Saúde, out control (3)
O presidente do Congresso Nacional sobre Sida, Rui
Sarmento e Castro admitiu, no Porto, que «tem havido necessidade de ceder
medicamentos para sida» em falta noutros hospitais e, por esse motivo, «há
doentes que têm interrompido a terapêutica, o que é mau».
Este infecciologista, que é também director clínico do Hospital Joaquim Urbano,
no Porto, revelou, em nome da Associação Portuguesa para o Estudo
Clínico da Sida (APECS), a que preside, que foi enviada «já há algum tempo uma
carta ao ministro da Saúde», Paulo Macedo, «dando conhecimento da situação [do
tratamento da sida] a nível do País» em relação a vários hospitais.
«É um problema que nos aflige, sobretudo porque, como se sabe, o vírus
da sida adquire rapidamente resistências e a interrupção dos medicamentos vai
criar — hoje, se calhar, menos despesa — seguramente muito mais despesa no
futuro, para além da morbilidade e mortalidade», considerou. Muito crítico em
relação à política relacionada com o VIH/Sida, Sarmento e Castro lembrou
que a situação económica complicada que se vive e a chamada «lei dos compromissos»
têm criado «alguns problemas às administrações hospitalares».
TM 14.12.12
Etiquetas: Um país em sofrimento, XIX gov
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O presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, no Porto, disse ontem à noite na TVI24 que em Portugal existem 3854 cirurgiões especialistas e que cada especialista em cirurgia, das várias especialidades que há, "faz em média uma cirurgia por semana, convencional". António Ferreira considerou que isso "é pouco, é muito pouco".
Convidado do programa Olhos nos Olhos, com Judite de Sousa e Medina Carreira, o responsável traçou o cenário problemático de organização dos recursos humanos na área da Saúde em Portugal, sublinhando a ideia de que "não é possível resultados de referência sem profissionais excelentes".
CLIQUE AQUI PARA VER ENTREVISTA À TVI NA ÍNTEGRA:
O presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, que agora foi considerado o melhor hospital do País, foi instado a falar por exemplo sobre as listas de espera no que toca a cirurgias. Lembrando que a média dos tempos de espera tem vindo a reduzir e o número de cirurgias a aumentar, constatou que há maior procura mas também maior capacidade de resposta.
António Ferreira apresentou os seguintes números: "Nós, serviço nacional de saúde, fizemos em Portugal, em 2010, 196 675 cirurgias, em todas as especialidades. Temos em Portugal cirurgiões especialistas, não estou a falar dos internos de especialidade, que também trabalham nos hospitais, 3854. Se considerarmos um ano de 46 semanas isto dá um indicador que é que cada cirurgião especialista, das várias especialidades, faz em média uma cirurgia por semana, convencional".
"E isto é pouco?", questionou Judite de Sousa. E o administrador respondeu: "Claro que é pouco, é muito, muito pouco. Mas isso são números globais". "E em vez de uma deviam ser quantas?", prossegue a jornalista. "Como digo, depende das especialidades", respondeu o responsável, dando o exemplo do seu próprio hospital. "O cirurgião que faz maior número de cirurgias no Hospital fez 543, fez 12 por semana. O cirurgião com menor número de cirurgias no Hospital de São João, que fez cirurgias, fez duas num ano. E não estou a contar com cerca de 30 que nunca foram ao bloco".
"30 médicos cirurgiões nunca foram ao bloco? E como é que isso se explica?", prosseguiu Judite de Sousa. António Ferreira respondeu "Não se explica". O presidente do Conselho da Administração do Hospital de São do Porto alertou, no entanto, que as suas declarações devem ser lidas e entendidas à luz daquilo que é a realidade atual do serviço nacional de saúde em Portugal.
DN 18/12/12
Nesta entrevista António Ferreira põe a nu o nosso Sistema de Saúde. Pecando por algumas contradições e, aqui e ali, imprecisões desnecessárias, algumas comprometedoras, no conjunto a informação fornecida é extremamente relevante.
Recomenda-se pois a audição e “digestão” da entrevista, acessível através da edição “on line”
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