Ou vai ou racha...
Estas eleições são de uma importância fulcral porque, podemos dizê-lo, colocam nas mãos dos franceses o futuro da UE. É, portanto, um escrutinio que decorre num particular momento histórico.link
A fractura do actual eixo franco-alemão tornou-se fundamental para o sucesso (e avanço) do projecto europeu, na sua globalidade.
Os 'populares europeus' estão em fim de ciclo nos seus 2 principais esteios (França de Alemanha), mas este facto, não é suficiente para assegurar melhores dias aos povos da Europa. Se acaso, a Esquerda não conseguir eleger, a 6 de Maio, Francois Hollande, o insidioso e sustentado crescimento da Extrema-Direita, eurocéptica e/ou anti-europeísta, ameaçará (destruirá) todos os projectos europeus - e não só o euro (€).
Neste momento de dúvidas e incertezas continuamos, na Europa, exclusivamente concentrados na árvore próxima (crise financeira) esquecendo a floresta (sectores económicos, sociais e culturais).
A concretizar-se a ameaça que hoje a Extrema-Direita vem desenhando, este 'acidente' seria um dos maiores retrocessos civilizacionais da Era Moderna.
Estamos num 'ponto de viragem' histórica, na margem de rupturas qualitativas.
Mais uma vez a Europa depende dos franceses para 'incendiar' o rastilho da mudança e iniciar o 'assalto' às Bastilhas (neste caso sedeadas em Bruxelas, Berlim, Estrasburgo, Frankfurt, ...).
Allons enfants ... Le jour de gloire est arrivé!
e-pá!
2 Comments:
Hollande: "Portugal aprovou o Pacto Europeu? Não importa, haverá nova negociação!"
Em conferência de imprensa, em Paris, o favorito para as presidenciais francesas desvalorizou o facto de Portugal ter já aprovado o Pacto Orçamental Europeu, com os votos a favor do PS português: "Não importa, se for eleito haverá uma nova negociação!"
Otimista com as sondagens favoráveis, que o dão como vencedor na segunda volta, a 6 de maio, nas eleições para o Eliseu, o candidato socialista repetiu com muito ênfase o que disse, na semana passada, em entrevista ao Expresso, sobre a necessidade de incluir um capítulo sobre o crescimento no Pacto Orçamental Europeu.
"Tenho indicações que os Governos europeus aceitam as minhas propostas para a UE, e eles não são todos socialistas! O próprio Mário Draghi (Presidente do Banco Central Europeu) acaba de dizer que o Tratado deve ser completado com um pacto sobre o crescimento que é o que eu proponho para que a zona euro saia da crise", disse o candidato socialista, provável futuro locatário do Palácio do Eliseu.
Defendendo uma Europa com rigor orçamental, "mas solidária e com investimentos", François Hollande disse que a UE vai mudar. "Se for eleito vou imediatamente discutir uma reformulação do Tratado com os nossos parceiros, porque, além do rigor orçamental e da disciplina orçamental, ele deve incluir medidas para sustentar o crescimento, pois só assim a zona euro sairá da crise", explicou. "A Europa vai mudar para um caminho mais solidário, mais protetor", garantiu.
Hollande volta a defender investimentos europeus
Na entrevista, na semana passada ao Expresso, François Hollande declarou achar "indispensável reforçar a disciplina das contas públicas nacionais", mas acrescentou que "a austeridade, sozinha, fecha a Europa no círculo vicioso da recessão".
Na conferência de imprensa de hoje, em Paris, repetiu a mesma ideia, designadamente sobre a necessidade de investimentos europeus (Eurobonds e Project Bonds) em "projetos industriais, energéticos e de infraestruturas".
Confiante na sua reeleição. François Hollande desvalorizou o facto de alguns países europeus, entre os quais Portugal, já terem aprovado o Pacto Orçamental (no parlamento de Lisbpa com os votos do Partido Socialista). "Não importa, se for eleito haverá uma nova negociação e acho que os governos europeus já aceitaram essa ideia!", exclamou.
Na entrevista ao Expresso, garantiu que Portugal beneficiará com as suas propostas para a Europa, tanto para combater o desemprego como os ataques à sua dívida soberana.
Expresso “on line”
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A eleição de Hollande será talvez a última oportunidade para a manutenção da Zona Euro. Deseja-se pois que tal suceda e que o candidato de esquerda francês não ceda no braço de ferro que terá de travar com Merkle e seus aliados.
As eleições francesas e o que delas decorrer no plano político interno, terá seguramente repercussões no comportamento político das forças de esquerda na Europa na desejada convergência contra as políticas neoliberais.
Aguardemos pois que Hollande vença, que cumpra e siga a linha programática com que se comprometeu. Pior que uma derrota na segunda volta, seria a cedência (uma vez mais) dos Socialistas aos desígnios do capitalismo financeiro.
François Hollande and austerity
Leader of the axis of growth?
FRANÇOIS HOLLANDE was on remarkably good form this afternoon at a press conference in Paris. He has made such an effort recently to appear solemn and presidential that it is almost a surprise to find him back to cracking jokes.
The main subject of his good humour, besides the continuing favourable second-round opinion polls, was a comment made this morning by Mario Draghi, head of the European Central Bank. Mr Draghi suggested that he would be in favour of a “growth pact”. The news has been all over the French media today. For Mr Hollande, a week-and-a-half before the run-off on May 6th, this was too good to be true. And it probably is.
Mr Hollande has been campaigning for months on the idea that, if elected, he will “renegotiate” the German-backed fiscal pact for the euro, which emphasises fiscal austerity. He says his first trip as president will be to Berlin, where he will tell Angela Merkel not only that he wants more emphasis on growth, but that he will block ratification of the (signed) treaty if he doesn’t get his way.
This afternoon, Mr Hollande laid his policy out more clearly. He was still in favour of budgetary discipline, he said. But this needed to be balanced with growth-supporting measures. These could be dealt with in a recast treaty—or as part of a new growth pact to “complement” the fiscal one.
He has a four-point plan: to create European “project bonds” to finance growth-stimulating infrastructure and energy projects; to reinforce investment by the European Investment Bank; to introduce a financial-transaction tax among willing European countries; and to use structural funds more efficiently.
Until now Mr Hollande has sounded like a voice in the wilderness. Nicolas Sarkozy’s people have mocked what they see as his grossly inflated sense of his own potential bargaining power. “It’s completely out of the question to renegotiate the treaty,” one of the Sarkozy team told me a few weeks ago. “He’s getting everybody’s backs up with this idea.”
Take Mr Draghi’s comments, however, combine them with growing voices within Europe for less austerity and more growth (see Spain and Italy) and throw in similar views in the United States and at the IMF, and suddenly Mr Hollande no longer looks like an outlier but like a leader who has anticipated the changing mood. No wonder he was looking so chuffed today.
The catch is this: when Mr Hollande talks about growth-supporting measures, does he mean the same thing as everybody else? His plans are not to adapt the rate of fiscal tightening to economic conditions, or to balance structural reform with a boost to demand. They are mainly to borrow and spend more at a European level. And that is presumably not what leaders like Mario Monti or Mr Draghi have in mind.
economist, Apr 25th 2012, 18:32 by S.P. | PARIS
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