sábado, maio 25

Saúde low cost


Walk’in Clinics reforça serviços de saúde este ano
A rede de clínicas de saúde ‘low cost’ da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, principal accionista da Jerónimo Martins, vai manter as quatro clínicas no segundo ano de actividade.
Enquanto a estrutura de um centro de saúde conta, em média, com 20 médicos, 20 enfermeiros e 15 administrativos, nas clínicas de conveniência Walk’in Clinics são os dois enfermeiros de cada turno que estão na recepção,atendem os telefones, marcam as consultas e fazem a triagem do doente. É assim que se consegue ter preços de consultas privadas de clínica geral a 34 euros (com seguro de saúde fica em 13 euros) sem desprimorar a qualidade do serviço.
Em entrevista ao programa Grandes Negócios, do Etv, o administrador das Walk’in Clinics diz que este é um dos segredos dos preços baixos nas clínicas de saúde de conveniência. Mas José Mendes Ribeiro realça ainda a importância do planeamento da agenda diária e a sistematização informática como factores que optimizam o funcionamento das Walk’in Clinics, abertas sete dias por semana das 10 horas às 22 horas. Além disso, o administrador considera que “o que está mal é os preços dos outros. Durante muitos anos, tivemos pouca oferta de médicos e o mercado funcionava de forma diferente, um bocadinho especulativa”.
Os salários dos médicos e enfermeiros nestas clínicas é superior ao que o ganhariam no Estado, garante o administrador. Ainda assim, é um valor inferior ao que ganham num consultório particular, mas “nem todos os médicos têm capacidade de montar um consultório, ter uma empregada na recepção,um computador, pagar as despesas do espaço. Isto é muito bom para os médicos que são profissionais liberais, porque é um local com qualidade e prestígio.
O conceito não foi propositadamente pensado para a actual conjuntura de crise económica, mas o investimento também não foi adiado pela contracção do consumo. Pelo contrário, o administrador garante que a intenção foi “tornar acessível um serviço de qualidade e conveniência em tempos de crise. O preço baixo é só mais uma vantagem”.
Inspirado no conceito das ‘retail clinics’, muito comuns nos centros comerciais norte-americanos, a rede de clínicas de saúde surgiu em Portugal pelas mãos da Sociedade Francisco Manuel dos Santos,principal accionistada Jerónimo Martins, que investiu entre quatro e cinco milhões de euros neste negócio. Um investimento que só atingirá o ‘breakeven’ ao fim de dois anos e meio de actividade.
As quatro clínicas, localizadas em Telheiras, Sintra, Aveiro e Santa Maria da Feira, abriram em Julho do ano passado e são consideradas ainda um projecto-piloto. O administrador da Walk’in Clinics considera que este ano será focado “em investir em novas valências” como testes de genética, electrocardiogramas ou testes de intolerância alimentar, disponíveis a partir de Junho. “Não temos pressa. Estamos mais apostados em testar estes serviços, queremos perceber as necessidades dos nossos clientes e afinar o nosso conceito para melhorar a clínica-tipo”. No entanto, José Mendes Ribeiro reconhece que “estão a ser estudadas várias formas de expansão” e que “há um conjunto de oportunidades identificadas mas não para já”. Além disso, o administrador reconhece que o nome em inglês é também uma forma de pensar na internacionalização das clínicas ‘lowcost’. ■
 DE 23.05.13
A comparação das ‘retail clinics’ com os Centros de Saúde - unidades da rede de cuidados primários de medicina essencialmente preventiva, articulada com os cuidados diferenciados do SNS - é abusiva.
Mais uma tentativa, em época circense, de confundir o zé pagante com a ideia que em Saúde também se fazem milagres (qualidade, conveniência e custos baixos em tempo de crise). Tudo dependendo da veia artística do administrador de serviço.

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