quinta-feira, novembro 22

Médicos e polícias


«Paulo Macedo voltou a afirmar que "o SNS é essencial, sobretudo para os mais vulneráveis" e lembrou que é no serviço público "onde há o trabalho mais diferenciado, serviços de excelência e de investigação". Quanto a possíveis cortes, o ministro reforçou que o Governo acha "que a área da saúde será uma área protegida". "Não é na saúde que estamos acima da média europeia", salientou, referindo que o orçamento para o próximo ano "é relativamente estável, com uma redução de 3% devido ao encargo com o pagamento de mais um subsídio que não ocorreu em 2012".»
dn 22.11.12

Esta história da Saúde, área protegida, com direito a cortes de financiamento mais suaves, não passa de mais uma tirada de propaganda urdida pelos assessores de marketing do senhor  ministro, destinada a enganar  os portugueses.
Para já, estão previstos 485 milhões de euros de cortes para o próximo ano. Fora os extraordinários e estruturais.
A estratégia de não fazer ondas e discurso simpático,  enquanto vai mexendo os cordelinhos, visa atingir fundo.  Não já o corte de gorduras mas o cerrar de nacos do sistema .
As taxas moderadoras, ou antes, os co-pagamentos  dos cuidados hospitalares vão aumentar no próximo ano,  ceifando  mais alguns milhares de utentes do acesso . Os que ainda puderem pagar, dentro em breve, reclamarão a saída atraídos pela oferta privada mais barata. Victor Gaspar, não hesitará, então, em dar aos corajosos reclamantes o merecido prémio fiscal.
O discurso de falinhas mansas, em defesa do SNS,  é o instrumento escolhido pelo ministro da saúde para adormecer os portugueses. Sem oposição de monta, se nada acontecer que trave esta política, dentro em breve, a reviravolta estará consumada. Restar-nos-à um SNS assistencialista, espremido à expressão mais simples, destinado a tratar portugueses isentos de co-pagamentos, igualmente assistidos pelo banco alimentar da senhora jonet.
Não foi por acaso que Paulo Macedo decidiu assinar o acordo e pagar mais aos médicos. Tal como o seu colega de governo,  Miguel,  decidiu pagar mais aos policias .

Sancho Pança, o refundador

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