Uma lufada de ar fresco
A vitória de François Hollande representa um poderoso sinal de esperança para a Europa e também para Portugal. A partir de amanhã, segunda-feira, respirar-se-á outro ar na Europa. A vitória dos socialistas em França sinaliza, com vigor, o sentido da mudança que se vai pressentindo por toda a Europa. Até mesmo o resultado da Grécia, apesar da sua imprevisibilidade quanto à solução governativa que vai gerar ilustra o vigor de um povo que não cede perante a ignomínia dos tecnocratas apostados em destruir um Estado fundador da nossa civilização.
Tudo indica que o ciclo destrutivo na Europa dominado pelo circo dos neoliberais onde pontificam os “funcionários dos mercados” disfarçados de políticos terá tido o seu epílogo com a vitória de Mariano Rajoy em Espanha.
As eleições locais regionais no Reino Unido e na Alemanha demonstram, igualmente, que os povos da Europa se deram conta, finalmente, do que representam os tecnocratas agiotas no seu discurso destruidor da dignidade humana baseado no fundamentalismo cínico de que não existem alternativas.
Está na hora de, em Portugal, também nós fazermos o nosso trabalho desmontando a hipocrisia e criando condições para recuperar os valores da democracia, do humanismo, do respeito pela solidariedade e pelo desenvolvimento humano.
É bom que os ministros deste governo travestidos de neoliberais de pacotilha saibam ler os sinais que nos chegam da Europa e percebam que os portugueses não deixarão destruir o Estado Social.
Particular atenção a esta mensagem deverá ser dada pela multifacetada e colorida equipa da Saúde. É que já todos percebemos a ladainha de fazer crer que a (in) sustentabilidade constitui alibi seguro para sub-repticiamente irem cumprindo a agenda ideológica de deixar um SNS residual para pobres empurrando os restantes para o colo dos lobbies de que falavam os Bispos na Pastoral da Saúde.
Já agora enquanto podem e como tanto gostam de exibir a condição de bons alunos da troika para quando as medidas previstas sobre a ADSE e os subsistemas? Ou será que não convém à tal agenda oculta…
Olinda
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