões” determinaram a queda do Império (romano) que, como sabemos, é sobreponível ao actual espaço europeu...(incluindo os Países do Sul).

9:14 da manhã  

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