A senhora, o capataz e os ‘pobres’…
"...E o custo da mão de obra se degrada mês após
mês"...
A 'senhora' que amanhã visita a sua 'quinta', de que se
tornou feitora, não terá azo para conhecer o brutal 'empobrecimento' dos seus
súbditos. Terá – isso sim – a oportunidade de, na actual sala de visitas de
Lisboa (ex-libris do consulado cavaquista) perorar, para incautos caseiros e
submissos pajens, sobre os custos do trabalho e a sua determinante influência
na competitividade, passando ao lado dos fortes ventos da recessão que
assobiarão, em frente, nas margens do Tejo.
Por outro lado, o 'capataz' (ainda) de serviço nesta
submissa e ocidental leira, não saberá em que ambiente está a introduzir a sua
‘lídima protectora’.
Receberá a 'venerável credora', e ao que antecipadamente
quis fazer crer uma ‘injustiçada benemérita’, com ‘honras prandiais’ na sala de
armas de um velho forte quinhentista desactivado, longe do bulício da plebe.
Por sinal, no mesmo local onde Gomes Freire de Andrade penou e acabou por ser
executado, por revoltar-se contra ‘ocupação’ estrangeira (nessa época inglesa)…
Simbólico, não é?
E-Pá!
Portugal, um país em sofrimento, na véspera da visita senhora
Merkel
População: 10.656 habitantes (2011) ; PIB (a preços de
mercado) : 170.928 milhões euros; PIB per-capita: 16.089 euros; Taxa
desemprego (% população activa): 15,5; Dívida externa: 200.000
milhões de euros (120% do PIB); Défice previsto para 2012: 7% do PIB.
O OE/2013 prevê a redução do défice para 4,5 do PIB, ou
seja, a espoliação dos portugueses em mais 5.338
milhões (3,2% do PIB), através das armas
do costume: aumento generalizado de impostos (4.312 milhões de euros) e cortes
dos salários e despesas sociais (1.026 milhões euros).
Constatado o que já se sabia: na execução de politicas de
austeridade especialmente severas os ganhos do défice não compensam as perdas da
recessão, o governo veio propor, em cima do joelho, a “refundação da trapalhada que tem feito”. Mais
um plano severo de cortes, desta vez,
das despesas estruturais (ultrapassada a epopeia do combate às gorduras do
Estado), a desenvolver até 2014, avaliado em cerca de 4.000 milhões de euros
(2,5% do PIB).
Um bom pretexto para dar cabo de vez do nosso imberbe Estado
Social. Assim se matariam dois coelhos com uma única cajadada, terá pensado o conde Andeiro, primeiro ministro, curiosamente de apelido lapin. Tudo em prol dos
ganhos de competitividade da economia deste protectorado (à beira mar plantado) ao serviço da sr.ª Merkel.
Indicadores EU/Estudo ER:
- Euro area hourly labour costs link ; - Structure of government debt in Europe in 2011 link ; - General government expenditure link ; - EU and Member States' balance of payments during the economic turmoil link ; FUNÇÕES SOCIAIS DO ESTADO (Eugénio Rosa): A dimensão da destruição já realizada e a em curso link
Nota: foto Câmara Corporativa
Etiquetas: E-Pá, Um país em sofrimento
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