ADSE, continua a saga

Custo médio com cada funcionário cai 18%

Em 2011, o subsistema de saúde da administração pública «ADSE» gastou, em média, 384,46 euros com cada beneficiário, o que revela uma queda de 18,2% face ao ano anterior, avança o relatório de actividades da instituição referente a 2011, avançado pelo Diário Económico.

A quebra dos custos com os beneficiários explica-se, sobretudo, com as alterações relacionadas com a facturação das farmácias. Com o financiamento directo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), os compromissos financeiros da ADSE com medicamentos passaram a envolver apenas os que são prescritos fora do SNS.

De acordo com o relatório de actividades, o custo médio por beneficiário com medicamentos caiu mais de metade (54,5%), para 67,17 euros.

O impacto da facturação das farmácias fez com que os custos globais suportados directamente pela ADSE caíssem quase 70 milhões de euros (12,5%), para 485 milhões, face ao ano anterior. E o regime de benefícios atribuídos aos funcionários, pensionistas e respectivos familiares «exigiu um encargo que representa menos de 4% da massa salarial», lê-se no documento.

O documento revela ainda que os beneficiários da ADSE preferiram ter o «desconto» referente ao serviço de saúde prestado logo no acto do pagamento (regime convencionado) do que adiantar o dinheiro e receber mais tarde o reembolso (regime livre). É que o custo médio por beneficiário no regime livre caiu 11,5%, para 131 euros, enquanto se registou um aumento de 7%, para 185 euros, no regime convencionado.  Diário Digital 24/07/12

Continua a saga, o SNS a apertar e a ADSE a encher os cofres. Repare-se que, apesar da procura crescente do sector privado pelos beneficiários, a despesa do subsistema continua a diminuir verificando-se de 2010 para 2011 uma queda de 18,2%. Se fizermos as contas relativamente a 2008, a queda é de aproximadamente 50% (de 743,5 para 384,4 Euros).

Apesar das mais variadas denuncias nos meios de comunicação sobre esta situação escandalosa, não me apercebi que a Oposição tenha questionado o Governo sobre a matéria. Será por pudor de ir ao encontro de uma medida defendida pela Troika - a autosustentabilidade dos subsistemas públicos?

Tavisto

Relatório de actividade 2011 link