Médicos e polícias
«Paulo Macedo voltou a afirmar que "o SNS é essencial,
sobretudo para os mais vulneráveis" e lembrou que é no serviço público
"onde há o trabalho mais diferenciado, serviços de excelência e de
investigação". Quanto a possíveis cortes, o ministro reforçou que o
Governo acha "que a área da saúde será uma área protegida". "Não
é na saúde que estamos acima da média europeia", salientou, referindo que
o orçamento para o próximo ano "é relativamente estável, com uma redução
de 3% devido ao encargo com o pagamento de mais um subsídio que não ocorreu em
2012".»
dn 22.11.12
Esta história da Saúde, área protegida, com direito a
cortes de financiamento mais suaves, não passa de mais uma tirada de propaganda urdida
pelos assessores de marketing do senhor ministro, destinada a enganar os portugueses.
Para já, estão previstos 485 milhões de euros de cortes para
o próximo ano. Fora os extraordinários e estruturais.
A estratégia de não fazer ondas e discurso simpático, enquanto vai mexendo os cordelinhos, visa atingir fundo. Não já o corte de gorduras mas o cerrar de nacos do sistema .
As taxas moderadoras, ou antes, os co-pagamentos dos cuidados hospitalares vão aumentar no próximo
ano, ceifando mais alguns milhares de utentes do acesso . Os
que ainda puderem pagar, dentro em breve, reclamarão a saída atraídos pela
oferta privada mais barata. Victor Gaspar, não hesitará, então, em dar aos corajosos reclamantes o
merecido prémio fiscal.
O discurso de falinhas mansas, em defesa do
SNS, é o instrumento escolhido pelo ministro da saúde para adormecer os
portugueses. Sem oposição de monta, se nada acontecer que trave esta política,
dentro em breve, a reviravolta estará consumada. Restar-nos-à um SNS assistencialista, espremido à expressão mais simples, destinado a tratar portugueses isentos de co-pagamentos, igualmente assistidos pelo banco alimentar da senhora jonet.
Não foi por acaso que Paulo Macedo decidiu assinar o acordo
e pagar mais aos médicos. Tal como o seu colega de governo, Miguel, decidiu pagar mais aos policias .
Sancho Pança, o refundador
Etiquetas: Paulo Macedo
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