sexta-feira, novembro 9

Adaptação inteligente e cortes cirúrgicos na Saúde

 Assisti no 4º. Congresso da APDH à comunicação sobre a sustentabilidade da saúde numa perspectiva de gestão, donde extraí os seguintes aspectos mais relevantes em minha opinião. 
Primeiro a afirmação fundamentada com elementos da OCDE que o sistema português é um bom sistema que pode ser excelente através de «adaptação inteligente» e «cortes cirúrgicos». Aquela por medidas conjugadas em três níveis, estes definidos por estudos e análise técnica, seja no âmbito da rede de hospitais e de urgências, ou nos serviços e instituições, pela gestão envolvendo os profissionais de saúde. Uns e outros com a finalidade de obter mais qualidade e eficiência. 
Segundo, a necessidade de focalizar na gestão da doença crónica, de garantir equidade, assim como estabilidade do financiamento e da oferta da Saúde. 
Terceiro, o SNS ter uma estratégia e um rosto - «gestor do SNS» -, para maior coordenação entre prestadores de cuidados, melhor performance das instituições e prestação de contas da sua gestão. Outras mudanças no financiamento, para facilitar a «redução do hospitalocentrismo» e o desenvolvimento dos cuidados primários e «de proximidade», e um sistema de objectivos comuns aos hospitais, basicamente nas variáveis de qualidade e eficiência. Este sistema permitiria detectar as melhores práticas e apoiar os hospitais no projeto de mudança a efetuar obrigatoriamente – uns abrangeriam essencialmente melhoria contínua de qualidade, outros a redução de desperdício, os restantes ou se transformariam ou «sairiam». 
Quarto, a evidência que há muito desperdício na saúde, nos serviços e nos hospitais, em todos os países e em Portugal, que há que reduzir para benefício da sociedade. O que se consegue com gestão mais apurada, participada e responsabilizada em contratos de gestão escritos e «avaliação dos Conselho de Administração; dos diretores e chefes dos serviços depois». 
Quinto, que é desperdício usar recursos para além do estritamente necessário, ineficiência, mas é-o tanto mais a falta de qualidade, como erros clínicos e de medicação, já que provocam mortes e problemas de saúde, insuportáveis num sistema que se quer excelente, e ainda gastos desnecessários em internamentos, urgências e medicamentos. É dever da gestão acabar com o desperdício. Assim teremos «processos normalizados e enxutos», maior qualidade e menor gasto. 
Por fim, o elencar de medidas do texto “Sustentabilidade na saúde em tempos de mudança: uma perspectiva de gestão” lembrou-me as Mil Ideias para melhorar o SNS aqui enunciadas pelos colaboradores do Saudesa.

Joana

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