Discurso bipolar
Centro Hospitalar de S. João teve 1,7 milhões de lucro.
O Centro Hospitalar de São João (CHSJ) do Porto encerrou o
ano de 2012 com um lucro de 1,76 milhões de euros, mais de dez vezes acima dos
167 mil euros de 2011, apesar da redução de 6,6% na receita.
"O CHSJ encerrou o ano 2012 com resultados, operacional
(1,73 milhões de euros) e líquido, positivos e um EBITDA (resultados
operacionais antes de juros, provisões, impostos e amortizações) positivo de
10,7 milhões de euros, graças a uma redução de 10,3% na despesa total
relativamente a 2011", salientou o presidente do Conselho de Administração
do centro hospitalar.
António Ferreira considerou que "isto foi possível
através do aumento marcado da produtividade" dos colaboradores, de que
resultou "um incremento significativo da produção e da acessibilidade, bem
assim como da qualidade dos resultados clínicos".
Em declarações à Lusa, a administradora Maria Barros,
responsável pela área financeira, salientou que o CHSJ apresenta
"resultados equilibrados e positivos há seis anos e, neste caso, mantém a
sua assistência aos doentes a aumentar".
De facto, o CHSJ "diminuiu os seus proveitos ao longo
de 2012 não só porque vimos o nosso contrato programa ligeiramente diminuído,
em 5,3 por cento (cerca de 305 ME/2011 -- cerca de 289 ME/2012), mas também os
outros proveitos foram diminuídos. Temos, por isso, que destacar o esforço
enorme de todos os profissionais, para que com menos tivéssemos mais",
referiu.
Em ternos de produtividade, entre 2011 e 2012, o Valor
Acrescentado Bruto aumentou 8,4% e o VAB/Colaborador subiu 6,5%.
No que toca aos Custos com Recursos Humanos, a
administradora disse ter existido uma "diminuição bastante
acentuada", apontando o não-pagamento dos subsídios de férias e de natal e
de horas extraordinários como contributos.
"Temos também uma diminuição dos custos das mercadorias
vendidas e consumidas, que inclui o material de consumo clínico e os
medicamentos, na ordem dos 10%", em parte, segundo explicou, devido ao
acordo do Ministério da Saúde com a Associação Portuguesa da Indústria
Farmacêutica - APIFARMA.
Referiu também uma diminuição de 7% no valor do fornecimento
dos serviços externos, nomeadamente nas áreas da limpeza e alimentação.
Nos resultados assistências (GDH médicos, GDH cirúrgicos,
cirurgias, primeiras consultas, taxa de acessibilidade e taxa de
ambulatorização) registou-se uma variação positiva, a taxa de cesarianas desceu
2,3 pontos percentuais e os episódios de urgência caíram 3,7%.
Na Gestão das Listas de Espera, a média para cirurgia
(meses) diminuiu 13,5% e a média de espera para consulta (dias) caiu 15,6%.
Em termos de Recursos Humanos, a capacidade de trabalho
(horas) dos cerca de 5.700 funcionários do Centro Hospitalar aumentou mais de
quatro por cento e a ausência ao trabalho (dias) reduziu 0,6%.
Lusa 01/03/2013
Pelos vistos António Ferreira é adepto do duche Escocês ou,
dito de outra forma, da táctica da cenoura e do chicote.
Depois das bombásticas declarações no programa da TVI, dos
30 cirurgiões que nunca vão ao bloco e de níveis de abstenção indecorosos, vem
agora “passar a mão pelo pêlo” aos colaboradores.
Neste discurso bipolar do Presidente do Conselho de Administração do Hospital de S.João
conseguir-se-á apurar a verdade dos factos? Como destrinçar exactidão de
propaganda?
Tavisto
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